domingo, 10 de maio de 2020

Um Resumo sobre o Ensino e Aplicação do 6º Mandamento da Lei de Deus em Tempo de Pandemia




“Não mate”. 
Êxodo 20.13 NAA
            
“Nossa saúde é um dom precioso que deve ser protegido tanto quanto possível. Nós reprovamos o beberrão e o viciado em drogas; mas alguém que não segue a dieta prescrita pelo seu médico também deve ser reprovado. Devemos ser moderados no comer e beber.
 Medidas preventivas fazem parte da cautela exigida no sexto mandamento, com vistas a proteger nossa própria vida (bem como a do nosso próximo). Não podemos evitar o sofrimento ao longo de nossa vida, mas há tipos de sofrimentos que podem ser eliminados ou prevenidos. Considere, por exemplo, a questão da vacinação como medida preventiva contra várias doenças infecciosas. Infelizmente, ainda há pessoas que consideram a vacinação como sendo proibida pela Bíblia. Como resultado dos seus argumentos, algumas vezes apresentados e defendidos publicamente, milhares de crianças têm sido vítimas de doenças que poderiam ser prevenidas pelos métodos médicos modernos. A Lei mosaica prescreve medidas para prevenir o surto de lepra (Lv 14.33-57). Podemos nos afastar do perigo. “O prudente vê o mal e esconde-se; mas os simples passam adiante e sofrem a pena” (Pv 22.3). DOUMA, Jochem. Os DEZ Mandamentos – Manual para a Vida Cristã. Ed. CLIRE – Centro de Literatura Reformada, 2019.  

sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Sermão preparado pelo pastor Marcel Tavares
Leitura: Mateus 19.16-22
Texto: Dia do Senhor 44

Amada igreja do nosso Senhor Jesus Cristo,

Uma palavra que importamos para o nosso vocabulário português é a palavra upgrade. Essa palavra traduz o desenvolvimento da informática dia após dia. Alguém que está fazendo um upgrade no seu computador é alguém que está comprando os últimos lançamentos.
Mas esta palavra não tem sido usada apenas no mundo da informática. De forma genérica, as pessoas estão dizendo que precisam fazer um upgrade no seu smartphone, no seu carro, na sua casa e até mesmo nos seus relacionamentos. O conceito por trás desta terminologia é que é necessário sempre estar melhorando(aperfeiçoando) as coisas. Esse é um conceito moderno. Todos estão sendo estimulados a buscarem novidades.
As propagandas na TV ou aas revistas estão nos impulsionando a fazermos um upgrade nas nossas vidas o tempo todo. É um bombardeio. As propagandas mostram como é triste e infeliz a vida de alguém sem uma coisa nova. Talvez esta imagem infeliz estará com tons de cinza. Finalmente, quando tal pessoa triste adquire o tal produto novo, então a música fica mais feliz e todo o cenário é de felicidade. É como se o ter aquela novidade irá tornar a vida das pessoas mais felizes, enquanto infeliz é a vida de quem permanece o mesmo.
A verdade é que neste mundo materialista estamos sendo estimulados a nunca estarmos contentes com as coisas que temos. Este estímulo não é somente algo que vem de fora de nós. Isto está dentro de nós. O que está sendo manifestado aí em fora é algo que procede do coração.
Nós chegamos hoje no Décimo Mandamento. Nos domingos passados temos passado ouvindo sermões sobre a Lei de Deus(os Dez Mandamentos). Em todas as vezes vimos que cada mandamento vai dentro do coração. Mas agora no Décimo Mandamento chegamos na grande ênfase ao coração.
Todos os pecados procedem do coração. O Senhor Jesus disse em Mateus 15: pois do coração saem os maus pensamentos, os homicídios (tem a ver com o 6° mandamento), os adultérios, as imoralidades sexuais (tem a ver com o 7° mandamento), os roubos (tem a ver com o 8° mandamento), os falsos testemunhos e as calúnias (tem a ver com o 9° mandamento).
Todos os pecados tem a ver com a nossa falta de contentamento sobre o que somos e o que temos. Por isso, o nosso foco nesta noite é conhecermos e tratarmos do nosso coração.
TEMA: DEUS NOS CHAMA A CUIDARMOS DO NOSSO CORAÇÃO
O nosso catecismo quando chega no décimo mandamento não fala sobre a palavra cobiça como temos na Lei: Não cobiçarás! Isto é muito interessante. Será que durante séculos os doutores da igreja se esqueceram de tratar do décimo mandamento? Não é nada disso! Aqui os nossos pais na fé sabiam muito bem do que o décimo mandamento se tratava.
O décimo mandamento tem a ver com desejo, ter prazer em alguma coisa. Isto é o significado da palavra cobiça na Bíblia.
Mas será então que não devo ter desejo ou prazer em nada? Será que devo cultivar uma vida de acordo com certas filosofias orientais que tentam neutralizar qualquer desejo numa pessoa? Não!Ter desejo não é algo errado em si mesmo. Por exemplo, você pode desejar estudar para se tornar um grande profissional. Você pode desejar comprar um carro. Ou um equipamento que vai melhorar o seu trabalho. Você pode desejar viajar para fora do país. Essas coisas não são erradas em si. Devemos ter desejos para que nossas vidas não sejam vazias e sem sentido.
Mas que tipo de desejo então o mandamento condena? É aquele desejo que domina a vida de alguém. É aquela paixão sem freios por alguém ou alguma coisa. É aquela falta de contentamento que não deixa alguém dormir. Que toma conta da vida da pessoa. Querer ter o que os outros tem. Querer sempre o novo para tentar encontrar satisfação. Talvez este desejo sem freios será o desejo pela saúde, ou por dinheiro (gânancia), ou por poder, ou por posição. Este tipo de sentimento, que fica visível nas atitudes de alguém, é pecado!
E onde este desejo errado começou? Na queda! Quase todas as respostas para a nossa vida podemos encontrar em Gênesis. Esta falta de contentamento foi o que aconteceu no Éden. Eva tinha todas as coisas menos uma: o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Satanás, assim como as propagandas de hoje em dia, estava bombardeando Eva com informações sobre aquele certo fruto. Quando lemos Gênesis 3 parece que a coisa aconteceu muito rápido. Mas eu acredito que Satanás fez muita propaganda sobre aquela árvore. Aquele informação encontrou a simpatia no coração de Eva. Eva se deixou dominar por um mau desejo no coração.
No versículo 6 de Gênesis 3 lemos que Eva ouviu, viu, imaginou como seria agradável no paladar aquela fruta. Ela entendeu que aquele fruto iria dar a ela discernimento (conhecer o que não conhecia, ter poder!). Ela tomou do fruto e comeu e também deu ao seu esposo Adão. Eva cobiçou aquilo no coração e desejou sem freios aquele fruto. Aquele pecado passou por todos os seus sentidos. É assim que acontece com este pecado da cobiça. Ele entra pelos olhos, pelos ouvidos, tocamos, sentimos e finalmente nos achamos com algo que Deus resolveu não dar para nós, mas que resolvemos ir buscar assim mesmo. Cobiça!
Talvez alguns por aí acusem a Deus por ter deixado aquela árvore lá no jardim do Éden. Mas Tiago 1.14 diz: cada um é tentado pelo próprio mau desejo, sendo por este arrastado e seduzido. Então, esse desejo, tendo concebido, dá a luz o pecado, e o pecado, após ter se consumado, gera a morte.  Isto foi exatamente o que aconteceu com Eva e Adão e passou para os seus descendentes.
Vemos este pecado em Acã. Havia uma ordem de Deus de que ninguém poderia pegar nada dos povos conquistados em Canaã. Mas Acã pegou algumas coisas. Em Josué 7.20-21 Acã confessa seu pecado: é verdade que pequei contra o SENHOR, o Deus de Israel. O que fiz foi o seguinte: quando vi entre os despojos uma bela capa feita na Babilônia, dois quilos e quatrocentos gramas de prata e uma barra de ouro de seiscentos gramas, eu cobicei e me apossei deles. Veja como esse pecado foi um pecado contra a ordem clara de Deus. Acã não está satisfeito com o que Deus havia lhe dado. Ele vê algo e quer aquele algo!  Vemos também este pecado em Davi. Davi já tinha muitas esposas quando resolveu ter a única esposa de seu próximo. Ele cobiçou a única mulher do seu vizinho (Bate-Seba, esposa de Urias). Mas Davi foi reprovado por Deus. O profeta Natan quando foi denunciar Davi, mostra a miséria deste pecado, e como este pecado cega as pessoas. Natan contou uma história para Davi, uma história de um homem muito rico e de outro muito pobre. Ele disse que o rico possuia ovelhas e bois, mas o pobre não tinha nada. Certo dia o rico foi preparar uma comida para um certo viajante, então não pegou de suas próprias ovelhas, mas da única cordeira que pertencia ao homem pobre.
Natan pergunta para Davi o que tal pessoa merecia que cometeu tal injustiça merecia. Davi responde rapidamente em 2Samuel 12.5: Juro pelo nome do SENHOR que o homem rico merece a morte! Deverá pagar quatro vezes o preço da cordeira! Natan então responde se referindo ao que
Davi havia feito com Urias, tomando a sua esposa: você é esse homem!
Davi não vigiou o seu coração e foi traído por ele. O salmo 51 é um salmo de arrependimento de Davi por causa deste pecado: contra ti SENHOR, contra ti somente pequei! Felizmente a graça de Deus tirou o tampão do coração de Davi!
Poderíamos falar também do Rei Acabe que cobiçou a vinha de Nabote e perdeu o sono e a fome por causa disso. Ele matou um inocente para ter o que cobiçava! Poderíamos falar de Geazi, servo de Eliseu, que desejou o presente rejeitado por Eliseu. O comandante do exército da Síria (Naama) foi curado  da lepra por Eliseu e quis dar algumas coisas para Eliseu de presente. Eliseu recusou aqueles presentes. Geazi foi atrás da prata oferecida, pois desejou tudo aquilo que deveria ter sido dado a Eliseu. Geazi acabou ficando com a lepra que tinha sido tirada de Naama. Veja que toda cobiça, que é o desejo de ter algo que não deve lhe pertencer, foi castigada por Deus. Esses exemplos mostram claramente que não podemos subestimar o nosso coração. Tem gente que fala que tem controle sobre a situação. Tal pessoa se diz imune a certos pecados. Mas ao falar desta maneira tal pessoa já mostrou que já está seduzida por algum pecado do coração.
É o que aconteceu com o Jovem Rico na parábola que lemos. Aquele jovem se sentia um cumpridor da Lei. Mas Jesus lhe pede para vender tudo e dar aos pobres. O que o jovem fez? Ele se entristeceu com aquilo e foi embora. Era dele, ele não era obrigado a dar. Mas Jesus quis testar o seu coração. Interessante que ali, como o nosso catecismo, Jesus não cita claramente o décimo mandamento: não cobiçarás. Por que isto acontece? Por que Jesus quer mostrar que o coração do jovem rico não estava para Deus, mas sim para si mesmo. Seu desejo estava para as suas coisas e não para o reino de Deus. Era mais importante o seu próprio reino. Os mandamentos falam ao coração, especialmente o décimo. O coração do jovem rico estava longe de Deus. Jesus havia dito antes em Mateus 6.21: Pois onde estiver o teu tesouro, aí também estará o seu coração.
O desejo sem freios e mau do coração é idolatria. Ele afasta uma pessoa de Deus para que sirva a outros deuses. Uma das grandes tentações de alguém na Bíblia é querer se tornar rico. Jesus mostra como viver para ficar rico, ou seja, sem contentamento pelo que tem, é idolatria. Ele disse que não podemos servir ao mesmo tempo ao deus Mamon e o Deus da Bíblia. São opostos. Ou alguém vai servir a um ou vai servir ao outro. Por isso Jesus disse: Cuidado! Fiquem de sobreaviso contra todo tipo de ganância; a vida de um homem não consiste na quantidade dos seus bens (Lc 12.15).
A Bíblia está o tempo todo mostrando que jamais podemos subestimar o nosso coração, mas que devemos odiar de todo o coração todos os pecados e amar toda a justiça. O catecismo na resposta 113, que reflete a Palavra de Deus, está mostrando que não apenas devemos odiar os atos pecaminosos, mas que devemos odiar os pensamentos pecaminosos.
Talvez durante as pregações sobre a lei você pensou em outra pessoa que comete tal e tal pecado da lei. Talvez você pensou:_Esta pregação é para aquela pessoa! Temos a tendendencia de olharmos para o outro sempre. Mas agora o décimo mandamento não lhe deixa escapatória: Em seu coração moram todos os tipos de pecados contra a Lei. Você não pode escapar de nenhum deles!
Então, o que Deus, pelo décimo mandamento, quer que façamos? Ele quer que odiemos todos os pecados. Eles começam no coração. Com podemos odiar este pecado? Com a ajuda da Palavra de Deus e do Espírito Santo. Esses meios graciosos devem treinar nossos corações para renunciarmos a cobiça, a ganância, o ciúme e o descontentamento.
Qual é a duração desta luta? Isto é uma luta para toda a vida. Não ache que já está tudo bem porque você vem a igreja e entrega as tuas contribuições. Deus te chama a lutar contra as tuas imperfeições. Ele manda você lutar com a Palavra de Deus e o Espírito santo contra os desejos do teu coração.
Agora, a pergunta 114 fala que os mais santos nesta vida tem um pequeno início desta obediência.
Será que isto é um desencorajamento para lutarmos contra os pecados do coração? Não!  Pelo contrário! Os falsos crentes dizem: ok! Sou imperfeito de qualquer jeito então vou continuar pecando! Os falsos crentes não querem saber de lutas e sofrimentos. Mas os verdadeiros crentes sabem que são imperfeitos. Sabem que tem apenas um princípio de obediência. Mas eles estão com um desejo. Um desejo sem freios por: lutar todos os dias. Lutar para viver em conformidade com a Santa vontade de Deus!
Você está lutando para viver em conformidade com a vontade de Deus? Os verdadeiros crentes não estão satisfeitos com a maneira como é sua obediência. Perceba, os que se afastam de Deus estão insatisfeito com a vida e as coisas que Deus deu para elas. Mas, os que se aproximam de Deus estão insatisfeitos com a sua fraca obediência aos mandamentos de Deus. Eles são mendigos que estendem os braços esperando um pouco de pão. Eles estão levantando as mãos para o céus e rogando mais e mais da graça de Deus. Como um filho que quer agradar o pai, os filhos de Deus estão desejando agradar o seu Pai que está nos céus. É assim a vida de santificação!
Eles estão orando diariamente. Eles estão fugindo do pecado. Eles estão apegados a Palavra de Deus diariamente. Eles estão famintos pela Palavra de Deus.
É justamente para estimular que os crentes vão viver atras destas boas coisas, que Deus nos manda que vamos pregar os Dez Mandamentos! E faremos isto ano após ano, enquanto o Senhor nos permitir!
As razões para pregarmos os mandamentos podem ser encontradas na resposta 115.
– Pregando a Lei você conhecerá a sua própria natureza. Paulo fala que a Lei é como um espelho. Esse espelho revela como está o seu coração. Paulo diz como não conheceria a cobiça se a lei não tivesse dito: não cobiçarás (Romanos 7.7). O senso de pecado deve nos dirigir a Cristo e seu perdão. Esta é uma das funções da Lei: que seu coração será balançado e você vai correr para Jesus.
– Outra função da Lei é que você não vai descansar nunca em sua vida. Você é chamado a se esforçar para ser renovado, pela operação do Espírito Santo, a imagem de Cristo. A imagem de Cristo é o obejetivo nesta vida que só será uma realidade plena na vida que haverá de vir.
A boa notícia que temos quanto aos mandamentos é que Cristo deixou a sua glória, não se apegando as suas riquezas divinas, para por um tempo viver debaixo da Lei. Ele cumpriu perfeitamente toda a Lei. Isto é a garantia de que um dia seremos perfeitos. A boa obra que Ele começou em nós Ele vai terminar. Cristo está nos aperfeiçoando pela lei. Ele escreveu esta lei em nossos corações. Então, que vivamos para Ele. Que o nosso desejo principal seja: ser como Ele é. Graças a Ele que temos a certeza que nosso esforçar não é vão. Somos mais que vencedores em Cristo! Que o nome d'Ele seja exaltado desde agora e para sempre! Amém!
Sermão preparado pelo Rev. Adriano Gama sobre a doutrina bíblica ensinada no Catecismo de Heidelberg, Dia do Senhor 44 

Textos: Êxodo 20.17 e Dia do Senhor 44 Leitura: Romanos 7.7-25

 Amada Congregação do Senhor, Chegamos no final da exposição dos Dez Mandamentos. Dez divisões do Catecismo foram dedicadas ao ensino sobre os Dez Mandamentos, as Palavras da Aliança de Deus com Seu povo. E no Décimo Mandamento temos o resumo do desejo de Deus expresso em toda a Lei. O Décimo Mandamento exige de nós: “Não cobiçarás a casa do teu próximo. Não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem seu servo, nem sua serva, nem seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que pertença ao teu próximo” O Mandamento fala fortemente sobre o Não Cobiçar. Então, temos que entender o sentido das palavras cobiça e cobiçar para aprender o desejo de Deus no Mandamento. Sendo assim, o que é a cobiça? Não é algo material, algo que você não pode tocar com as mãos. Cobiça é algo que se sente no coração. Cobiça é um sentimento. E o que é cobiçar? Cobiçar é um forte desejo, querer, ansiar, anelar, alguém ou algo. Cobiçar é ter cobiça no coração. E na Escritura a palavra “conbiçar” não é usada todas as vezes num sentido mal. Por exemplo: O próprio SENHOR Deus no Sl 132.13,14 desejou muito a Sião ao ponto de escolher Sião como Sua morada. A palavra “preferir” no Sl é um sinônimo de cobiçar. Outro exemplo: O SENHOR Deus deu forma a certos elementos da criação para despertar no homem o desejo, a cobiça (veja Gn 2.9): “Do solo fez o SENHOR Deus brotar toda sorte de árvore agradáveis à vista e boas para o alimento;”. Essa palavra “agradáveis” vem da palavra “cobiçar”. Mais um exemplo: Deus permite você se casar, ter um emprego, possuir seus bens, se alimentar, ter um ofício na igreja, ou qualquer outra coisa! E como você poder ter tudo isso sem a cobiça, sem um desejo forte? Todas essas coisas são frutos de um desejo! Na verdade, todos nós somos motivados por nossas fortes cobiças! Então, Deus no Décimo Mandamento não proibe o desejo, a cobiça em si. Pelo contrário, Deus mandou você crescer e multiplicar, encher a terra, dominar e desenvolver a Criação. O SENHOR Deus quer que você tenha um bom cônjuge, um bom emprego, uma casa, uma empresa, uma boa vida com coisas boas para seu prazer. Então, não é o alvo da do Décimo Mandamento proibir o cobiçar, o desejar, pois este sentimento em si não é pecado! Agora, amada congregação, o que Deus deseja no Décimo Mandamento? Proclamo a você a resposta de Deus a esta pergunta: Deus deseja que você deteste o pecado e se contente na justiça dEle: Deus expressa esse desejo no Décimo Mandamento Deus sabe a incapacidade que você tem para cumprir Seu desejo Deus auxilia você a cumprir o desejo dEle 2 1. Deus deseja que você deteste o pecado e se contente na justiça dEle: Deus expressa esse desejo no Décimo Mandamento Amados irmãos, o que Deus exige no Décimo Mandamento? A passagem é clara e forte: “Não cobiçar a casa do seu próximo”. Deus NÃO quer que você tenha um desejo mau por aquilo que pertence ao seu próximo. O texto fala “casa”, mas o sentido não é o imóvel, mas o lar, ou seja, o cônjuge, seus empregados, os bens, “coisa alguma que pertença” ao seu próximo! A cobiça malígna é a geradora dos pecados contra o seu próximo. É bom você lembrar como o pecado é concebido no coração do homem. Veja dois textos da Escritura. O texto de Gn 3.6 mostra o processo da Queda, a Escritura diz: “Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar conhecimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu”. Perceba, o coração de Eva desejou ardorosamente o fruto que Deus proibiu ela comer. Eva e Adão se entregaram a esse desejo mau, a cobiça má! E qual a consequência? Pecado, o primeiro pecado! E saiba que a palavra “desejável” em Gn 3.6 vem da palavra “cobiçar” que encontramos em Êx. 20.17. Outro texto é Tg 1.14,15 (veja por favor). Tiago, pelo Espírito Santo, lança mais luz sobre como o pecado é concebido no coração do homem. Tiago disse: “Ao contrário, cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte”. A palavra “cobiça” é a tradução grega da mesma palavra em Êx 20.17: “não cobiçarás”. Perceba que a Escritura mostra que sem a cobiça não há como o pecado nascer. Todo tipo de desrespeito as autoridades, assassinatos, violências, adultérios, defraudações, difamações, nascem de um sentimento de cobiça má. Por isso, não é a toa que Deus fecha os mandamentos dando o imperativo da graça: “Não cobiçarás!” SE você evita a cobiça danosa você mostra que quer cumprir a vontade de Deus, pois a cobiça danosa é um sentimento contrário ao amor ao próximo! E se é contrário ao amor ao próximo é contrário a toda a Lei, pois o cumprimento da Lei é o amor! O Apóstolo Paulo, cheio do Espírito Santo, disse em Rm 13.10: “O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor”. Quem ama o próximo tem cumprido a Lei. Veja, meu irmão, o Desejo de Deus ao dar o Décimo Mandamento é que Seu povo viva plenamente o amor, viva a Lei, viva a Sua Vontade santa, justa e boa! E para viver assim você deve DETESTAR qualquer pensamento que mova seu espírito com uma cobiça danosa e que pente ao prejuízo do seu próximo! Agora, não podemos pensar que a cobiça danosa é um sentimento que vem somente antes dos pecados contra o próximo. Os textos de Gn e Tg mostram que a cobiça antecedeu os pecados que praticamos! … Isto mostra a profundidade do Décimo Mandamento! Por isso, o Catecismo, com base na Palavra, não se refere somente o detestar os pecados que ofendem o nosso próximo, mas apresenta o nosso dever de “sempre detestar de todo coração a todo o pecado e, nos deleitar em toda a justiça” (DS 44, R 113). Então, podemos dizer que da idolatria ao desejar o lar do próximo temos a cobiça danosa. Sendo assim, quando lutamos para comprir o Décimo Mandamento estamos lutando para detestar o pecado e se contentar na vontade do SENHOR. 3 2. Deus deseja que você deteste o pecado e se contente na justiça de dEle: Deus sabe a incapacidade que você tem para cumprir seu desejo Meu irmão, note que não estou perguntando se você cumpre perfeitamente a Lei. Deus sabe dessa icapacidade dos seus servos. O Dom da Lei não foi dado por que o povo de Deus fosse capaz de cumprir perfeitamente a Lei. Deus revela essa verdade na Escritura. Obediência perfeita a Lei é impossível nessa vida até mesmo para os homens mais santos. A Escritura mostra que até o Apóstolo Paulo, um grande apóstolo do SENHOR, sentia-se incapaz de cumprir perfeitamente o desejo de Deus revelado na Lei. O Apóstolo ao ouvir a Lei de Deus conheceu a vontade de Deus: “Não cobiçarás”. Mas, a Lei despertou nele toda sorte de concupiscência (cobiça malígna). Paulo pela Lei percebeu sua pecaminosidade e, assim, viu e reconheceu sua incapacidade para cumprir o desejo de Deus revelado no Mandamento. Por isso, com base na Escritura, confessamos no Catecismo, que até mesmo os mais santos servos de Deus, ou seja, aqueles que foram santificados e justificados em Cristo, são incapazes e “só têm um leve começo dessa obediência” aos mandamentos do SENHOR. Agora, meu irmão em Cristo, saiba que você deve reconhecer a sua incapacidade diante da Lei. Mas, você não pode achar que esse incapacidade plena para OBEDECER os mandamentos de Deus. O Espírito Santo, na experiência do apóstolo, mostra que aqueles que foram salvos por Jesus Cristo podem já provar nessa vida “um leve começo dessa obediência”. Veja o que o Apóstolo diz (Rm 7.15): “Porque nem mesmo compreendo o meu próprio modo de agir, pois não faço o que prefiro, e sim o que detesto!” O que o Apóstolo preferia com a mente? OBEDECER o desejo de Deus revelado na Lei! O que o Apóstolo detestava? O pecado, a desobediência ao Mandamento do Senhor! O Apóstolo, em Cristo, já provava nesta vida “um leve começo dessa obediência” que Deus deseja no Mandamento: O Detestar o pecado e o deleitar-se na justiça de Deus! Uma pessoa que está fora de Cristo pode até reconhecer a sua incapacidade diante da Lei. Mas, tal pessoa é totalmente dominada pelo pecado: alma e corpo. Sua mente e seu corpo servem de livre e espontânea vontade aos seus pecados. O coração dela olha para o pecado de modo natural. O homem fora de Cristo Jesus não sente nenhum conflito em sua mente que o leve a detestar seus pecados e que o leve a se satisfazer na Lei de Deus. Mas, aqueles que foram libertados por Cristo Jesus não são assim. Eles, pela obra do Espírito e da Palavra, sentem nos seus pecados sua incapacidade de cumprir a Lei e sentem na mente o desejo de obedecer a Deus. Esses sentimentos criam um conflito nos corações dos filhos de Deus. Um conflito por que eles querem atender o desejo de Deus com todo o seu coração, alma, entendimento e força, mas percebem nas suas vidas a atuação do pecado. Por isso, um verdadeiro filho de Deus vai ter um conflito diário na mente, pois vai abominar os seus velhos pecados, seus velhos desejos maus, suas concupiscências enganosas! Os eleitos de Deus desejam e lutam já agora para cumprir o desejo de Deus. Isto é “um leve começo dessa obediência” aos mandamentos de Deus! Eu, em nome do SENHOR e pela Palavra de Deus, pergunto a você (isto inclui os membros batizados): Você tem sentido a sua incapacidade diante da Lei? Essa incapacidade tem criado em você um conflito? O qual o resultado desse conflito em sua vida? Você tem sentido o desejo de atender o desejo de Deus revelado em toda Lei? 4 Deus deseja que você deteste o pecado e se contente na justiça de dEle: Deus auxilia você a cumprir o desejo dEle Meu irmão em Cristo, o SENHOR Deus capacitou você, em Cristo, pelo poder do Espírito Santo e da Palavra, a buscar viver o desejo de Deus já nesta vida: O SENHOR Deus libertou você, deu a você um novo coração, seu Espírito Santo e os dons de Cristo. E Deus usa um poderoso instrumento para auxiliar você a cumprir o desejo dEle: A PREGAÇÃO DOS MANDAMENTOS DE DEUS! Veja a experiência de Paulo em Rm 7. Paulo sente pelas palavras da Lei o peso da sua pecaminosidade. O Apóstolo enfrenta a luta interna que é comum a todos os crentes em Cristo Jesus. Então, o apóstolo pela Lei vê como ele (em si mesmo) é um miserável pecador, e pela Lei o Apóstolo é levado a dar graças a Deus, por causa de Jesus Cristo, e a buscar somente em Cristo Jesus a Salvação da condenação eterna! Essas palavras do Apóstolo em Romanos mostram a importância da pregação dos mandamentos de Deus para a igreja. Por isso, a Igreja de Cristo, com base na Palavra de Deus, declara a importância da pregação dos mandamentos para igreja (veja o que o nosso catecismo diz no DS 44. P & R 115). Meu irmão em Cristo, esta declaração bíblica do Catecismo me leva a perguntar: Há quanto tempo você é membro da igreja? Há quanto tempo você está debaixo da pregação dos Mandamentos de Deus? Pela Escritura e pela confissão bíblica, não tem como um membro de Cristo ficar debaixo da pregação dos mandamentos e a sua vida ser como uma vida sem Cristo Jesus. Meu irmão, digo isso por que há membros da igreja que falam o tempo todo: “Sou miserável pecador”, mas não passa disso a confissão deles! A vida deles parecem não ter mudado nada durante todos os anos que estão debaixo da pregação: são cheios de idolatria, cheios de egoísmo, cheios de inveja, cheios de ódio, são descontentes com Deus, ou seja, cheios de concupiscências carnais! Cadê a obra do Espírito Santo na vida desses crentes? Cadê o resultado da Pregação dos Mandamentos em suas vidas? Cadê a vida segundo a imagem de Deus, uma vida onde se mostram a justiça e a retidão procedentes da verdade? Meu irmão em Cristo, qual a mudança real a pregação dos mandamentos tem feito em sua vida? Meu irmão em Cristo, hoje acabou-se mais uma série de pregações dos mandamentos de Deus. Então, vamos orar para que essas pregações surtam efeito em nossa vida como povo de Deus! Vamos orar para que o Espírito Santo e a Palavra opere poderosamente em nossos corações nos capacitando cada vez mais a obedecer o desejo de Deus e a se deleitar na Sua santa, e justa, e boa Vontade! Vamos orar para buscarmos e descansarmos sempre na Justiça de Cristo Jesus. O Senhor Deus chama você a continuar orando a Deus, para que a graça do Espírito Santo, em Cristo, seja cada vez mais abundante em sua vida, moldando você cada vez mais conforme a imagem de Deus em Cristo Jesus! O SENHOR Deus quer que você o ame de todo o caração a Ele e ao seu próximo, por isso, cumpra com alegria o DESEJO DE DEUS: Deteste de todo coração o pecado e se contente na justiça de d'Ele.

quarta-feira, 29 de maio de 2019


 

 

 






[i]Esperando em Deus

O Senhor não demora em cumprir a sua promessa, como julgam alguns. Ao contrário, ele é paciente com vocês, não querendo que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento.
−2 Pedro 3.9

ALGUMAS vezes Deus adia as respostas às orações. Ele não faz isso para destruir ou abandonar o seu povo. Pelo contrário, ele o faz para ser mais generoso ao cumprir suas promessas. Paulo nos diz que Deus “é capaz de fazer infinitamente mais do que do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós” (Ef 3.20). Portanto, Deus quer que sejamos pacientes durante a espera, convictos de que ele nos dará até mais do que prometeu.
A natureza humana nos faz tão perversos e excessivamente seguros de nós mesmos que desconfiamos das promessas de Deus e ignoramos suas ameaças. Porque a punição não chega imediatamente, não levamos suas advertências a sério. As pessoas insensatas ouvem que o pecado trará julgamento e punição, mas simplesmente não reagem dizendo: “isso não acontecerá por um longo tempo. Enquanto isso, eu queria ter muito dinheiro em que confiar”. Contudo, Deus deseja que temamos suas advertências e esperemos pelo cumprimento das suas promessas. É claro que isso só pode ser feito se tivermos fé.
As pessoas do mundo não dão a mínima importância para as advertências de Deus. Para elas, os avisos divinos são tão sérios quanto um ganso sibilando em seus ouvidos. Contudo, Deus é paciente. Ele adia o cumprimento tanto de suas promessas quanto de suas ameaças. Isso não significa que ele está mentindo. No fim, Deus punirá o perverso e dará bênçãos maiores e mais ricas ao fiel por causa da demora. Ele certamente virá.
Os ímpios não temem a Deus, não creem nele, não esperam nele e nem mesmo se importam com ele. Os cristãos, por outro lado, estão atentos às advertências de Deus e confiam em suas promessas.   



[i] Lutero, Martinho, 1483-1546. Somente a Fé: um ano com Lutero/Martinho Lutero; editado por James C. Calvin; traduzido por Meire Portes Santos. – 1. Ed. – Viçosa, MG: Ultimato, 2014, pg. 157.