segunda-feira, 26 de novembro de 2012

As Consequências da Pregação do Evangelho no Coração e Vida dos Homens



Leitura: João 10.1-21
Texto: João 10.19-21

Amada congregação do Senhor e demais ouvintes,

Os Cânones de Dort, uma das confissões das Igrejas Reformadas ensinam a necessidade da proclamação do Evangelho para a salvação do homem. Esse ensino está em 4 de seus 5 capítulos. Os Cânones ensinam também, nos mesmos 4 de seus 5 capítulos, que onde o evangelho de Cristo for pregado haverá um duplo resultado: Rejeição ou Aceitação.
Os Cânones de Dort somente afirmam o que a Escritura diz quanto a necessidade de proclamação do Evangelho; e, o que a Escritura diz sobre o duplo resultado dessa proclamação. A Escritura diz que a Palavra de Deus não volta vazia. A Palavra de Deus endurece ou amolece o coração de seus ouvintes. A Palavra de Deus dá luz ou cega os olhos do homem. A pregação do Evangelho sempre resultará em um duplo resultado: Morte ou vida.
A passagem de João 10.19-21 é mais um exemplo desse duplo resultado causado pela pregação do Evangelho. Jesus pregou aos seus ouvintes o Evangelho do bom pastor. Mas, qual foi o resultado da pregação de Jesus? O resultado foi divisão.
A visão de um Jesus que divide é considerada uma blasfêmia por muitos cristãos. Mas, o Evangelho de João mostra que Jesus dividiu os judeus, dividiu o mundo! Então, no meio de um mundo “cristão” que não conhece o Cristo, precisamos ouvir Jesus falar. Por isso, ouçam a Palavra de Deus no seguinte tema:

O Evangelho do bom pastor divide os homens, trazendo juízo para os rebeldes e salvação para os crentes.

Amados irmãos e irmãs, lembrem-se do contexto de nossa passagem que começa no capítulo 9 de João:
Jesus havia curado o cego de nascença que era mendigo. Jesus fez todo mundo ver o Seu poder para curar um cego. Um milagre nunca visto antes e que não poderia ser escondido (João 9.1-7).
O cego que teve os olhos abertos abriu a boca também. Quando perguntado, Ele começou a dizer quem o havia curado: “Foi o homem chamado Jesus que me curou!” (João 9.8-12).
A cura desse cego chamou a atenção do povo e dos fariseus. O coitadinho do ex-cego foi levado aos fariseus (João 9.13). Os fariseus mesmo vendo que o cego passara a ver, não aceitaram a cura do cego. Não aceitaram o óbvio e incontestável milagre feito por Jesus.
O que os fariseus fizeram então?
Os fariseus oprimiram o ex-cego no objetivo de fazê-lo negar Jesus. Sem sucesso, os fariseus expulsaram o ex-cego da comunhão do povo, pois, haviam decidido que, “se alguém confessasse ser Jesus o Cristo, fosse expulso da sinagoga.” (Jo 9.22).
O SENHOR Jesus soube que o ex-cego foi expulso da comunhão dos judeus. Então, Jesus buscou Sua ovelhinha que Ele havia curado da cegueira. Ao encontrar o ex-cego, Jesus se revelou a ele como sendo o Filho do Homem, o Cristo. O ex-cego viu, ouviu, creu, confessou e adorou Jesus como o Cristo (João 9.35-38).
Depois da profissão de fé feita pelo ex-cego, então, Jesus afirmou uma mensagem perturbadora (por favor, veja o v. 39): “Prosseguiu Jesus: Eu vim a este mundo para juízo, a fim de que os que não vêem vejam, e os que vêem se tornem cegos”. Vejam que Jesus afirmou que Ele veio para juízo. Em certo sentido, já vemos o duplo resultado da pregação aqui: O mesmo Jesus dá a visão e dá a cegueira espiritual!
Os fariseus incrédulos entenderam que Jesus lhes acusou de serem cegos espirituais (veja João 9.40). O que Jesus fez? Jesus não voltou atrás, não desconversou, mas afirmou (veja João 9.41): “Respondeu-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado algum; mas, porque agora dizeis: Nós vemos, subsiste o vosso pecado”. Pronto. Agora temos mais um conflito declarado!
Foi nesse contexto de conflito que Jesus passou a falar uma “parábola” (João 10.1-18). Essa parábola tinha dentro dela o Evangelho do Bom Pastor que dá a vida pelas ovelhas dEle. Jesus explicou que Ele era o legítimo Pastor de Israel. O Pastor prometido pelos profetas. O Eu Sou que veio pastorear e reunir em só rebanho todas as ovelhas. Essas ovelhas que estavam em Israel e no mundo. Jesus falou, clara e diretamente, que veio para cumprir a missão que o Pai deu a Ele. Que missão é essa? Morrer e ressuscitar a fim de salvar as ovelhas dEle. Assim, Jesus se revelou como o Bom Pastor que dá a vida em favor de Suas ovelhas.
Agora, qual foi o resultado dessa mensagem, dessa palavra de Jesus?
Por favor, veja João 10.19: “Por causa dessas palavras, rompeu nova dissensão entre os judeus”. Notem que não mais o milagre dividiu o povo (os fariseus e outros que ouviam as palavras de Jesus). Agora “as palavras” de Jesus, o Evangelho do Bom Pastor, criaram uma nova divisão entre os judeus. Era nova divisão por que o Evangelho de Jesus já havia causado outras divisões antes (por exemplo, em João 7.37-43,44).
Agora, que nova divisão foi essa?
Veja os versos 20,21: “Muitos deles diziam: Ele tem demônio e enlouqueceu; por que o ouvis? Outros diziam: Este modo de falar não é de endemoninhado; pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos?”.
A pregação de Jesus revelou dois grupos. O primeiro, o grupo dos blasfemadores incrédulos. O segundo, o grupo dos crentes.
Saibam que o evangelho não transforma homens em blasfemadores. O Evangelho apenas revela os blasfemadores. O Evangelho de Jesus revelou quem eram os rebeldes contra o Filho de Deus.
Os rebeldes não economizavam palavras para blasfemar contra Cristo Jesus. Os rebeldes acusavam Jesus de ser endemoninhado e louco. Os rebeldes blasfemavam dizendo que o poder de Jesus vinha do diabo. Essa afirmação é a blasfêmia contra o Espírito Santo (Mateus 12.24). A blasfêmia contra o Espírito é uma rebelião e a negação consciente que Jesus é o Cristo. Essa blasfêmia é tão abominável que não tem perdão. É tão abominável a Deus que nem devemos orar por aqueles que a cometem (1 João 5.16,17).
Outro detalhe é que o Evangelho do Bom Pastor não tem sentido para os blasfemadores. Pois, notem que os muitos disseram: “Ele [se referindo a Jesus] ... enlouqueceu”. Essa incapacidade de entendimento dos incrédulos nos lembra as palavras do apóstolo Paulo que disse (1 Coríntios 2.18): “Certamente, a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus.” O Evangelho sempre será loucura, não terá lógica, sentido, para quem se perde na sua rebeldia. Isso é o que diz a Palavra.
Os blasfemadores, além de blasfemarem e não verem sentido no Evangelho tentarão afastar os outros de Cristo Jesus. Notem que eles disseram: “... por que o ouvis?”. Por que vocês dão atenção a esse endemoninhado e louco? Os blasfemadores e rebeldes não desejam ficar sozinhos debaixo da ira de Deus. Eles querem fazer discípulos para si, afastando as pessoas da Palavra de Cristo Jesus.
Agora, outro grupo foi revelado pela Palavra de Cristo. O grupo dos crentes (veja o v. 21): “Outros diziam: Este modo de falar não é de endemoninhado; pode, porventura, um demônio pode abrir os olhos aos cegos?” As perguntas feitas não expressavam dúvidas. Mas, as perguntas eram como afirmações. Talvez afirmações tímidas. Pois, os crentes naquela atmosfera de perseguição, a semelhança dos pais do ex-cego, a semelhança de Nicodemos que era um crente secreto, temiam serem expulsos da sinagoga. Porém, de fato, as perguntas feitas eram perguntas retóricas. As perguntas afirmavam que Jesus não era um endemoninhado. Para os crentes, as palavras de Jesus não era uma mentira do diabo. As palavras de Jesus era a verdade, era o poderoso Evangelho da Salvação, o verdadeiro Evangelho do Bom Pastor que deu Sua vida em favor das ovelhas d’Ele.
O Evangelho de Cristo Jesus revelou os dois grupos:
Primeiro, revelou quem eram os cegos espirituais. Todos os blasfemadores e incrédulos são revelados pelo Evangelho. Estes blasfemam contra Cristo, não enxergam o sentido do Evangelho e querem levar outros a não crerem no Bom Pastor, Jesus.
O segundo grupo, os crentes que reconhecem Cristo e Seu evangelho, são aqueles que receberam de Cristo a visão espiritual para enxergarem o Evangelho do Bom Pastor. Os crentes não duvidam que Jesus deu sinais que revelam que Ele é o Salvador, o Bom Pastor Prometido.
O Evangelho de Cristo Jesus surtiu um duplo resultado nos seus ouvintes: Cegueira e Visão. A cegueira foi confirmada nos blasfemadores rebeldes e incrédulos. A visão foi dada a outros que passaram a enxergar (reconhecer) Jesus como o Cristo.
Aqui vemos o fim desse conflito gerado pela pregação Evangelho do Bom Pastor. Os rebeldes continuaram blasfemando e levaram o Bom Pastor até a Cruz Maldita. A blasfêmia deles não prevaleceu e o assassinato de Cristo não pôs fim à vida do Bom Pastor. Jesus venceu a morte. Ele deu a vida em favor das ovelhas d’Ele. Jesus ressuscitou ao terceiro dia. Ele hoje está à direita de Deus. De lá Jesus tem também mantido o Seu rebanho e tem pastoreado a Sua igreja através da Palavra e do Espírito. Nesse pastoreamento Jesus usa os seus ministros e presbíteros (1 Pedro 5.1-4).


Conclusão:

Amados irmãos e irmãs, notem que o apostolo João chamou a atenção para as palavras de Jesus primeiro. O milagre somente é mencionado depois (é a pergunta final do v. 21). Isso mostra a ênfase na Palavra de Jesus. A pregação é quem divide. O milagre apenas sela a Palavra de Cristo que divide.
Essa ordem de colocar a palavra na frente do milagre deve nos chamar atenção.
Por quê?
Porque até o diabo pode operar de milagres!
O diabo tem interesse em operar milagres, mas para enganar. Porém, o diabo não tem o interesse de pregar o Evangelho de Cristo. O diabo até prega por meio de Seus ministros do engano. Mas, o diabo prega a mentira, o falso evangelho. O diabo não prega o verdadeiro Evangelho, a Palavra que leva as pessoas a confiarem somente em Cristo para salvação pela fé.
As palavras de Jesus são um alerta para todos que ouvem o Evangelho. Jesus continua sua obra de dividir o mundo, para juízo e salvação. O Evangelho do Bom Pastor ainda está sendo pregado na terra. Onde o evangelho é fielmente pregado, então, o duplo resultado se revelará:
Ou você se arrependerá, confiará, adorará e seguirá somente a Cristo, o Bom Pastor. Ou, você não confiará somente n’Ele e se manterá rebelde contra o Filho de Deus. Ou você atende a voz de Cristo, ou, permanece atendendo o seu coração egoísta, autoconfiante, incrédulo e perdido em pecado.
Não existe um ponto neutro no mundo. Ou você está no grupo dos blasfemadores e incrédulos rebeldes; ou, você está no rebanho de Cristo, ou seja, pela verdadeira fé e graça de Deus, confia somente em Jesus para Sua salvação.
O Bom Pastor alerta você que ainda não vive pela fé n’Ele. Jesus está dividindo o mundo com Sua Palavra. Ainda há salvação para os homens. Porém, vai chegar o Dia quando o Bom Pastor vai, definitivamente, separar as ovelhas Suas dos bodes. Esse Dia será terrível. Este dia será o retorno do Bom Pastor. Naquele Dia Jesus separará as Suas ovelhas dos cabritos (Mateus 25.31-33). As ovelhas, Jesus colocará à sua direita. Os cabritos serão colocados à sua esquerda. As ovelhas ouvirão a amorosa, consoladora e esperada voz do Seu Bom e Amado Pastor que dirá a elas: “Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo.” Essa será a voz mais consoladora e a maior felicidade que um ser humano poderá ouvir e provar. A salvação em Cristo Jesus consumada. Porém, Jesus disse que os cabritos ouvirão do Bom Pastor das ovelhas o seguinte (Mateus 25.41): “Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eteno, preparado para o diabo e seus anjos”. Essa será a voz mais terrível e a maldição mais pesada que qualquer ser humano pode ouvir e provar.
Pergunto:
Qual voz você quer ouvir naquele dia?
A voz do Bom Pastor ou a voz dos blasfemadores rebeldes?
Em que grupo você está?
Qual o resultado a pregação de Cristo em você?
Você permanece fora do rebanho, ou seja, se mantém rebelde contra o Filho, não vendo sentido no Evangelho, não confiando que você somente é Salvo em Cristo? Ou, você diz como o ex-cego e ouvintes crentes de Jesus: “Creio, Senhor! Tuas palavras são verdadeiras. Tu és o Cristo! Somente em Ti confio para ser salvo da ira de Deus?
Não há dúvida. Você pertence a um dos grupos que o Evangelho revela. Não fique em dúvida quanto a isso! Agora, tenha certeza que o Bom Pastor, Jesus Cristo, fala a você hoje! Sabe como? Por essa pregação! Saiba que por meio da pregação fiel Jesus, o Bom Pastor, fala ao homem. Jesus diz a você: Eu sou o bom pastor que dei minha vida em favor da salvação de minhas ovelhas! Ouça a minha voz, o Evangelho da Graça de Deus, confesse seus pecados, negue-se a si mesmo, siga-me! Fora de mim não há salvação.
Jesus não se alegra na morte do pecador. Mas, Ele não vai deixar de aplicar Seu juízo sobre os rebeldes e impenitentes. Não resista, mas creia em Cristo para a vida eterna. Creia e seja salvo, ou salva da Ira de Deus. Faça isso hoje e não amanhã. Como Deus declara no Salmo 95.7,8: “... Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o coração”. Faça isso agora e não depois, O Evangelho do bom pastor divide os homens, trazendo juízo para os rebeldes e salvação para os crentes. Amém.

Sermão preparado pelo Rev. Adriano Gama sobre João 10.19-21.

_________________________________________________________________________________

João

10.1   Em verdade, em verdade vos digo: o que não entra pela porta no aprisco das ovelhas, mas sobe por outra parte, esse é ladrão e salteador.

10.2   Aquele, porém, que entra pela porta, esse é o pastor das ovelhas.
10.3   Para este o porteiro abre, as ovelhas ouvem a sua voz, ele chama pelo nome as suas próprias ovelhas e as conduz para fora.
10.4   Depois de fazer sair todas as que lhe pertencem, vai adiante delas, e elas o seguem, porque lhe reconhecem a voz;
10.5   mas de modo nenhum seguirão o estranho; antes, fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.
10.6   Jesus lhes propôs esta parábola, mas eles não compreenderam o sentido daquilo que lhes falava.
10.7   Jesus, pois, lhes afirmou de novo: Em verdade, em verdade vos digo: eu sou a porta das ovelhas.
10.8   Todos quantos vieram antes de mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não lhes deram ouvido.
10.9   Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem.
10.10   O ladrão vem somente para roubar, matar e destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância.
10.11   Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas ovelhas.
10.12   O mercenário, que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo, abandona as ovelhas e foge; então, o lobo as arrebata e dispersa.
10.13   O mercenário foge, porque é mercenário e não tem cuidado com as ovelhas.
10.14   Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas, e elas me conhecem a mim,
10.15   assim como o Pai me conhece a mim, e eu conheço o Pai; e dou a minha vida pelas ovelhas.
10.16   Ainda tenho outras ovelhas, não deste aprisco; a mim me convém conduzi-las; elas ouvirão a minha voz; então, haverá um rebanho e um pastor.
10.17   Por isso, o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para a reassumir.
10.18   Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la. Este mandato recebi de meu Pai.
10.19   Por causa dessas palavras, rompeu nova dissensão entre os judeus.
10.20   Muitos deles diziam: Ele tem demônio e enlouqueceu; por que o ouvis?
10.21   Outros diziam: Este modo de falar não é de endemoninhado; pode, porventura, um demônio abrir os olhos aos cegos?

domingo, 18 de novembro de 2012

10º Mandamento - O Coração da Lei: Deus quer ganhar o nosso coração, e quer que aprendamos a amá-lo e a amar o nosso próximo.


                                                                                                                    
[1]Texto: Dia do Senhor 44
[2]Leitura: Mateus 5: 21-30


Irmãos,


Hoje chegamos ao coração da lei do Senhor. O décimo mandamento é o coração da lei de Deus. Aqui Deus deixa bem claro o que Ele realmente quer: o nosso coração.
A lei de Deus não é só um livrinho cheio das regras para cumprir e mais nada.
Não, Deus quer mais. Deus quer ganhar o nosso coração com a lei dele.
Deus quer que nós aprendamos a amá-lo e a amar o nosso próximo.
E amar é uma coisa que nós fazemos com o nosso coração e não só com a nossa cabeça.
Há pessoas que fazem isso só com a cabeça deles. Eles têm uma boa memória e podem bem gravar as regras, que estão escritas. Não matarás, não adulterarás, não furtarás, etc. Eles conhecem as regras muitas bem e eles estão cumprindo todas estas regras formalmente, mas não cordialmente. Eles estão cumprindo a lei contra a vontade deles. Muitas pessoas vivem assim. E nenhum policial pode reclamar sobre isso. Se eu quiser matar uma pessoa, mas não fizer o juiz não tem nada para me julgar; Se um homem está olhando com desejo para minha mulher, só olhando, eu não posso fazer nada. Posso suspeitar daquele homem, mas não posso acusá-lo. Ele logo vai dizer: eu não FIZ nada.  É uma coisa igual quando uma pessoa está olhando e admirando o seu carro novo. Você pode pensar: ele quer roubar o meu carro. Mas se você for para a justiça dizendo: aquele homem quer roubar o meu carro. Ele logo vai dizer: o que? Eu não FIZ nada. Eu só olhei. Tenho a liberdade para olhar, não tenho? Sim, tem! Na nossa sociedade uma pessoa pode DESEJAR qualquer coisa sem problemas. A lei não proíbe isso. A lei só proíbe as ações ilegais, mas não os pensamentos ilegais. Só quando o juiz puder provar que uma pessoa já tinha um plano antes, ele pode julgar isso. Às vezes isso acontece com um assassino. Uma pessoa pode assassinar outra pessoa acidentalmente, sem querer. Mas há também pessoas que querem matar outra pessoa e que fazem um plano antes. Assim, assim, assim, no tal lugar, naquela hora. Se o juiz descobre isso o julgamento será mais pesado. Porque um homem que faz isso é depravado.
    Mas normalmente é muito difícil para um juiz descobrir o que esta no coração dum criminoso. E se ele pudesse ler os pensamentos de um criminoso, ele não poderia fazer nada sem prova; a única pessoa que pode julgar o coração é Deus.  Salomão não disse isso em 1 Reis 8:39 “se uma pessoa erguer as mãos para este Templo, escuta no céu onde moras, perdoa e age; retribui a cada um segundo seu proceder, POIS CONHECES SEU CORAÇÃO – ÉS O ÚNICO QUE CONHECE O CORAÇÃO DE TODOS.”
    Isso é uma coisa incrível. Deus conhece o coração de todos. TODOS. De todos vocês, aqui na igreja. Mas também de todas as pessoas fora da igreja, aqui em Recife, aqui no Brasil, aqui no mundo. Quantas pessoas existem neste mundo? Eu não sei. É demais para contar. Mas Deus sabe, ele conhece todas as pessoas, a vida deles e a coração deles. Deus é onisciente. Pode ler Salmo 139 para descobrir isso, mas há também outros textos. No livro de Provérbios capítulo 17:3 diz: A prata no forno, o ouro no crisol, mas é o Senhor que prova o coração; e Provérbios 21:2 Todo caminho do homem é reto aos seus olhos, mas o Senhor pesa os corações.
    Um juiz no tribunal só olha os fatos, ele não pode julgar os corações. Deus julga os dois: os fatos e o coração. Por causa disso o décimo mandamento é tão importante: pois o décimo mandamento vai decidir como estavam os nossos corações. A nossa vida pode parecer bonita para os vizinhos; não estamos fazendo coisas erradas ou criminosas. Tudo bem. Mas como está com o nosso interior? Ninguém pode ver isso. Nós podemos bem camuflar o nosso interior: os nossos pensamentos, os nossos planos, os nossos desejos. E especialmente quando queremos uma coisa má. Provérbios 12:20 diz: Há fraude no coração dos que maquinam mal.  Uma pessoa pode chegar com um sorriso grande, mas com o coração mau. Um vendedor pode te vender um carro quebrado com um sorriso falso. O exterior das pessoas não diz nada sobre o interior. Isso é o nosso problema: podemos ver só o exterior, mas não o interior. Só Deus pode.
    E por isso Deus nos deu este mandamento: para nos ensinar que não só as nossas ações são importantes, mas também o que está acontecendo no nosso coração; para que ninguém possa se desculpar diante de Deus. Talvez uma pessoa, ouvindo os primeiros nove mandamentos, possa dizer: fiz tudo isso. Cumpriu a lei de Deus, mas quando chegar ao décimo mandamento o scanner de Deus vai reagir logo. Provérbios 20:9 dizem: “Quem pode dizer: “Purifiquei meu coração, do meu pecado estou puro?”“. Quem pode dizer isso?”.
    Há pessoas que dizem isso. Há pentecostais rigorosos que têm coragem para dizer que Deus purificou o coração deles e que eles estão puros dos seus pecados. Eu não acredito nisso.  Isso é uma mentira. Quem diz isso não conhece seu próprio coração. Não conhece o poder do pecado na nossa vida; e não conhece o poder do diabo aqui na terra, ele não conhece a Palavra de Deus e não conhece  a palavra de Cristo que nos ensinou orar: “E perdoa-nos as nossas dividas como também nós perdoamos aos nossos devedores”. Isso é uma oração para todos os dias. Porque primeiramente devemos orar: “O pão nosso de cada dia dá-nos hoje”. Cada dia nós precisamos de pão. Sem pão não podemos viver; e cada dia nós precisamos de perdão, sem perdão não podemos viver eternamente. Temos que procurar um e outro.
Por que Jesus está nos ensinando isso, irmãos? Isso é uma oração só para os imperfeitos e não para os perfeitos? Podemos ser perfeitos? Os fariseus acharam que o homem poderia ser perfeito. O homem poderia conseguir cumprir a lei perfeitamente. Paulo era um fariseu. Sabe como ele julga sobre isso e sobre este perfeccionismo? Cuidado com os cães, cuidado com os falsos circuncidados! Eles confiam na carne. Eu também poderia confiar na carne: circuncidado ao oitavo dia, da raça de Israel, da tribo de Benjamin, hebreu filho de hebreus, quanto à lei, fariseu; quanto ao zelo, perseguidor da igreja; quanto à justiça que há na lei: irrepreensível. MAS! Mas o que era para mim lucro eu o tive como perda, por amor de Cristo. Mais ainda: tudo eu considero perda, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor. Perdi tudo para ganhar Cristo e em Cristo a justiça e Deus.
O que Paulo quer dizer com isso? Paulo quer dizer que o caminho dos “perfeitos” é um caminho falso. Parece certo, mas não é. Se os homens podem conseguir ser perfeitos, por que Deus ainda mandou Jesus Cristo para pagar a nossa culpa? Só Cristo era perfeito e Ele cumpriu a lei de Deus totalmente, formalmente e cordialmente; ele cumpriu a lei e conseguiu a justiça de Deus para todos que creem nele. O caminho da carne parece lucro, mas na realidade é lixo. Só Cristo pode nos dar a justiça e a salvação.
    E para mostrar isso: Jesus mesmo atacou a justiça dos fariseus; ele mostrou a eles, que eles não eram perfeitos! Eles acharam que eram perfeitos, mas na realidade não eram. Por isso Jesus pregou sobre os dez mandamentos. Podemos ler sobre isso em Mateus 5. Jesus primeiro fala sobre o mandamento e sobre a interpretação dos antigos e depois Jesus diz como ELE MESMO vai julgar. Foi dito aos antigos: Não matarás; e aquele que matar terá de responder no tribunal. EU, porém, vos digo: todo aquele que se encolerizar contra o seu irmão, terá de responder no tribunal. Então Jesus não só julga o resultado da raiva: matar, mas também a raiva mesma. O coração que está cheio de raiva.
    Assim também sobre o sétimo mandamento: Ouvistes que foi dito: Não cometeras adultério. EU. Porém vos digo; todo aquele que olha para uma mulher com desejo libidinoso já cometeu adultério com ela EM SEU CORAÇÃO. Então de novo: Jesus não só julga o fato de adultério, mas também o desejo libidinoso no coração.
    Um líder dos índios na Indonésia entendeu isso muito bem  por isso ele disse: prefiro as 7777 leis do nosso povo mais do que os dez mandamentos de Deus. Pois essas 7777 leis posso cumprir, mas a lei de Deus me manda entregar o meu coração.  Deus não nos manda cumprir só as regras. Não senhor, ele nos manda AMAR com todo o nosso coração. 
    O nosso coração é o centro do nosso corpo. O nosso coração é como o quarto do diretor duma empresa. As idéias e os planos são feitos no coração da empresa, no quarto do diretor; e ele manda os trabalhadores para realizar os seus planos e desejos. É igual na nossa vida: o que fazemos foi preparado no nosso coração. Por isso Jesus pôde dizer uma vez (Mateus. 15,10-20): “Ouvi e entendei! Não é o que entra pela boca que torna o homem impuro, mas o que sai da boca, isto sim o torna impuro!” “Isso quer dizer: o que sai da boca procede do coração e é isto que torna o homem impuro. Com efeito, é do coração que procedem más intenções, assassínios, adultérios, prostituições, roubos, falsos testemunhos e difamações. São essas coisas que tornam o homem impuro”. Por que o nosso coração é impuro.
    Cristo pregou tão rigorosamente para mostrar isso. E assim cada geração deve descobrir o seu coração pecaminoso. Por isso devemos pregar os dez mandamentos tão rigorosos. Só assim as pessoas vão descobrir a culpa deles diante de Deus; e quem descobre deve procurar perdão; deve procurar Cristo. E quando encontrar Cristo deve seguir e obedecer ao ensino dele, ficar um aluno, não só por um momento, mas por toda vida. E a igreja, e os pastores devem mostrar esse caminho aos membros e ao mundo e não encobri-lo. Há igrejas e pastores que levam a graça de Deus para todo mundo; Eles lançam as pérolas de Deus aos porcos, que não pedem. Muitas igrejas não falam serio sobre o arrependimento verdadeiro e necessário. Há igrejas que aceitam cada pessoa que levanta a mão se for crente ou não; há outras que acham que todo mundo será salvo. “Sorria, Deus te ama”, eles dizem isso para qualquer pessoa: crente e criminoso.
    A palavra de Deus não fala assim. Está escrito: “Todo aquele que crê no Filho tem a vida eterna, mas todo aquele que rejeita o Filho não verá a vida, pois sobre ele permanece a ira de Deus”.  Por isso o homem deve conhecer o seu estado, deve se converter e mostrar arrependimento sincero, procurar Cristo para ser salvo. E isso não para no momento que nós temos licença para visitar a santa ceia. Porque nós pecamos. Mas SEMPRE, por TODA A NOSSA VIDA, devemos buscar o perdão dos pecados em Cristo e a santificação pelo Espírito Santo. Sempre. Cada dia devemos orar. Quem faz isso?
Vocês oram cada dia. Bom! E Quem não? Porque não. Não precisa? Precisa! Por que Deus nos deu a oração: o Pai Nosso? Isso não é uma brincadeira.  Quem não pede, não recebe! Pode ler Salmo 32 sobre isso. Por isso é muito importante que nós aprendamos a falar com Deus. Ore! Pessoalmente e publicamente; Em casa e na igreja; Pois quem não pede, nada recebe!
Amem!
Sermão preparado pelo Pr. Abram de Graaf.



[1] Dia do Senhor 44

P.113. O que exige de nós o décimo mandamento?

R. Que nem o mais leve pensamento ou desejo contrário a quais-quer mandamentos de Deus jamais deveriam se levantar em nosso coração. Antes, devemos sempre detestar de todo coração a todo o pecado e, nos deleitar em toda a justiça.1 
1. Sl 19.7-14; 139.23, 24; Rm 7.7, 8.
P.114. Mas os que se converteram a Deus são capazes de guardar esses mandamentos perfeitamente? 

R. Não.
Pois até mesmo os mais santos nessa vida só têm um leve começo dessa obediência.1 Mesmo assim, eles começam a viver — com sincero fervor e propósito —não apenas segundo alguns mandamentos de Deus, mas conforme todos eles.2
1. Ec 7.20; Rm 7.14, 15; 1Co 13.9; 1Jo 1.8 2. Sl 1.1, 2; Rm 7.22-25; Fp 3.12-16.
P.115. Se nessa vida ninguém consegue obedecer perfeitamente os Dez Mandamentos, por que Deus manda que sejam pregados com tanto rigor? 

R. Primeiro, para que ao longo das nossas vidas possamos cada vez mais estar conscientes da nossa natureza pecaminosa, e assim buscarmos com mais fervor o perdão dos pecados e a justiça de Cristo.1
Segundo, para que, ao orarmos a Deus pela graça do Espírito Santo, jamais deixemos de batalhar para sermos cada vez mais renovados à imagem de Deus, até que após esta vida alcancemos o alvo da perfeição.2
1. Sl 32.5; Rm 3.19-26; 7.7, 24, 25; 1Jo 1.9. 2. 1Co 9.24; Fp 3.12-14; 1Jo 3.1-3.

[2]  Mateus 5.21-30:
“5.21 Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e: Quem matar estará sujeito a julgamento.
5.22   Eu, porém, vos digo que todo aquele que [sem motivo] se irar contra seu irmão estará sujeito a julgamento; e quem proferir um insulto a seu irmão estará sujeito a julgamento do tribunal; e quem lhe chamar: Tolo, estará sujeito ao inferno de fogo.
5.23   Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
5.24   deixa perante o altar a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando, faze a tua oferta.
5.25   Entra em acordo sem demora com o teu adversário, enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao juiz, o juiz, ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão.
5.26   Em verdade te digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo.
5.27   Ouvistes que foi dito: Não adulterarás.
5.28   Eu, porém, vos digo: qualquer que olhar para uma mulher com intenção impura, no coração, já adulterou com ela.
5.29   Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não seja todo o teu corpo lançado no inferno.”
5.30   E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te convém que se perca um dos teus membros, e não vá todo o teu corpo para o inferno.”

Amando a Deus Quando Honramos Nosso Próximo


[1]Texto: Dia do Senhor 43
[2]Leitura: Êxodo 20.16

Amada congregação do Senhor Jesus Cristo,

Vivemos tempos quando o dinheiro, o sucesso, o poder, parecem valer mais que o bom nome, a boa fama. Estamos nos tempos dos superstar que morrem de overdose e se prostituem nos seus palcos. Temos do mensalão. Quando vemos homens de alta posição, jogando nome deles na lama por causa de dinheiro, ou, de um projeto de poder.
Mas, a sabedoria que vem de Deus diz (Provérbios 22.1): “Mais vale o bom nome do que as muitas riquezas; e o ser estimado é melhor do que a prata e o ouro”. Possa ser que você não seja milionário, tenha prata e ouro. Mas, você tem algo que vale mais do que muitas riquezas, do que muito poder.
Que bem tão valioso é esse?
O bom nome, a boa fama, a boa reputação – diz o SENHOR.
Deus coloca a honra como um bem valiosíssimo. Um bem que vale mais que prata e ouro. A boa fama vale mais que muito poder.
No Nono mandamento Deus ordena preservarmos esse valioso bem, a honra. Por isso Ele ordena: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo”. Assim, Deus exige que não roubemos a honra de nosso próximo. A mensagem de Deus para nós hoje é:

Deus quer mostremos amor a Ele, amando a honra de nosso próximo.

João Calvino disse em certo lugar algo muito instrutivo sobre o Nono Mandamento. Ele fez uma comparação entre o Oitavo e o Nono Mandamento. O reformador disse que o oitavo mandamento amarra as nossas mãos. Para quê? Para não defraudarmos o bem de nosso próximo. Enquanto, o Nono Mandamento, diz Calvino, amarra outro órgão de nosso corpo. Que órgão é esse? A língua. A língua que tem o poder de prejudicar ou roubar a integridade de nosso próximo. Atacar e roubar o bem mais precioso de nosso próximo. A boa fama, a boa reputação. Isso é pura verdade! Com a nossa língua podemos prejudicar e roubar a honra de nossos próximos, destruir o bom nome, a boa reputação deles.
A língua é uma arma destruidora! Você já pensou, por exemplo, no poder do falso testemunho? No tempo do Antigo Testamento, se alguém quisesse acabar com a honra, ou, até com a vida de um inimigo, então, era somente necessário contratar falsas testemunhas.
As falsas testemunhas mentiriam diante do juiz e o inocente seria culpado. Lembre-se do exemplo das falsas testemunhas que Jezabel contratou para que Nabote fosse morto. Lembre-se das falsas testemunhas contratadas contra Jesus. Lembre-se das falsas testemunhas que se levantaram contra Estevão. Essas falsas testemunhas acabaram com a honra e a vida de inocentes.
O falso testemunho é proibido pelo SENHOR. Em Levítico 19.18 Ele disse: “Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; não atentarás contra a vida do teu próximo. Eu sou o SENHOR.” O “mexeriqueiro” pode ser o fofoqueiro, pode ser o leva-e-traz. Mas, falando mais especificamente, refere-se aqui a falsa testemunho. Pois, é a falsa testemunha que atenta contra a vida do próximo. A falsa testemunha mata o próximo, mas com uma faca. A língua é arma morta da falsa testemunha. Esse mandamento em Levítico 19.18 tem a base no Nono Mandamento.
Agora, por que O SENHOR Deus abomina o falso testemunho?
Porque Deus é verdade. Em Deus não existe mentira. Ele abomina a mentira.
Mas o que tem a ver mentira e falso testemunho?
A natureza do falso testemunho é mentira, é falsidade.
A palavra hebraica traduzida como “falso” vem de um verbo que descreve a ação de “enganar”, de “mentir”. Essa palavra hebraica é traduzida em outras partes da Escritura como mentira, falsidade, engano, embuste, engodo, fraude. O falso testemunho é um ataque a natureza de Deus, porque a natureza do falso testemunho é mentira, é falsidade.
O nosso Catecismo expressa o ensino da Escritura quando nos diz o que Deus exige no Nono Mandamento (veja o DS 43). O Catecismo diz o que não devo fazer:
O primeiro parágrafo diz: levantar falso testemunho contra ninguém. Não devo distorcer as palavras de ninguém, ou seja, dar um sentido diferente daquilo que ouvi ou li do meu próximo. Veja que o termo “ninguém” é enfatizado. Sabe que isso significa? Não devo usar minha língua para acabar nem com os meus inimigos.
Outra coisa que Deus proíbe: A maldita da fofoca e da difamação. Os fofoqueiros e difamadores devem ser tratados como assassinos e ladrões. A fofoca e difamação matam ou roubam a honra do próximo. Vemos dentro da igreja famílias inteiras, irmãos e irmãs, velhos e jovens, tendo suas honras roubadas ou prejudicadas pela fofoca e difamação.
O Catecismo também ensina que: “Não devo condenar e nem me ajuntar com ninguém para condenar ninguém precipitadamente e sem o ter ouvido”. Somos tentados a condenar e nos juntar com outros para condenar apressadamente o nosso próximo. Não nos preocupamos em nem ouvir a defesa do nosso próximo. Nós devemos prestar atenção a instrução da Palavra de Deus. Devo parar e pensar: por quê penso isso de fulano? O que levou a fazer aquilo? Vou buscar fulano para ouvir dele as suas motivações, etc? Devo observar o que o Espírito Santo diz em Tg 1.19: “Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar”. Esse preceito nos ajudará a cumprir parte do nosso dever quanto ao Nono mandamento. Não devo julgar o meu próximo precipitada e injustamente.
Agora, o Catecismo diz também o que devo fazer (veja o segundo parágrafo da R 112). Primeiro devo: Repudiar (odiar) toda mentira e engano. Por que devo repudiar mentira e engano? Por que são obras próprias do diabo.
O diabo é o Pai da mentira. A mentira se originou no diabo. Ele foi o primeiro mentiroso. Suas mentiras corrompeu os anjos caídos. A mentira dele enganou Eva. Por isso, quem gosta de mentir, de enganar, de malícia, engano, de fraude que prejudica o próximo é filho do diabo (João 8.44).
A mentira e o engano traz a maldição de Deus sobre mim, pois está escrito (Levítico 19.11,12): “Não furtareis, nem mentireis (adulação), nem usareis de falsidade (mesma palavra do mandamento) cada um com o seu próximo; nem jurareis falso (cometer perjúrio – falso é a mesma palavra do mandamento) pelo meu nome, pois profanareis o nome do vosso Deus. Eu sou o SENHOR”. Praticar perjúrio é profanar o nome de Deus. O nome de Deus representa a pessoa santa e verdadeira de Deus. Quem dá falso testemunho pratica perjúrio. Usa o nome de Deus em vão. Por isso, nosso catecismo diz que: “devo repudiar toda mentira e engano ... para não trazer sobre mim a pesada ira de Deus”. Os mentirosos não tem parte no reino de Cristo se não se arrependerem (Apocalipse 21.8).
A natureza maligna do falso testemunho leva os filhos de Deus banir a mentira dos relacionamentos deles. O apóstolo Paulo, usando Levítico 19.11,12, disse (leia Efésios 4.25): “Por isso, deixando a mentira (palavra usada no Nono Mandamento em grego), fale cada um a verdade com seu próximo, porque somos membros uns dos outros”. Você pode ver uma das consequências da nova vida em Cristo? Passamos a falar a verdade, em amor, abandonando todo tipo de mentira nos nossos relacionamentos fora, mas, especialmente, dentro da igreja.
O Catecismo encerra dizendo o que devo fazer: “No tribunal ou em qualquer outro lugar devo amar a verdade, dizê-la e confessa-la com honestidade e fazer tudo o que puder para defender e promover a honra e a reputação do meu próximo”. Na frente das autoridades e em todo lugar devo amar a verdade, dizê-la e confessá-la.
Porém, um detalhes importantes são ressaltados aqui nessa última parte do Catecismo. Devo amar a verdade. Deus é verdade. Então, tudo que é verdadeiro devo amar. Devo dizer a verdade e confessá-la. Deus é verdade e minha boca ama falar e confessar a verdade. Mas, um detalhe: devo amar a verdade, dizê-la e confessá-la com honestidade. O que significa isso?
A verdade não pode ser usada com sentimentos desonestos. Posso falar a verdade para prejudicar a honra do meu próximo. Isso não vale. É quebra do Nono Mandamento. Se a verdade é dita para denigrir o meu próximo, então, ela é tão ruim quando a difamação. Por isso, o Catecismo diz que devo dizer a verdade e “confessá-la com honestidade e fazer tudo o que puder para defender e promover a honra e a reputação do meu próximo”.
Sabe o que isso diz que devo fazer?
Devo parar de usar aquela frase “tão piedosa”: “Gosto da verdade! Por isso, falo isso de fulano, porque é verdade. Não estou mentindo, fulano fez aquele erro mesmo!”. Essa frase muitas vezes, aparentemente piedosa, é usada para atacar e não promover a honra e a boa reputação do meu próximo. Nós, crentes em Cristo Jesus, novas criaturas, devemos fazer tudo o que pudermos para  defenderemos e promovermos a honra e a reputação do meu próximo. Note que isso é um dever pessoal. A verdade deve ser usado para o bem do meu próximo, para a honra do meu próximo ser guardada. Por isso, você pode perceber o cuidado dos oficiais no processo de disciplina. Somente na última parte da disciplina que o nome do pecador rebelde é mencionado. Nesse caso vemos o respeito ao Nono Mandamento também.

Concluindo:

O Catecismo usa o pronome e os verbos na primeira pessoa do singular, por isso, está escrito: “Eu não devo ... eu devo”. Se cada um de nós, nos preocupamos em agradar a Deus observando o Nono Mandamento, então, veremos a bênção de Deus na nossa vida, na nossa igreja e na nossa sociedade. Pois, Deus se agrada quando nós, por amor a Ele e ao próximo, fazemos tudo o que pudermos para  defenderemos e promovermos a honra e a reputação do meu próximo.
Então, o que nos resta fazermos?
Resta-nos buscarmos a graça de Deus em Cristo Jesus. Pois, nossa velha natureza mentirosa, falsa, fofoqueira, difamadora, detratora, enganadora, já foi morta na Cruz junto com Cristo Jesus (Romanos 6). Hoje estamos em Cristo Jesus pela fé verdadeira. Nós temos em Cristo Jesus tudo para lutarmos contra nossa velha natureza, contra nossas fraquezas e pecados contra o Nono Mandamento. Nós não somos mais escravos da mentira e do engano. Não somos mais escravos do Pai da mentira.
O SENHOR Jesus nos libertou da escravidão da mentira e do engano. Ele cumpriu todos os mandamentos para nos salvar. A Escritura diz que dolo algum foi achado em Sua boca. A língua de Jesus estava solta para dar vida e fazer o bem ao próximo. Foi pela boca dele que o amor do Pai foi revelado aos homens. Foi com a boca dEle que Ele nos ensinou o Evangelho da nossa Salvação. Jesus deu a nós sua justiça perfeita através da fé. Assim, a verdade deve reinar em nós. Pois, Jesus é nosso SENHOR. Jesus é a verdade. Jesus disse (João 14.6): “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”.
Nós, que estamos em Cristo pela verdadeira fé, estamos sendo santificados na verdade, ou seja, em Cristo e na Palavra dEle (João 17.17). Nós temos em nós o Espírito da Verdade, o Espírito Santo (João 16.12). Somos novas criaturas. Temos nossas mentes renovadas no Espírito Santo. Nós estamos sendo revestidos do novo homem, criado segundo Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.(Efésios 4.24).
Então, nós, pela graça de Cristo e em Cristo, temos tudo para santificar nossas línguas e defender e proteger a honra e reputação de nosso próximo. Temos todo o poder de Cristo para amarrar nossa língua com as cordas do amor pela vontade de Deus. Essa vontade de Deus que é bem expressa no Nono Mandamento. O mandamento que nos ensina a amar a honra de Deus e a honra do nosso próximo. Pois, o SENHOR Deus que, nos ama em Cristo, nos libertou na escravidão da mentira e do engano. O nosso Deus e Pai que quer que mostremos amor a Ele, amando a honra de nosso próximo. Amém.

Sermão preparado pelo Rev. Adriano Gama sobre a doutrina ensinada no Catecismo de Heidelberg, Dia do Senhor 43.



[1]
Êxodo 20.16: “Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.

[2]
Dia do Senhor 43

P.112. O que se exige no nono mandamento?

R. Que eu não devo levantar falso testemunho contra ninguém, nem distorcer as palavras de ninguém, não fazer fofoca nem difamar, não condenar nem me ajuntar com ninguém para condenar a outrem precipitadamente e sem o ter ouvido.1 Antes devo repudiar toda mentira e engano, obras próprias do diabo, para não trazer sobre mim a pesada ira de Deus.2 No tribunal ou em qualquer outro lugar eu devo amar à verdade,3 dizê-la e confessá-la com honestidade e fazer tudo o que puder para defender e promover a honra e a reputação do meu próximo.4
1. Sl 15; Pv 19.5, 9; 21.28; Mt 7.1; Lc 6.37; Rm 1.28-32. 2. Lv 19.11, 12; Pv 12.22; 13.5; Jo 8.44; Ap 21.8. 3. 1Co 13.6; Ef 4.25. 4. 1Pe 3.8, 9; 4.8.

Não Furtar: O que Deus Proíbe no Oitavo Mandamento


[1]Leitura: Êxodo 20.15
[2]Texto: Dia do Senhor 42

Amada Congregação do Senhor,

Nós estamos acompanhando o dito mensalão. A mídia tem trazido, divulgado, a condenação de políticos por sérias denúncias de fraudes e desvios de verbas dentro dos ministérios do governo federal. Graças a Deus pela aplicação da justiça nesses dias tão escuros.
O Brasil sofre com a sua corrupção que tem roubado bilhões de reais a cada ano. Esses desvios que tem muito a ver com os políticos e demais autoridades. Em verdade, por causa da queda, política e furto são sinônimos, isto é, parecem ter o mesmo significado para o brasileiro. Então, nesses dias de tanta condenação por roubos é oportuno ouvirmos o ensino sobre o Oitavo Mandamento.
O que Deus, seu Senhor, diz a você na Lei quando fala “Não furtarás?” Para Deus o que é um ladrão, e quais ações são consideradas como a quebra do oitavo mandamento?
Deus chamou você aqui para ensinar o que Ele proíbe e os nossos deveres no oitavo mandamento. Ouça neste momento a Pregação da Palavra de Deus no seguinte tema:

Não furtarás

1.  O que Deus proíbe no oitavo mandamento
2.  O que Deus exige no oitavo mandamento

1. Não furtarás: O que Deus proíbe no oitavo mandamento

O ensino bíblico sobre o oitavo mandamento é “que Deus não apenas proíbe o roubo e o furto que as autoridades punem…”. A Igreja aqui mostra que nossa confissão não se baseia somente nas leis que as autoridades civis dizem ser o que é furto ou roubo.
As autoridades civis são instrumentos de Deus para manter a ordem e a justiça entre os homens. Mas, os cristãos não devem se contentar somente com aquilo que as autoridades civis classificam e punem como furto ou roubo.
A igreja entende, pela Escritura, que as autoridades são sujeitas a erros. Além disso, as leis dos homens são INCAPAZES de tratarem a fonte de toda defraudação: o coração pecaminoso do homem.
O Espírito Santo não quer tratar SOMENTE do nosso comportamento. O SENHOR Deus quer tratar o coração do Seu povo. O Espírito quer guardar o coração do Seu povo de pecar contra Ele. Então, o Espírito Santo diz “não furtarás” em Êxodo 20.15.
A palavra “furtarás” é aplicada de tal forma na Escritura que nos ensina que a quebra do oitavo mandamento é mais que o “furtar” que conhecemos.
A palavra hebraica usada aparece 60 vezes na Escritura, para descrever várias ações e sentimentos que prejudicam o próximo, por exemplo: O Espírito usou a mesma palavra em Gênesis 31.20,26, 27, para dizer que Jacó “logrou” a Labão, ou seja, enganou, agindo sorrateiramente.
Na passagem de Êxodo 22.1-15 a mesma palavra hebraica é usada várias vezes e de tal maneira que dá o sentido das expressões “coisa fraudulenta”, “meteu a mão nos bens” do seu próximo.
Deus caracteriza o sequestro e rapto de pessoas como “furto” (veja as passagens de Êxodo 21.16; Deuteronômio 24.7; 2 Reis 11.2).
A Escritura diz que Absalão (filho de Davi) “furtava o coração dos homens de Israel” (2º Samuel 15.6). A expressão “furtar o coração” tem o sentido de ganhar por meio de engano.
Quando lemos o uso na Escritura da palavra hebraica traduzida como “furtar”, então, vemos que no Oitavo Mandamento, Deus proíbe todos os pensamentos e atitudes, que tente, malignamente, tirar proveito ou prejudicar os bens alheios. Por isso, a igreja confessa que:

“Deus proíbe não apenas o furto e o roubo que as autoridades civis punem, mas também os esquemas e ciladas malignos como falsos pesos e falsas medidas, negócio enganoso, dinheiro falsificado e usura; não devemos defraudar o nosso próximo de maneira nenhuma, nem pela força nem pela aparência de direito.”

A última frase da Resposta 110 fala algo que chama a nossa atenção (veja, por favor): “Além disso, Deus proíbe toda a avareza e todo o abuso e desperdício de Suas dádivas”.
A doutrina bíblica fala de avareza. A “avareza” é ganância e cobiça malignas. É um desejo ávido para alcançar vantagem, explorar, defraudar o próximo. Assim, você vê a fome do homem de se obter dinheiro, sucesso, ou qualquer tipo de proveito, a custa do próximo. A avareza é idolatria (Efésios 5.5). Ninguém pode servir a dois senhores. Ninguém. Os avarentos não herdarão o céu. A avareza leva para o inferno quem a ela serve.
É bom nós como cristãos discernirmos se a idolatria por sucesso profissional, por uma melhor vida nessa terra, por dinheiro, tem nos enchido o coração. Isso para pensarmos, pois temos apenas um SENHOR. Temos um reino e uma justiça que devemos buscar em primeiro lugar. Esse reino essa justiça é de Cristo. O reino de Cristo e a obediência a Cristo devem ter primeiro lugar em minha. Se não for assim tenho caído em avareza e tenho quebrado o oitavo mandamento. Deus proíbe a avareza por que Ele é o teu único Senhor. Ele comprou você com o Sangue precioso de Cristo Jesus.
Agora, o Catecismo também menciona que “Deus proíbe… todo abuso e desperdício de Suas dádivas”. O SENHOR Deus é o dono de toda a terra e do que nela contém. O SENHOR Deus confiou a nós sua criação, para que cuidemos bem dela e a utilizemos para glória de Cristo.
Quando abusamos ou desperdiçamos as dádivas que Deus nos confiou, estamos sendo maus mordomos. Em verdade, roubamos a Deus! Um funcionário que não cumpre horário, que não executa bem a sua tarefa é o quê? Ladrão. Então, o nosso papel é sermos bons mordomos dos dons de Deus. Que dons? Cito alguns: a vida, a esposa, os filhos, o tempo, a sua casa, o alimento, a roupa, a profissão, o seu dinheiro e tudo mais.
Então, todos esses dons devem ser administrados com responsabilidade e para a glória de Deus. Então, como você tem exercido a mordomia cristã? Qual lucro você tem devolvido para o Seu Senhor? Ele entregou a você dádivas que devem render para a Glória de Cristo. Quando não usamos os dons de Deus, então, abusamos e desperdiçamos o que Deus nos dá. O que é isso então? Roubo, defraudação.
Se você ama e é grato ao SENHOR Deus pela Salvação, se você é um verdadeiro filho de Deus em Cristo, então, a Sua preocupação será usar bem os dons de Deus. Será usar esses dons para a glória de Deus e o bem do próximo. Você vai ter o sincero desejo de obedecer às proibições contidas no Oitavo Mandamento!

Vamos agora para o segundo e último ponto:

Não furtarás: O que Deus exige no oitavo mandamento

No Oitavo Mandamento do SENHOR Deus não há só proibições. Nós também aprendemos nossos deveres. Nós somos ensinados a como devemos agir, para mostrar gratidão a Deus de modo ativo (veja a P&R 111):

“Que eu promova o bem do meu próximo sempre que for lícito e possível; que eu trate do mesmo modo que desejaria ser tratado pelos outros e que trabalhe fielmente para ter condições de dar aos necessitados”

O Apóstolo Paulo diz em Romanos 13.8-10 que a única dívida que devemos manter com o nosso próximo é o amor. O “amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor”.
A uma diferença grande entre “um favor” e “um dever”. O amor não é um favor que faço ao meu próximo. O amor é uma dívida que tenho para com o meu próximo. Somente o amor de Deus é um favor. Nós não merecemos o amor de Deus. Deus nos amou gratuitamente. O amor de Deus pela criatura é uma graça manifestada em Cristo Jesus e revelada no Evangelho.
Agora, o meu amor para com o próximo é um dever. Por isso, se eu e você não mostramos amor para com o nosso próximo, então, estamos devendo o que é de direito do nosso próximo.
A exigência de Deus para sua Igreja é: Pagai a todos o que é devido: o amor! Por amor e gratidão a Deus nós buscamos amar o nosso próximo. Por entendermos o Evangelho do amor gratuito de Deus por nós é que, “sempre que for lícito e possível” promoveremos o bem do nosso próximo, trataremos nosso próximo como queremos ser tratados; e… trabalharemos para que possamos socorrer o necessitado. Esse é o chamado de cada um de nós e de todos nós juntos!
 Em Efésios 4.28 aprendemos que uma das marcas do novo homem é: “Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom, para que tenha com que acudir ao necessitado”!
Um novo homem em Cristo não se manifesta somente com o parar de furtar, mas pelo esforço de trabalhar com o objetivo de socorrer ao necessitado, ou seja, ao próximo que carece de ajuda financeira. Um homem ou uma mulher que nasceu de novo não se satisfará somente em não defraudar. Ele buscará abandonar o egoísmo e passará a trabalhar para beneficiar seu próximo! Esse é o nosso dever à luz do Oitavo Mandamento.
Nós necessitamos pensar: Tenho manifestado amor e gratidão a Deus, buscando cumprir as exigências do Oitavo Mandamento? Será que tenho tratado o meu próximo como desejo ser tratado por ele? Qual o resultado do meu trabalho? Será que o dinheiro que recebo tem servido aos necessitados ou somente ao meu egoísmo?
Diante de Deus: Quais são suas respostas a estas perguntas? Se o SENHOR Deus falasse agora: Pega ladrão! Quem de nós ficaria aqui? Não ficaria um meu irmão!
Digo que nenhum de nós ficaria aqui neste culto. Não há um que faça o bem. Isso a Escritura diz. Por isso, o SENHOR Deus, por amor e misericórdia, enviou Seu Único Filho. O SENHOR Jesus veio para cumprir perfeitamente o Oitavo Mandamento. Ele fez isso em favor da Sua Igreja. A Escritura diz que dolo algum foi achado na boca de Jesus!
Meu amado irmão, você pode imaginar? Jesus Cristo durante todo seu ministério terreno buscou sempre o bem do seu próximo. Jesus Cristo cumpriu em Sua vida perfeitamente as proibições e exigências do mandamento, tão perfeitamente que: Ele salvou Zaqueu. Esse publicano era um homem fraudulento (Lucas 19.1-10). Jesus Cristo garantiu a salvação de Zaqueu e da sua casa.
Jesus Cristo, sem pecado diante de Deus e dos homens, foi trocado por um Salteador chamado Barrabás. Jesus Cristo foi contado entre os malfeitores. Ele foi crucificado com dois ladrões. Jesus Cristo disse a um ladrão, um salteador condenado: “Hoje mesmo estarás comigo no paraíso!”. Jesus Cristo disse essas palavras quando agonizava na Cruz.
Imagine: Se debaixo de maldição Jesus Cristo garantiu a Salvação de um ladrão, então, quanto mais agora. Ele já pagou o preço por nossos pecados. Jesus ressuscitou para nossa justificação. Ele subiu ao céu e está à direita de Deus e favorece a Sua Igreja. Jesus Cristo está em Glória no céu. Ele derramou Seu Espírito Santo e nos concedeu dons, para vivermos para Deus e exercermos o amor para com o próximo.
Portanto, nós, pelo evangelho, somos chamados a confiar em Cristo Jesus, o SENHOR. Ele tem o poder para salvar homens fraudentos e defraudadores. Não há pecado que Jesus não possa perdoar. Jesus reforça Sua Igreja com o Espírito, Os sacramentos e a Palavra, para que possamos buscar viver o Oitavo Mandamento.
Meu irmão em Cristo confie na obra de Cristo pregado no Evangelho e viva a nova vida. Uma vida que rompe com a defraudação, a avareza, o desperdício dos dons, o egoísmo da velha natureza. Sendo assim, segundo o Evangelho e confiado na graça de Deus, viva em gratidão ao SENHOR Deus. Tenha a intensão sincera de cumprir o Oitavo Mandamento! Essa é a vontade do Senhor Deus para você: “Não furtarás”! Amém.

Sermão preparado pelo Rev. Adriano Gama sobre a doutrina bíblica ensinada no Catecismo de Heidelberg, Dia do Senhor 42.



[1]
Êxodo 20.15 “Não furtarás.”

[2]

Dia do Senhor 42

 

P.110. O que proíbe Deus no oitavo mandamento?

R. Deus não apenas proíbe o roubo e o furto que as autoridades punem1 mas também os esquemas e ciladas malignos como falsos pesos e falsas medidas, negócio enganoso, dinheiro falsificado e usura;2 não devemos defraudar o nosso próximo de maneira nenhuma, nem pela força nem pela aparência de direito.3 Além disso Deus proíbe toda a avareza4 e todo o abuso e desperdício de Suas dádivas.5

1. Ex 22.1; 1Co 5.9, 10; 6.9, 10. 2. Dt 25.13-16; Sl 15.5; Pv 11.1; 12.22; Ez 45.9-12; Lc 6.35. 3. Mq 6.9-11; Lc 3.14; Tg 5.1-6. 4. Lc 12.15; Ef 5.5. 5. Pv 21.20; 23.20, 21; Lc 16.10-13.
P.111. O que exige Deus de você nesse mandamento?

R. Que eu promova o bem do meu próximo sempre que for lícito e possível; que eu o trate do mesmo modo que desejaria ser tratado pelos outros e que trabalhe fielmente para ter condições de dar aos necessitados.1

1. Is 58.5-10; Mt 7.12; Gl 6.9, 10; Ef 4.28.