domingo, 25 de agosto de 2013

As Chaves do Reino dos Céus - Pregação Fiel do Evangelho e Disciplina Eclesiástica

[1]Texto: Dia do Senhor 31
[2]Leitura: Hebreus 4.1-13; Apocalipse 3.14-22.

Amada congregação de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo,

No ultimo domingo, quando falamos quem pode vir à santa ceia, nós vimos que deve haver o exercício da disciplina na Igreja de Cristo. O catecismo chamou a esse exercício de “as chaves do reino dos céus” (resposta 82).
É vital, portanto, que o catecismo apresente a questão da disciplina. Neste assunto apresentado pelo catecismo nós descobrimos que a disciplina não é uma invenção humana, mas um mandato divino. Foi Cristo quem deu estas chaves aos apóstolos - e assim a igreja apostólica - e exigiu que estas chaves fossem usadas na igreja. Se a igreja é para ser a verdade, ou seja, uma igreja fiel, então estas chaves devem ser exercidas de acordo com a vontade de Cristo! Disciplina, portanto, é realmente uma das marcas da Igreja.
Em segundo lugar, esta expressão, as chaves do reino dos céus nos mostra que esta disciplina é muito diferente da que é aplicada ao mundo. No mundo, os governos civis podem usar meios físicos para mostrar a lei de um lugar, mas a as chaves que a igreja tem, são do reino dos CÉUS, e são, em conseqüência, de uma natureza espiritual. A igreja de Cristo exercita somente a disciplina do Espírito Santo!
Isto é claro, portanto, que Cristo coloque a igreja debaixo da disciplina do Espírito Santo. Isto fica mais evidente depois do dia de pentecostes quando o Espírito Santo foi completamente derramado sobre a igreja de Cristo. O único que motivará e controlará governará e guiará a igreja de Cristo, é o Espírito Santo, e ninguém mais. Eu proclamo o evangelho de Cristo a vocês sob o seguinte tema:

Tema: Cristo coloca a sua igreja sob a disciplina do Espírito Santo
  • 1. Esta é a disciplina da palavra de Cristo;
  • 2. Esta é uma disciplina do amor de Cristo.

1. Esta é a disciplina da palavra de Cristo
Note no tema e nos pontos da pregação que eu uso a palavra “disciplina” como a palavra chave para todo este Dia do Senhor 31 (Catecismo de Heidelberg), estritamente falando, entretanto, a palavra disciplina é usada no catecismo somente para o uso da segunda chave, a saber, a disciplina da igreja.
Quando pensamos sobre disciplina, pensamos sobre os presbíteros fazendo visitas ou anúncios públicos sendo feitos, e posteriormente a excomunhão. Pensamos estritamente em uma batalha contra o pecado. E sabemos que somente alguns membros são levados a este tipo de disciplina. Mas devemos perceber que disciplina no seu sentido verdadeiro começa muito antes do envolvimento dos presbíteros. A primeira disciplina é da Palavra de Deus, ou seja, da pregação. E esta disciplina não somente afeta alguns membros, mas toca todos os membros, domingo após domingo.
Entendemos isto melhor quando nós estudamos a palavra “disciplina”, e ficamos sabendo que a palavra vem do verbo ensinar ou instruir. Pensemos na palavra discípulos. Discípulos são as pessoas que estão no processo de aprendizado. Antes de ascender aos céus, Cristo deu este mandato aos apóstolos: ide e fazei discípulos em toda a terra através do ensino e da pregação (Mateus 28.19,20).
Em consequência, a primeira chave do reino é realmente a pregação do Evangelho. É por meio da pregação que o Espírito Santo exercita a disciplina da palavra de Cristo na igreja. A congregação inteira é colocada sob a poderosa Palavra de Deus. A igreja toda é formada, trabalhada, guiada, e governada pela Palavra de Deus.
Imaginem, então, a tarefa do pregador. Ele é essencialmente um disciplinador vindo do Espírito Santo (Efésios 4.8-12). Todo domingo, ele deve instruir as pessoas no caminho do Senhor. Ele deve usar a chave da Palavra; e com ela o pregador deve abrir ou fechar o reino dos céus. Todo sermão é sempre um teste. A pregação, que é a chave, foi bem usada? Foram as pessoas disciplinadas, ou seja, foram ensinadas em como andar no caminho do Senhor?

Este entendimento da pregação como a chave do reino dos céus, exige certas condições sobre o pregador. Torna-se claro que o pregador não pode subir no púlpito com suas próprias opiniões, mas somente com a Palavra de Deus. E caso ele venha com sua opinião ele deve deixar bem claro que é somente uma opinião e que somente a palavra de Deus é a regra. 

Isto também deixa evidente que o pregador deve ser claro quando se fala da Palavra de Deus, que também é inerrante e clara. Deve haver um sólido e sincero chamado à fé e um apelo urgente na pregação. O catecismo tipifica a pregação como que proclamando e testemunhando publicamente. Preste atenção nestas palavras: proclamar - significa apresentar com autoridade! Testemunhar publicamente -  abertamente atestar a verdade, e fazê-lo com convicção e autoridade. A pregação deve ser muito clara e reta.
A pregação deve ser feita de uma forma que ninguém saia dizendo não entendi nada do que o pregador disse hoje. Todos devem ouvir clara e de uma forma inerrante. É uma marca notável que no livro dos Atos dos Apóstolos fique registrado que eles pregavam com ousadia. Isto não significa que eles eram arrogantes, mas ao contrário, eles eram francos e destemidos, que eles falavam com convicção.
Esta ousadia é muito importante, pois os pregadores, também, são somente humanos. O Evangelho pregado também é para eles. Os pregadores, também, são algumas vezes, assediados pelos seus pecados, atacados pela dúvida, e podem ficar cheios de medo do que pode acontecer com aqueles que vão ouvir sua mensagem. Faz parte do desejo humano ser respeitado e agradável, e assim os pregadores são algumas vezes tentados a suavizar a mensagem do Evangelho, e assim não mencionar algumas coisas em sua pregação. Não é sempre fácil manter uma balança equilibrada na pregação.
Em consequência disto, quando o catecismo fala da disciplina da Palavra, o catecismo fala que a pregação deve ser balanceada. Isto é: Ela deve abrir ou fechar o reino dos céus. Abrir para os crentes e fechar para os incrédulos. Ambos estes elementos devem estar presentes na pregação. A pregação é, como se fosse, uma moeda com doais lados, ou como a Bíblia fala uma espada de dois gumes. A pregação é ao mesmo tempo um consolo e uma mensagem de advertência.
Devemos dizer, porém, que o elemento do consolo deve vir primeiro. A primeira chave, a pregação, primeiro abre o reino. A primeira mensagem em cada sermão é que somos justificados pela fé, em Cristo. Cristo foi crucificado pelos nossos pecados! Isto é sem duvida a disciplina da Palavra de Deus. Todo domingo somos exortados a crer nisto. O compromisso da fé deve sempre ser renovado. Todo domingo o ministro deve dizer a você: seus pecados realmente foram perdoados, e este beneficio é seu, quando acompanhado com a verdadeira fé.
Aceite e você viverá. Mas rejeite isto e você realmente já está morto. O catecismo acrescenta outro elemento. A ira de Deus e a condenação eterna estão sobre os incrédulos e hipócritas, caso eles não se arrependam. Você percebe como esta sentença é formulada? A ira de Deus não vem sobre os incrédulos e hipócritas. Não, a ira de Deus já está sobre eles, ou seja, ficará sobre eles caso não se arrependam.
Esta é a essência, o coração de toda pregação. Há duas estradas a seguir, a estrada estreita e a larga estrada. Creia em Cristo e seja salvo, rejeite-o e será condenado. Esta simples mensagem é para todos aqui. Ninguém pode fugir disto.
Agora eu sei que há mais pare ser pregado. O Senhor Jesus ele mesmo uma vez disse que os pregadores devem trazer sempre coisas velhas e novas. Qualquer tempo da pregação não é suficiente para perscrutar toda a profundidade da palavra de Deus. E a congregação deve sempre esperar material solido do pregador toda a semana. Mas o coração da questão é sempre a mesma toda semana: Cristo crucificado pelos pecadores. Creia nele e você está salvo - o reino é aberto. Rejeite-o e  você permanecerá condenado - o reino é fechado. E por que somo fracos em nós mesmos, enquanto satanás é poderoso, nós temos de ouvir esta mensagem toda semana. Diariamente nós precisamos do consolo e da admoestação do Evangelho.

Esta chave é uma ferramenta poderosa. Nós lemos em Hebreus 4 que o Evangelho, as Boas Novas, a mensagem de salvação, deve ser realmente aceita, pois de outro modo seremos deixados em uma grande condenação. A palavra sempre diz: HOJE, quando você ouve a palavra não endureça seu coração! A palavra ou vai liberar você ou vai convencer você. Pois a Palavra de Deus, que nós lemos, é... HEBREUS 4.12: “
Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.”.
Sim, a palavra de Deus atinge a profundidade do ser. Ela tanto nos dá descanso e paz com o Senhor, ou nos faz endurecer o coração. A disciplina da Palavra é poderosa e eficiente, mais que os pregadores possam imaginar e apreciar. Os ministros podem às vezes se tornar um pouco cínicos e perguntar, será que a palavra de Deus, a sua pregação tem realmente algum efeito? Mas o catecismo, ecoando a Palavra de Deus, diz: segundo este testemunho Deus julgará todos nesta vida e na futura.
Os céus estão de acordo com este testemunho publico da pregação. Muitos podem realmente ser salvos pela pregação do Evangelho. Mas muitos podem realmente ser condenados por ela. Esta chave da Palavra, esta disciplina do Espírito, pode abrir e fechar, e em todo o tempo ela deve ser usada! Ela penetra os corações e as mentes dos homens diante de Deus.
E quando há aqueles na igreja que não se deixarão serem disciplinados pela pregação da Palavra de Cristo, publicamente pregada, a elas então é apresentada a outra chave, a segunda chave, a disciplina do amor. Então passaremos para o próximo ponto.

2. A disciplina do amor de Cristo

A segunda chave, embora diferente da primeira, é muito próxima da primeira. A primeira pode ser chamada de disciplina geral, visto que todos participam dela. Já a disciplina eclesiástica é de caráter particular, é para aqueles que visivelmente endureceram seu coração contra a palavra de Cristo! Como diz o catecismo: é para todos os que com o nome de cristãos se comportam na vida e na doutrina como não cristãos.
Aqueles que não querem se submeter à Palavra de Cristo irão  encontrar a disciplina da igreja. Pois o Senhor não deixará que nenhum outro meio seja usado para ensinar os seus filhos! A disciplina cristã é uma questão do amor de Cristo.
Eu creio que devemos pensar um pouco sobre este aspecto por um momento. Freqüentemente, especialmente em nossa sociedade liberal, a qual é contra a disciplina de uma maneira geral, se vê a disciplina como uma questão de força injustificável ou pressão. A regra em nossa sociedade atual é: deixe as pessoas fazerem o que elas querem, e deixem-nas em liberdade para que não causem danos a outros.
Mas seria isto uma demonstração de amor? Se o Senhor nos permitisse ir para onde nossa vontade nos dirigisse iríamos para a destruição e perdição. Em conseqüência Cristo tem exigido de sua igreja que exercite a disciplina para demonstrar Seu amor pelo Seu povo.

Todo o ensino da Bíblia sobre disciplina é que ela é uma questão de amor. Isto deve ser verdade também em nossas relações interpessoais. O livro de Provérbios, por exemplo, diz que um pai que realmente ama seu filho, disciplina ele. A Bíblia também diz que aqueles que não disciplinam seus filhos, na verdade os odeia, e os deixa ir para a ruína. E podemos entender isto não é verdade? Crianças precisam de disciplina para andar no caminho certo. Disciplinar é lutar, não contra nossos filhos, mas pelos nossos filhos.
Eu sei que há muitos que promovem a disciplina, mas que se esquecem do amor. Eles usam um duro julgamento contra aqueles que eles consideram pecadores. Eles sempre usam medidas rígidas, mas quase nunca conseguem trazer consolo para aquele irmão ou irmã que cai em pecado. Este não é o tipo de disciplina que a Bíblia fala.
A disciplina cristã é uma questão do amor de Cristo. Ninguém que está sempre envolvido nela pode se esquecer disso. Ele deve sempre lembrar e mostrar o amor de Cristo. Mesmo quando palavras duras devam ser faladas, o amor de Cristo deve brilhar. E lembro a vocês o capitulo 3 de Apocalipse, a carta que é dirigida a igreja de Laodicéia. Podemos dizer que é uma carta muito dura onde o Senhor não poupa o seu povo. O Senhor diz: eu sei as tuas obras, que nem és frio nem quente, vomitar-te-ei da minha boca.
Estas são palavras muito duras. Mas ninguém em Laodicéia pode dizer que esta disciplina é injustificável, pois Cristo adiciona: aqueles que eu amo, eu reprovo e castigo. Podemos resumir: aqueles que eu amo, eu disciplino. Se Deus não tivesse tomado conta daquela igreja em Laodicéia, ele a teria deixado andar em seu caminho pecaminoso. Mas Cristo diz: eu Sou honesto, e Sou tão penetrante com esta igreja, porque eu cuido dela, eu a amo. E aqueles que eu amo eu disciplino. Disciplina é o amor de Cristo pelo pecador. Ele não procura a morte do pecador, mas quer que ele se arrependa e viva. A disciplina também é o amor de Cristo pela igreja inteira. Se o pecado é permitido, se ele não é desafiado, nem é confrontado na congregação, ele afetará todo mundo, toda a congregação. O pecado é como fermento. Um pouco deste fermento e ele afetará toda a igreja. Por causa disto a disciplina não é justa só para uma pessoa, mas para o povo inteiro.
Temos que lutar por cada um. Temos que lutar para preservar cada um nos cominhos do Senhor. Devemos mostrar o amor de Cristo. Esta necessidade é aparente também no procedimento no caminho para a disciplina. Note que o catecismo não liga a disciplina logo com os presbíteros. Ao contrário, ele fala de admoestações fraternais.
Há primeiro as admoestações mutuas entre os irmãos na igreja. Nós lutamos não um contra o outro, mas pela salvação um do outro. Se nós vemos o nosso irmão ou irmã pecando, nós não devemos fechar nossos olhos, fingindo que não vimos, nem devemos criar um espetáculo publico, com a finalidade de que todos vejam, mas devemos vir com admoestações fraternais. Vejam o que diz o catecismo: “fraternalmente advertidos”, isto significa que devemos vir com uma grande humilhação, profundo amor, e longanimidade, sabendo que você mesmo é também salvo pela graça somente.
E somente quando alguém endurece a si mesmo no pecado, fazendo com que outras pessoas fiquem envolvidas, e até a igreja fique envolvida. Então a igreja começa a lutar, não contra esta pessoa, mas por esta pessoa. Note que alguém que peca não é imediatamente jogado fora, mas o processo tem como objetivo primário salvar o pecador do caminho da morte e da ruína. A disciplina é uma questão de repetidas admoestações, de constantes ensinos, e de fortes advertências.
O processo de disciplina como está registrado neste Dia do Senhor e também no regimento da igreja, é cheio de amor e compaixão. Ele, o processo de disciplina, não fica completo em uma semana, mas pode envolver anos de exortação. Quão pacientes devemos ser com nossos filhos. Quão pacientes devemos ser realmente com nossos irmãos, então.  Você vê que o elemento da paciência está envolvido também nos três passos da disciplina. Há três passos nos quais a congregação é mobilizada, orar pelo pecador, visitar o pecador e buscar sua salvação.
E somente quando estas coisas falham em trazer arrependimento, a excomunhão é então seguida. Pois também isto é o mandamento de Cristo. Deve haver paciência e compaixão, mas a igreja deve ser resoluta e firme. Aqueles que persistem em seus pecados serão colocados para fora da comunhão da igreja e do reino dos céus. Esta excomunhão não pretende resolver o problema, pois o catecismo também fala de novamente receber tais pessoas quando elas prometem e mostram real arrependimento e amadurecimento.  Mesmo o final do processo da excomunhão visa à salvação do pecador, e a igreja continua esperando e orando pelo arrependimento dele.
Disciplina cristã é uma expressão do amor de Cristo. Por causa disto existe esta longa paciência e compaixão. Mas não deixe ninguém pensar, quando estiver sob disciplina, que: “bem, eu tenho todo o tempo do mundo”. Pois o mandamento é: hoje, se ouvirdes a Palavra, não endureçais vosso coração. Aqueles que abandonam o caminho do arrependimento, não encontram o caminho de volta. A proibição dos sacramentos, a exclusão da santa ceia, já é um sinal, pois como participarei das bodas do cordeiro, se na terra não participo da ceia do Senhor?
Somente os tolos trocam o amor pelo pecado. Mas os filhos de Deus entendem o poder do amor de Deus o qual é evidente na disciplina particular. O Espírito Santo demonstra este amor de Cristo no exercício da disciplina cristã.
E então ninguém pode depois dizer e especialmente no dia do julgamento: mas, eu nunca fui advertido. Ninguém pode exigir: eles me deixaram sem aviso de que eu estava indo para o inferno! Para aqueles membros da igreja que têm sido tratados com disciplina do Espírito Santo irão admitir: eu rejeitei o claro amor de Cristo.
Sejamos gratos irmãos que o senhor Jesus tem dado estas chaves para sua Igreja. E sejamos gratos quando elas forem devidamente usadas, e por elas terem sido devidamente usadas. Vamos responder em fé, a pregação do Evangelho, e, vamos nos admoestar particularmente na fé e na obediência exigida de nós.
AMÉM.
Pr. Clarence Stam.




[1] Dia do Senhor 31

 

P.83. O que são as chaves do reino do céu?
R. A pregação do santo evangelho e a disciplina eclesiástica. É por esses dois meios que o reino do céu se abre para os que crêem, e se fecha para os incrédulos.1 
1. Mateus 16.19; João 20. 21-23.
P.84. Como se abre e se fecha o reino do céu pela pregação do evangelho? 
R. De acordo com o mandamento de Cristo, o reino do céu se abre quando se proclama e se testifica de público a todo o crente — individual ou coletivamente — que Deus perdoou de fato a todos os seus pecados por causa dos méritos de Cristo, sempre que aceitam a promessa do evangelho com fé verdadeira. O reino do céu se fecha quando se proclama e se testifica a todo os incrédulos e hipócritas que, enquanto não se arrependerem, a ira de Deus e a condenação eterna repousam sobre eles. Segundo esse testemunho do evangelho, Deus os julgará tanto nessa quanto na vida porvir.1
1. Mateus 16.19; João 3.31-36; 20.21-23.
P.85. Como se fecha e se abre o reino do céu pela disciplina eclesiástica? 
R. De acordo com o mandamento de Cristo, aqueles que se chamam de cristãos mas que se mostram não-cristãos na doutrina ou na vida devem ser, em primeiro lugar e de modo fraternal, admoestado mais de uma vez. Se não abandonarem a seus erros nem à sua impiedade, de- vem ser denunciados à igreja, isto é aos presbíteros. Se também não derem ouvidos às admoestações deles, serão proibidos de participar dos sacramentos e excluídos da congregação cristã pelos presbíteros e do reino de Cristo pelo próprio Deus.1 Serão novamente recebidos como membros de Cristo e da igreja quando prometerem e demonstrarem arrependimento real.2 
1. Mateus 18.15-20; 1 Coríntios 5.3-5; 11-13; 2 Tessalonicenses 3.14, 15. 2. Lucas 15.20-24; 2 Coríntios 2.6-11.

[2] Hebreus

4.1   Temamos, portanto, que, sendo-nos deixada a promessa de entrar no descanso de Deus, suceda parecer que algum de vós tenha falhado.
4.2   Porque também a nós foram anunciadas as boas-novas, como se deu com eles; mas a palavra que ouviram não lhes aproveitou, visto não ter sido acompanhada pela fé naqueles que a ouviram.

4.3   Nós, porém, que cremos, entramos no descanso, conforme Deus tem dito: Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso. Embora, certamente, as obras estivessem concluídas desde a fundação do mundo.

4.4   Porque, em certo lugar, assim disse, no tocante ao sétimo dia: E descansou Deus, no sétimo dia, de todas as obras que fizera.

4.5   E novamente, no mesmo lugar: Não entrarão no meu descanso.

4.6   Visto, portanto, que resta entrarem alguns nele e que, por causa da desobediência, não entraram aqueles aos quais anteriormente foram anunciadas as boas-novas,

4.7   de novo, determina certo dia, Hoje, falando por Davi, muito tempo depois, segundo antes fora declarado: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração.

4.8   Ora, se Josué lhes houvesse dado descanso, não falaria, posteriormente, a respeito de outro dia.

4.9   Portanto, resta um repouso para o povo de Deus.

4.10   Porque aquele que entrou no descanso de Deus, também ele mesmo descansou de suas obras, como Deus das suas.

4.11   Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ninguém caia, segundo o mesmo exemplo de desobediência.

4.12   Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.

4.13   E não há criatura que não seja manifesta na sua presença; pelo contrário, todas as coisas estão descobertas e patentes aos olhos daquele a quem temos de prestar contas.

Apocalipse
3.14   Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve: Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus:

3.15   Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente!

3.16   Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca;

3.17   pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu.

3.18   Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas.

3.19   Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.

3.20   Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo.

3.21   Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono.

3.22   Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Está Consumado!

τετελεσται - "Está consumado!" João 19:30

Conforme o "Vocabulário do Testamento Grego", de Moulton e Milligan (The Vocabulary if the Greek Testament), obra citada no livro Exegese do Novo Testamento, do Texto ao Púlpito, de John D. Gassmick, página 51, Shedd Publicações, 2009, a palavra usada pelo Senhor Jesus ao morrer na cruz τετελεσται - "está consumado" (João 19.30), tinha na época em que o Evangelho foi escrito, dois usos básicos. "Primeiro, era usada para indicar que alguma coisa estava terminada ou realizada. Mas também era usada como termo comercial para designar o pagamento de uma conta.  τετελεσται seria escrita sobre uma conta paga para designar o término da transação. Jesus realizou ou consumou sua obra por nós na cruz, e ao mesmo tempo 'cancelou' ou 'pagou por completo' o débito contra nós."