[1]Texto: Dia do Senhor 27
Leitura:
Artigo 34 Confissão Belga
Amados em
nosso Senhor Jesus Cristo,
Na época da
Grande Reforma Protestante, há quase 500 anos, houve muita confusão acerca dos
sacramentos. Ao decorrer dos séculos, a Igreja tinha progressivamente
esquecido do ensino Bíblico quanto aos sacramentos. Jesus Cristo
instituiu dois sacramentos: o batismo, e a Santa Ceia. Mas, a
Igreja tinha acrescentado mais 5 "sacramentos", incluindo, por
exemplo, a confissão, o casamento, e a extrema-unção.
Na Reforma,
a verdadeira Igreja se reformou. Ou seja, ela voltou para a Palavra de
Deus como única regra de fé e prática. Portanto, ela só reconheceu dois
sacramentos — os dois que Jesus mandou a Igreja observar. Mas a Igreja
não somente voltou ao padrão Bíblico quanto ao número de sacramentos. Ela
também voltou ao padrão Bíblico quanto ao significado dos sacramentos.
Se
examinamos bem o nosso catecismo, vemos logo que há muitos domingos (Dia do Senhor) que tratam os
sacramentos. Os domingos 25, 26, 27, 28, 29 e 30 falam sobre os
sacramentos. Por que tanta ênfase sobre os sacramentos? A razão é
que na época da Reforma, havia muita confusão quanto ao significado dos sacramentos.
Os romanistas acharam que o batismo tinha um poder quase mágico — que o mero
ato do batismo tinha o poder de tirar pecados. Os anabatistas, ao
contrário, pensavam que o batismo realmente não tinha muito significado.
Para os anabatistas, o batismo era uma declaração da parte do homem — era uma
declaração dele que tinha tomado uma decisão de crer, de aceitar Jesus.
Contra
estas duas posições baseadas na imaginação do homem, as Igrejas Reformadas
voltaram para o ensino da Palavra de Deus. Elas confessaram que o batismo
é uma declaração de Deus, não do homem. Também confessaram que o batismo
é um sinal e selo da promessa de Deus; não é um ato mágico. Hoje vamos ouvir as
boas novas de Jesus Cristo:
Tema: No sacramento do batismo, Deus nos garante as promessas da Aliança
Nós vamos ver dois aspectos:
- 1. As promessas da Aliança são reais e seguras
- 2. As promessas da Aliança são para nós e os nossos filhos
1. Em primeiro lugar, veremos que as promessas da Aliança são reais e
seguras
Os Católicos Romanos (e de certa forma os Luteranos) ensinam que o mero ato de
batismo tem um poder especial. O ato de batismo pode tirar o
pecado. Por causa deste entendimento errado, antigamente muitos cristãos
esperavam até o momento da morte para serem batizados. Eles pensaram que
assim o batismo iria apagar os pecados da sua vida inteira.
Mas a
Bíblia ensina outra coisa. A Bíblia ensina claramente que somente o
Espírito Santo e o sangue de Jesus Cristo, podem nos purificar dos nossos
pecados. A Bíblia diz (1 Coríntios 6:11), "…mas vós vos lavastes,
mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus
Cristo e no Espírito do nosso Deus." A Bíblia diz em Apocalipse 1:5, que
"aquele que nos ama, … pelo seu sangue nos libertou dos nossos
pecados." E, a Bíblia diz em 1 João 1:7 que "…o sangue de Jesus
… nos purifica de todo pecado."
O sangue de
Jesus, e o Espírito de Jesus nos lavam de toda impureza e de todo pecado.
Portanto, o mero ato de um padre ou um pastor colocar água sobre a cabeça de
alguém não tem poder nenhum para tirar pecado. Isto é claro à luz da
Palavra de Deus.
Então, qual
é o valor do batismo? Se o batismo não pode salvar ninguém, se o batismo não
pode tirar o nosso pecado, se o batismo não pode nos lavar e purificar… o que adianta
administrar o batismo?
Para
entendermos isto, devemos usar uma ilustração. Um homem vai entrar no exercito.
Ele vai passar um ano muito longe da casa, fazendo treinamento intensivo.
Mas ele tem uma noiva. Eles pretendem se casar quando ele voltar.
Durante este ano, ele fala todas as semanas no telefone com a sua noiva.
Ele pensa muito nela. E, ele sempre guarda com ele uma foto dela.
Quando os seus colegas percebem que ele está olhando uma foto, eles
perguntam: "Quem é essa moça?" E ele responde, "É a
minha noiva! Eu vou me casar com ela no ano que vem."
Vamos parar
e pensar. O soldado tem um pedaço de papel, com tinta colorida, que é uma
representação fotográfica de uma mulher. Ele aponta esse pedaço de papel,
e diz, "É a minha noiva!" Agora, será que qualquer um daqueles
amigos vai pensar que ele quer dizer que vai se casar com um pedaço de papel?
De forma alguma! Todo mundo entende perfeitamente que a foto representa a
noiva. Mas é uma representação tão viva, que o soldado pode até falar sobre a
foto como se fosse a noiva mesmo.
Da mesma
forma, o sacramento é uma representação de uma realidade. Em si, não tem
nenhum valor. É como um pedaço de papel. Mas, o sacramento
representa a realidade maior de uma forma tão viva e tão real, que podemos
fazer a mesma coisa do que o soldado fez com sua foto. Podemos apontar o
nosso batismo, e dizer: "Deus me lava dos meus pecados." Por
isto, Ananias em Atos 22:16 diz ao apóstolo Paulo, "Levanta-te, recebe o
batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele."
Ananias
pode falar assim, pois o batismo é uma declaração de Deus! No batismo, Deus declara
publicamente: Este é o meu filho! Ele invocou o meu nome — e todo aquele
que invoca o nome do Senhor será salvo! Ele crê em mim — e todo aquele
que crê faz parte do meu povo. Ele não mais faz parte das trevas — ele faz
parte da nova raça humana. Ele é separado do mundo — ele faz parte da
Igreja. Faz parte do corpo de Cristo.
Seu batismo
é uma declaração de Deus! Seu batismo é uma afirmação, uma promessa da
parte de Deus, que você compartilha plenamente na salvação que Jesus conseguiu
para a Sua igreja. Efésios 5:26-27 diz que Ele se entregou pela igreja,
"…para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água
pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem
ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito."
O batismo é
uma declaração solene de Deus, que Ele promete a você esta santificação, esta
lavagem, esta purificação. Portanto, o batismo é um consolo profundo para
nós, pecadores fracos que somos! Quando você sente o peso da sua fraqueza
e dos seus pecados, quando você fica desanimado porque você está vendo tão
pouco progresso na luta contra o pecado; quando você está abalado por causa de
ver tão pouco crescimento em santificação e novidade de vida… lembre-se do seu
batismo. O batismo é uma declaração de Deus! Ele diz, "Veja como a
água tira sujeira! É tão certo e seguro que EU te lavo de todos os seus
pecados. Olhe para Jesus! Olhe para a cruz! Tenha certeza que o batismo é
um sinal e selo que você é membro de Cristo, e, portanto você esta purificado
no Seu sangue."
Para todos
que invocam o nome do Senhor, ou seja, para todos aqueles que têm verdadeira fé
no Senhor Jesus Cristo, Deus proclama as promessas da aliança. No
batismo, Ele declara que estas promessas da Aliança são reais e seguras.
2. Mas também, estas promessas da Aliança são para nós e os nossos filhos
No Antigo Testamento, a circuncisão era o sinal que alguém fazia parte do povo
de Deus. Aqueles que foram circuncidados, por serem membros do povo de
Deus, compartilharam as promessas da Aliança. Deus prometeu ao seu povo:
Eu sou vosso Deus; vós sois o Meu povo. A circuncisão era um sinal que aquela
criança era santa — ou seja, que aquela criança tinha sido separada por Deus
para fazer parte do Seu povo. Para compartilhar nas bênçãos e promessas
da Sua aliança.
Quando
chegamos à época Novo Testamento, não há mais lugar para o sinal de
circuncisão. Por que não? Porque o sinal de circuncisão é um sinal
sangrento. No Antigo Testamento, havia muito derramamento de
sangue. A cada vez que sangue era derramado, no ato de circuncisão, ou no
ato de sacrificar um animal, Deus estava ensinando ao Seu povo: para
apagar seus pecados, é preciso derramar sangue. A cada derramamento de sangue
apontava a necessidade da morte de Jesus na cruz para salvar pecadores.
Mas, hoje
vivemos depois da morte de Jesus. Ele trouxe um sacrifício perfeito — uma vez
por todas. Ele derramou sangue eficaz. Portanto, não é mais
necessário para o povo de Deus ter sinais sangrentos. Se tivéssemos sinais
sangrentos hoje, seria uma negação da obra de Cristo.
Então, qual é o sinal que alguém faz parte do povo de Deus? Não é
mais a circuncisão. É agora o batismo. A Bíblia diz em Colossenses
2.11,12: “Nele também fostes circuncidados com a circuncisão que não é feita
por mãos humanas, o despojar da carne pecaminosa, isto é, a circuncisão de
Cristo, sepultados com ele no batismo, com quem também fostes ressuscitados
pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos”. Vocês prestaram
a atenção irmãos, A Bíblia nos ensina que o batismo é a circuncisão de Cristo!
"Nele, também fostes circuncidados", diz o apóstolo. Em outras
palavras, Paulo está dizendo, "Vocês receberam o sinal que vocês fazem
parte do povo da aliança! Pela circuncisão, vocês se tornaram participantes da
aliança, do povo de Deus. Mas, não é uma circuncisão física! "Não por
intermédio de mãos". É uma circuncisão espiritual — "no despojamento
do corpo da carne".
Paulo está
dizendo que o sinal de alguém se tornar membro da Igreja, do povo de Deus, é
que a velha natureza dele morre! A morte da velha natureza é "a
circuncisão de Cristo". A morte da velha natureza é o sinal que
alguém saiu das trevas e se tornou um membro de Cristo, um membro do povo da
aliança. Mas como Deus declara e proclama esta verdade? Se não há
mais um sinal físico de circuncisão, qual é o sinal que Deus usa para nos
assegurar que fazemos parte do Seu povo?
Paulo
explica no versículo 12. "Tendo sido sepultados, juntamente com ele, no
batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus
que o ressuscitou dentre os mortos." Em outras palavras, o apóstolo
diz: "O batismo é um sinal que você participa no Senhor Jesus
Cristo. O batismo é uma declaração de Deus, que você compartilha
completamente no Seu filho. O batismo é uma proclamação que quando Jesus morreu,
sua velha natureza morreu com Ele. Quando Jesus se ressuscitou, você
recebeu nova vida n’Ele." O batismo
é a circuncisão de Cristo. O batismo é agora o sinal pelo qual Deus
declara que fazemos parte do Seu povo, e que assim temos todas as promessas da
aliança. E os nossos filhos? No Antigo Testamento, eles faziam
parte do povo da aliança. Eles receberam o sinal que eles faziam parte do
povo. Eles receberam o sinal que também para eles, Deus deu as promessas
de salvação e amor.
Será que no
Novo Testamento, Deus joga as crianças fora da Aliança? De forma
alguma! Deus fez uma aliança perpétua com Abraão e os seus filhos.
Em Gênesis 17:7, Ele prometeu: "Estabelecerei a minha aliança entre
mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua,
para ser o teu Deus e da tua descendência."
Todo
domingo, no culto matinal, ouvimos os dez mandamentos. Sempre ouvimos de
novo aquelas palavras do nosso Deus: "Sou o SENHOR, teu Deus, que
faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus
mandamentos." Deus é um Deus que age através das gerações.
Deus é imutável. Ele não deixou de ser um Deus que atua através das
gerações. Hoje também, Ele é o mesmo Deus, que declara seu amor às
gerações daqueles que guardam a Sua aliança.
Por isto,
Jesus chamou as crianças em Mateus 19:14. "Deixai os pequeninos, não
os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus."
Estas crianças não eram crianças qualquer. Eram filhos do pacto!
Faziam parte do povo de Deus. Compartilharam as promessas da
aliança! Jesus não diz, "Agora que eu vim crianças não fazem mais
parte!" Ao contrário, Ele confirma que dos tais é o reino dos céus.
Portanto,
Paulo pode dizer (1 Coríntios 7:14), que os filhos dos crentes são
santos. Neste versículo, Paulo afirma que o fato de um dos país ser
crente, significa que Deus tem este lar como um lar cristão! Portanto, os
filhos são santos — separados por Deus para fazerem parte do Seu povo!
Portanto,
quando Paulo escreve às Igrejas, ele se dirige, por exemplo, em Efésios 1:1,
"aos santos que vivem em Éfeso." Mas, para ele, os filhos fazem
parte "dos santos"; fazem parte da Igreja. Então, no capítulo
6:1, ele fala aos filhos, para obedeceram aos seus pais no Senhor. Paulo entende
que os filhos fazem parte da Igreja, fazem parte do povo da aliança.
Em Ezequiel
36:25-27, Deus fez promessas para o povo da aliança. Prometeu purificação
dos seus pecados, e prometeu o Seu Espírito para eles. "(25) Então,
aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas
imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. (26) Dar-vos-ei
coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de
pedra e vos darei coração de carne. (27) Porei dentro de vós o meu Espírito e
farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis."
Pedro, no
dia de Pentecostes, faz referência a esta promessa. Ele fala (Atos 2:33)
que Jesus recebeu do Pai a promessa do Espírito Santo. Jesus está
derramando sobre a Sua Igreja o Espírito Santo prometido. Mas, esta
promessa é para quem?
Pedro
explica no versículo 39: "Pois para vós outros é a promessa, para
vossos filhos, e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o
Senhor, nosso Deus, chamar." Pedro deixa bem claro que as promessas
da aliança, incluindo a promessa do Espírito Santo, são para os crentes, para
os seus filhos, e para todos aqueles que Deus vai chamar para fazerem parte do
Seu povo. Quando entendemos isto, entendemos como Deus é grandioso e misericordioso.
Ele derrama o Seu amor sobre nós e os nossos filhos. Pelo batismo, Ele
proclama as promessas da aliança para nós e os nossos filhos.
Quando um
crente traz seu filho para batismo, Deus declara: esta criança é
minha! Esta criança é santa: separada do mundo, ela faz parte do
povo da aliança. Ela tem todas as promessas da aliança: perdão dos
pecados, e vivificação pelo Espírito Santo.
Isto coloca
uma responsabilidade enorme sobre nós que somos pais. Em primeiro lugar,
a responsabilidade de apresentar os nossos filhos para serem batizados.
Não devemos desprezar a graça e a aliança de Deus, que Ele quer também conceder
aos nossos filhos. Em segundo lugar, temos uma responsabilidade profunda
para ensinar aos nossos filhos que fazem parte do povo da aliança.
Devemos explicar que Deus promete a eles perdão dos pecados; que Ele promete a
eles o Seu Espírito! Devemos chamar os nossos filhos à crer nas
promessas de Deus, e a responder à graça de Deus com uma vida de
gratidão.
O batismo é
uma declaração de Deus. É uma declaração que as promessas da aliança são
reais e seguras. Não duvidemos que água tire sujeira. Da mesma
forma, não devemos duvidar que o Espírito de Jesus, e o sangue de Jesus, lavam
todo pecador que crê no nome do Senhor. O batismo é uma declaração de
Deus. É uma declaração que aquelas promessas da aliança são reais e
seguras para nós e os nossos filhos — através das gerações. Irmãos, o que
podemos fazer diante de tal amor? A única reação possível é de inclinarmos
as nossas cabeças, e glorificar o Deus da Aliança.
Amém.
Pr. Kenneth Wieske.
[1]
Confissão Belga
ARTIGO
34
O
sacramento do batismo
Cremos e confessamos que Jesus Cristo, que é o fim da lei (Rm 10.4), ao derramar o Seu sangue pôs fim a todo e qualquer outro derramamento de sangue que se poderia ou deveria fazer como expiação ou satisfação pelos pecados. Ele aboliu a circuncisão, que envolvia sangue, e instituiu em lugar dela o sacramento do batismo.1 Pelo batismo somos recebidos na igreja de Deus e separados de todos as outras pessoas e falsas religiões, para estarmos totalmente comprometidos com Ele,2 de quem carregamos a marca e o emblema, que nos serve como testemunho de que Ele será eternamente o nosso Deus e Pai gracioso. Por isso, Ele ordenou que todos os Seus sejam batizados com água pura, “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19): dando-nos a entender com isso que assim como a água, derramada em nós, lava completamente a sujeira do corpo e assim como a água é vista no corpo do batizado quando derramada nele; o sangue de Cristo, pelo Espírito Santo, faz a mesma coisa no interior da alma.3 Ele lava e limpa as nossas almas do pecado4 e nos regenera de filhos da ira para filhos de Deus.5 Isso não é produzido pela água em si mesma6 mas pelo aspergir do precioso sangue do Filho de Deus,7 que é o nosso Mar Vermelho,8 que precisamos atravessar para escapar da tirania de Faraó — do diabo — para entrarmos na Canaã espiritual. Assim os ministros, por sua parte, dão-nos o sacramento e aquilo que é visível, mas o nosso Senhor nos dá aquilo que o sacramento significa, quer dizer, os dons invisíveis e a graça. O Senhor lava, purifica e limpa as nossas almas de toda imundície e iniqüidade,9 renova os nossos corações e os enche de toda consolação, dá-nos a verdadeira certeza da Sua bondade paternal, reveste-nos de nova natureza, e despe-nos da velha natureza com todas as suas obras.10 emos, contudo, que aquele que almeja à vida eterna deve ser batizado uma vez com um só batismo.11 O batismo nunca deve ser repetido, pois não podemos nascer duas vezes. Além disso, o batismo não nos beneficia apenas quando a água está em nós e quando o recebemos, mas por toda a nossa vida. Por essa causa rejeitamos o erro dos Anabatistas, que não se contentam com o batismo recebido uma única vez, e que também condenam o batismo dos filhos pequenos dos crentes. Cremos que essas crianças devem ser batizadas e seladas com o sinal da aliança, assim como os bebês em Israel eram circuncidados com base nas mesmas promessas que agora são feitas aos nossos filhos.12 De fato, Cristo derramou o Seu sangue para purificar os filhos dos crentes do mesmo modo que o derramou pelos adultos.13 Por isso, devem eles receber o sinal e o sacramento daquilo que Cristo fez por eles, assim como o Senhor ordenou na lei que fosse oferecido um cordeiro logo após o nascimento dos filhos,14 que era o sacramento da paixão e morte de Jesus Cristo. Como o batismo tem para os nossos filhos o mesmo significado que a circuncisão tinha para o povo de Israel, Paulo chama o batismo de “circuncisão de Cristo” (Cl 2.11).
1. Cl 2.11. 2. Êx 12.48; 1Pe 2.9. 3. Mt 3.11; 1Co
12.13. 4. At 22.16; Hb 9.14; 1Jo 1.7; Ap 1.5b. 5. Tt 3.5. 6. 1Pe 3.21. 7. Rm
6.3; 1Pe 1.2; 1Pe 2.24. 8. 1Co 10.1-4. 9. 1Co 6.11. Ef 5.26. 10. Rm 6.4; Gl
3.27. 11. Mt 28.19; Ef 4.5. 12. Gn 17. 10-12; Mt 19.14; At 2.39. 13. 1Co 7.14.
14. Lv 12.6.
Catecismo de
Heidelberg
A Palavra e os Sacramentos
O Santo Batismo
Dia do Senhor 27
P.72. Então, esse lavar
exterior com água por si mesmo remove os pecados?
R. Não, somente o sangue
de Jesus Cristo e o Espírito Santo nos purificam de todo o pecado.1
1.
Mt 3.11; 1Pe 3.21; 1 Jo 1.7.
P.73. Então, por que o
Espírito Santo chama o batismo de “lavar regenerador” e de “purificação de
pecados”?
R. Deus fala assim por
uma razão importante. Ele nos quer ensinar que o sangue e o Espírito de Cristo
removem os nossos pecados assim como a água remove a sujeira do corpo.1 Porém,
ainda mais importante, Ele nos quer assegurar por meio dessa garantia e sinal
divinos que somos tão verdadeiramente purificados espiritualmente dos nossos
pecados, assim como somos fisicamente lavados com a água.2
1.
1Co 6.11; Ap 1.5; 7-14. 2. Mt 16.16; At 2.38; Rm 6.3, 4; Gl 3.27.
P.74. As crianças pequenas
devem ser batizadas?
R. Sim. As crianças,
assim como os adultos, pertencem à aliança e à igreja de Deus.1 Através do
sangue de Cristo lhes são prometidos, da mesma forma que aos adultos, a
redenção do pecado e o Espírito Santo, que opera a fé.2 Assim as crianças, por
meio do batismo como sinal da aliança, devem ser enxertadas na igreja de Cristo
e distinguidas dos filhos dos incrédulos.3 Na velha aliança isso era feito pela
circuncisão,4 que, na nova aliança, foi substituída pela instituição do
batismo.5
1.
Gn 17.7; Mt 19.14. 2. Sl 22.10; Is 44.1-3; At 2.38, 39; 16.31. 3. At 10.47; 1Co
7.14. 4. Gn 17.9-14. 5. Cl 2.11-13.