sábado, 27 de julho de 2013

No sacramento do batismo, Deus nos garante as promessas da Aliança

[1]Texto: Dia do Senhor 27

Leitura: Artigo 34 Confissão Belga


Amados em nosso Senhor Jesus Cristo,

Na época da Grande Reforma Protestante, há quase 500 anos, houve muita confusão acerca dos sacramentos.  Ao decorrer dos séculos, a Igreja tinha progressivamente esquecido do ensino Bíblico quanto aos sacramentos.  Jesus Cristo instituiu dois sacramentos:  o batismo, e a Santa Ceia.  Mas, a Igreja tinha acrescentado mais 5 "sacramentos", incluindo, por exemplo, a confissão, o casamento, e a extrema-unção.
Na Reforma, a verdadeira Igreja se reformou.  Ou seja, ela voltou para a Palavra de Deus como única regra de fé e prática.  Portanto, ela só reconheceu dois sacramentos — os dois que Jesus mandou a Igreja observar.  Mas a Igreja não somente voltou ao padrão Bíblico quanto ao número de sacramentos.  Ela também voltou ao padrão Bíblico quanto ao significado dos sacramentos.
Se examinamos bem o nosso catecismo, vemos logo que há muitos domingos (Dia do Senhor) que tratam os sacramentos.  Os domingos 25, 26, 27, 28, 29 e 30 falam sobre os sacramentos.  Por que tanta ênfase sobre os sacramentos?  A razão é que na época da Reforma, havia muita confusão quanto ao significado dos sacramentos.  Os romanistas acharam que o batismo tinha um poder quase mágico — que o mero ato do batismo tinha o poder de tirar pecados.  Os anabatistas, ao contrário, pensavam que o batismo realmente não tinha muito significado.  Para os anabatistas, o batismo era uma declaração da parte do homem — era uma declaração dele que tinha tomado uma decisão de crer, de aceitar Jesus.
Contra estas duas posições baseadas na imaginação do homem, as Igrejas Reformadas voltaram para o ensino da Palavra de Deus.  Elas confessaram que o batismo é uma declaração de Deus, não do homem.  Também confessaram que o batismo é um sinal e selo da promessa de Deus; não é um ato mágico. Hoje vamos ouvir as boas novas de Jesus Cristo:


Tema: No sacramento do batismo, Deus nos garante as promessas da Aliança

Nós vamos ver dois aspectos:
  • 1.  As promessas da Aliança são reais e seguras
  • 2.  As promessas da Aliança são para nós e os nossos filhos


1. Em primeiro lugar, veremos que as promessas da Aliança são reais e seguras

Os Católicos Romanos (e de certa forma os Luteranos) ensinam que o mero ato de batismo tem um poder especial.  O ato de batismo pode tirar o pecado.  Por causa deste entendimento errado, antigamente muitos cristãos esperavam até o momento da morte para serem batizados.  Eles pensaram que assim o batismo iria apagar os pecados da sua vida inteira. 
Mas a Bíblia ensina outra coisa.  A Bíblia ensina claramente que somente o Espírito Santo e o sangue de Jesus Cristo, podem nos purificar dos nossos pecados.  A Bíblia diz (1 Coríntios 6:11), "…mas vós vos lavastes, mas fostes santificados, mas fostes justificados em o nome do Senhor Jesus Cristo e no Espírito do nosso Deus." A Bíblia diz em Apocalipse 1:5, que "aquele que nos ama, … pelo seu sangue nos libertou dos nossos pecados."  E, a Bíblia diz em 1 João 1:7 que "…o sangue de Jesus … nos purifica de todo pecado."
O sangue de Jesus, e o Espírito de Jesus nos lavam de toda impureza e de todo pecado. Portanto, o mero ato de um padre ou um pastor colocar água sobre a cabeça de alguém não tem poder nenhum para tirar pecado.  Isto é claro à luz da Palavra de Deus.
Então, qual é o valor do batismo? Se o batismo não pode salvar ninguém, se o batismo não pode tirar o nosso pecado, se o batismo não pode nos lavar e purificar… o que adianta administrar o batismo?
Para entendermos isto, devemos usar uma ilustração.  Um homem vai entrar no exercito.  Ele vai passar um ano muito longe da casa, fazendo treinamento intensivo.  Mas ele tem uma noiva.  Eles pretendem se casar quando ele voltar.  Durante este ano, ele fala todas as semanas no telefone com a sua noiva.  Ele pensa muito nela.  E, ele sempre guarda com ele uma foto dela.  Quando os seus colegas percebem que ele está olhando uma foto, eles perguntam:  "Quem é essa moça?"  E ele responde, "É a minha noiva!  Eu vou me casar com ela no ano que vem."
Vamos parar e pensar. O soldado tem um pedaço de papel, com tinta colorida, que é uma representação fotográfica de uma mulher.  Ele aponta esse pedaço de papel, e diz, "É a minha noiva!"  Agora, será que qualquer um daqueles amigos vai pensar que ele quer dizer que vai se casar com um pedaço de papel? De forma alguma! Todo mundo entende perfeitamente que a foto representa a noiva. Mas é uma representação tão viva, que o soldado pode até falar sobre a foto como se fosse a noiva mesmo. 
Da mesma forma, o sacramento é uma representação de uma realidade.  Em si, não tem nenhum valor.  É como um pedaço de papel.  Mas, o sacramento representa a realidade maior de uma forma tão viva e tão real, que podemos fazer a mesma coisa do que o soldado fez com sua foto.  Podemos apontar o nosso batismo, e dizer: "Deus me lava dos meus pecados."  Por isto, Ananias em Atos 22:16 diz ao apóstolo Paulo, "Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele." 
Ananias pode falar assim, pois o batismo é uma declaração de Deus! No batismo, Deus declara publicamente:  Este é o meu filho! Ele invocou o meu nome — e todo aquele que invoca o nome do Senhor será salvo!  Ele crê em mim — e todo aquele que crê faz parte do meu povo. Ele não mais faz parte das trevas — ele faz parte da nova raça humana. Ele é separado do mundo — ele faz parte da Igreja.  Faz parte do corpo de Cristo. 
Seu batismo é uma declaração de Deus!  Seu batismo é uma afirmação, uma promessa da parte de Deus, que você compartilha plenamente na salvação que Jesus conseguiu para a Sua igreja.  Efésios 5:26-27 diz que Ele se entregou pela igreja, "…para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito."
O batismo é uma declaração solene de Deus, que Ele promete a você esta santificação, esta lavagem, esta purificação.  Portanto, o batismo é um consolo profundo para nós, pecadores fracos que somos!  Quando você sente o peso da sua fraqueza e dos seus pecados, quando você fica desanimado porque você está vendo tão pouco progresso na luta contra o pecado; quando você está abalado por causa de ver tão pouco crescimento em santificação e novidade de vida… lembre-se do seu batismo. O batismo é uma declaração de Deus!  Ele diz, "Veja como a água tira sujeira!  É tão certo e seguro que EU te lavo de todos os seus pecados.  Olhe para Jesus! Olhe para a cruz! Tenha certeza que o batismo é um sinal e selo que você é membro de Cristo, e, portanto você esta purificado no Seu sangue."
Para todos que invocam o nome do Senhor, ou seja, para todos aqueles que têm verdadeira fé no Senhor Jesus Cristo, Deus proclama as promessas da aliança.  No batismo, Ele declara que estas promessas da Aliança são reais e seguras.


2. Mas também, estas promessas da Aliança são para nós e os nossos filhos

No Antigo Testamento, a circuncisão era o sinal que alguém fazia parte do povo de Deus.  Aqueles que foram circuncidados, por serem membros do povo de Deus, compartilharam as promessas da Aliança.  Deus prometeu ao seu povo: Eu sou vosso Deus; vós sois o Meu povo. A circuncisão era um sinal que aquela criança era santa — ou seja, que aquela criança tinha sido separada por Deus para fazer parte do Seu povo.  Para compartilhar nas bênçãos e promessas da Sua aliança. 
Quando chegamos à época Novo Testamento, não há mais lugar para o sinal de circuncisão.  Por que não?  Porque o sinal de circuncisão é um sinal sangrento.  No Antigo Testamento, havia muito derramamento de sangue.  A cada vez que sangue era derramado, no ato de circuncisão, ou no ato de sacrificar um animal, Deus estava ensinando ao Seu povo:  para apagar seus pecados, é preciso derramar sangue. A cada derramamento de sangue apontava a necessidade da morte de Jesus na cruz para salvar pecadores. 
Mas, hoje vivemos depois da morte de Jesus. Ele trouxe um sacrifício perfeito — uma vez por todas.  Ele derramou sangue eficaz.  Portanto, não é mais necessário para o povo de Deus ter sinais sangrentos. Se tivéssemos sinais sangrentos hoje, seria uma negação da obra de Cristo. 
Então, qual é o sinal que alguém faz parte do povo de Deus?  Não é mais a circuncisão.  É agora o batismo.  A Bíblia diz em Colossenses 2.11,12: “Nele também fostes circuncidados com a circuncisão que não é feita por mãos humanas, o despojar da carne pecaminosa, isto é, a circuncisão de Cristo, sepultados com ele no batismo, com quem também fostes ressuscitados pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos”. Vocês prestaram a atenção irmãos, A Bíblia nos ensina que o batismo é a circuncisão de Cristo! "Nele, também fostes circuncidados", diz o apóstolo.  Em outras palavras, Paulo está dizendo, "Vocês receberam o sinal que vocês fazem parte do povo da aliança! Pela circuncisão, vocês se tornaram participantes da aliança, do povo de Deus.  Mas, não é uma circuncisão física! "Não por intermédio de mãos".  É uma circuncisão espiritual — "no despojamento do corpo da carne".  
Paulo está dizendo que o sinal de alguém se tornar membro da Igreja, do povo de Deus, é que a velha natureza dele morre!  A morte da velha natureza é "a circuncisão de Cristo".  A morte da velha natureza é o sinal que alguém saiu das trevas e se tornou um membro de Cristo, um membro do povo da aliança.  Mas como Deus declara e proclama esta verdade?  Se não há mais um  sinal físico de circuncisão, qual é o sinal que Deus usa para nos assegurar que fazemos parte do Seu povo?
Paulo explica no versículo 12. "Tendo sido sepultados, juntamente com ele, no batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados mediante a fé no poder de Deus que o ressuscitou dentre os mortos."  Em outras palavras, o apóstolo diz:  "O batismo é um sinal que você participa no Senhor Jesus Cristo.  O batismo é uma declaração de Deus, que você compartilha completamente no Seu filho.  O batismo é uma proclamação que quando Jesus morreu, sua velha natureza morreu com Ele.  Quando Jesus se ressuscitou, você recebeu nova vida n’Ele."  O batismo é a circuncisão de Cristo.  O batismo é agora o sinal pelo qual Deus declara que fazemos parte do Seu povo, e que assim temos todas as promessas da aliança.  E os nossos filhos?  No Antigo Testamento, eles faziam parte do povo da aliança.  Eles receberam o sinal que eles faziam parte do povo.  Eles receberam o sinal que também para eles, Deus deu as promessas de salvação e amor. 
Será que no Novo Testamento, Deus joga as crianças fora da Aliança?  De forma alguma!  Deus fez uma aliança perpétua com Abraão e os seus filhos.  Em Gênesis 17:7, Ele prometeu:  "Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decurso das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua descendência."
Todo domingo, no culto matinal, ouvimos os dez mandamentos.  Sempre ouvimos de novo aquelas palavras do nosso Deus:  "Sou o SENHOR, teu Deus, que faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos."  Deus é um Deus que age através das gerações.  Deus é imutável.  Ele não deixou de ser um Deus que atua através das gerações.  Hoje também, Ele é o mesmo Deus, que declara seu amor às gerações daqueles que guardam a Sua aliança.
Por isto, Jesus chamou as crianças em Mateus 19:14.  "Deixai os pequeninos, não os embaraceis de vir a mim, porque dos tais é o reino dos céus."  Estas crianças não eram crianças qualquer.  Eram filhos do pacto!  Faziam parte do povo de Deus.  Compartilharam as promessas da aliança!  Jesus não diz, "Agora que eu vim crianças não fazem mais parte!"  Ao contrário, Ele confirma que dos tais é o reino dos céus.
Portanto, Paulo pode dizer (1 Coríntios 7:14), que os filhos dos crentes são santos.  Neste versículo, Paulo afirma que o fato de um dos país ser crente, significa que Deus tem este lar como um lar cristão!  Portanto, os filhos são santos — separados por Deus para fazerem parte do Seu povo!
Portanto, quando Paulo escreve às Igrejas, ele se dirige, por exemplo, em Efésios 1:1, "aos santos que vivem em Éfeso."  Mas, para ele, os filhos fazem parte "dos santos"; fazem parte da Igreja.  Então, no capítulo 6:1, ele fala aos filhos, para obedeceram aos seus pais no Senhor.  Paulo entende que os filhos fazem parte da Igreja, fazem parte do povo da aliança.
Em Ezequiel 36:25-27, Deus fez promessas para o povo da aliança.  Prometeu purificação dos seus pecados, e prometeu o Seu Espírito para eles. "(25) Então, aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei.  (26) Dar-vos-ei coração novo e porei dentro de vós espírito novo; tirarei de vós o coração de pedra e vos darei coração de carne. (27) Porei dentro de vós o meu Espírito e farei que andeis nos meus estatutos, guardeis os meus juízos e os observeis."
Pedro, no dia de Pentecostes, faz referência a esta promessa.  Ele fala (Atos 2:33) que Jesus recebeu do Pai a promessa do Espírito Santo.  Jesus está derramando sobre a Sua Igreja o Espírito Santo prometido.  Mas, esta promessa é para quem?
Pedro explica no versículo 39:  "Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos, e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar."  Pedro deixa bem claro que as promessas da aliança, incluindo a promessa do Espírito Santo, são para os crentes, para os seus filhos, e para todos aqueles que Deus vai chamar para fazerem parte do Seu povo. Quando entendemos isto, entendemos como Deus é grandioso e misericordioso.  Ele derrama o Seu amor sobre nós e os nossos filhos.  Pelo batismo, Ele proclama as promessas da aliança para nós e os nossos filhos. 
Quando um crente traz seu filho para batismo, Deus declara:  esta criança é minha!  Esta criança é santa:  separada do mundo, ela faz parte do povo da aliança.  Ela tem todas as promessas da aliança:  perdão dos pecados, e vivificação pelo Espírito Santo.
Isto coloca uma responsabilidade enorme sobre nós que somos pais.  Em primeiro lugar, a responsabilidade de apresentar os nossos filhos para serem batizados.  Não devemos desprezar a graça e a aliança de Deus, que Ele quer também conceder aos nossos filhos.  Em segundo lugar, temos uma responsabilidade profunda para ensinar aos nossos filhos que fazem parte do povo da aliança.  Devemos explicar que Deus promete a eles perdão dos pecados; que Ele promete a eles o Seu Espírito!  Devemos chamar os nossos filhos à  crer nas promessas de Deus, e a responder à graça de Deus com uma vida de gratidão. 
O batismo é uma declaração de Deus.  É uma declaração que as promessas da aliança são reais e seguras.  Não duvidemos que água tire sujeira.  Da mesma forma, não devemos duvidar que o Espírito de Jesus, e o sangue de Jesus, lavam todo pecador que crê no nome do Senhor. O batismo é uma declaração de Deus.  É uma declaração que aquelas promessas da aliança são reais e seguras para nós e os nossos filhos — através das gerações.  Irmãos, o que podemos fazer diante de tal amor?  A única reação possível é de inclinarmos as nossas cabeças,  e glorificar o Deus da Aliança.
Amém.
Pr. Kenneth Wieske.


                                           [1] Confissão Belga

 

 

ARTIGO 34


O sacramento do batismo

Cremos e confessamos que Jesus Cristo, que é o fim da lei (Rm 10.4), ao derramar o Seu sangue pôs fim a todo e qualquer outro derramamento de sangue que se poderia ou deveria fazer como expiação ou satisfação pelos pecados. Ele aboliu a circuncisão, que envolvia sangue, e instituiu em lugar dela o sacramento do batismo.1 Pelo batismo somos recebidos na igreja de Deus e separados de todos as outras pessoas e falsas religiões, para estarmos totalmente comprometidos com Ele,2 de quem carregamos a marca e o emblema, que nos serve como testemunho de que Ele será eternamente o nosso Deus e Pai gracioso. Por isso, Ele ordenou que todos os Seus sejam batizados com água pura, “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt 28.19): dando-nos a entender com isso que assim como a água, derramada em nós, lava completamente a sujeira do corpo e assim como a água é vista no corpo do batizado quando derramada nele; o sangue de Cristo, pelo Espírito Santo, faz a mesma coisa no interior da alma.3 Ele lava e limpa as nossas almas do pecado4 e nos regenera de filhos da ira para filhos de Deus.5 Isso não é produzido pela água em si mesma6 mas pelo aspergir do precioso sangue do Filho de Deus,7 que é o nosso Mar Vermelho,8 que precisamos atravessar para escapar da tirania de Faraó — do diabo — para entrarmos na Canaã espiritual. Assim os ministros, por sua parte, dão-nos o sacramento e aquilo que é visível, mas o nosso Senhor nos dá aquilo que o sacramento significa, quer dizer, os dons invisíveis e a graça. O Senhor lava, purifica e limpa as nossas almas de toda imundície e iniqüidade,9 renova os nossos corações e os enche de toda consolação, dá-nos a verdadeira certeza da Sua bondade paternal, reveste-nos de nova natureza, e despe-nos da velha natureza com todas as suas obras.10 emos, contudo, que aquele que almeja à vida eterna deve ser batizado uma vez com um só batismo.11 O batismo nunca deve ser repetido, pois não podemos nascer duas vezes. Além disso, o batismo não nos beneficia apenas quando a água está em nós e quando o recebemos, mas por toda a nossa vida. Por essa causa rejeitamos o erro dos Anabatistas, que não se contentam com o batismo recebido uma única vez, e que também condenam o batismo dos filhos pequenos dos crentes. Cremos que essas crianças devem ser batizadas e seladas com o sinal da aliança, assim como os bebês em Israel eram circuncidados com base nas mesmas promessas que agora são feitas aos nossos filhos.12 De fato, Cristo derramou o Seu sangue para purificar os filhos dos crentes do mesmo modo que o derramou pelos adultos.13 Por isso, devem eles receber o sinal e o sacramento daquilo que Cristo fez por eles, assim como o Senhor ordenou na lei que fosse oferecido um cordeiro logo após o nascimento dos filhos,14 que era o sacramento da paixão e morte de Jesus Cristo. Como o batismo tem para os nossos filhos o mesmo significado que a circuncisão tinha para o povo de Israel, Paulo chama o batismo de “circuncisão de Cristo” (Cl 2.11).
1. Cl 2.11. 2. Êx 12.48; 1Pe 2.9. 3. Mt 3.11; 1Co 12.13. 4. At 22.16; Hb 9.14; 1Jo 1.7; Ap 1.5b. 5. Tt 3.5. 6. 1Pe 3.21. 7. Rm 6.3; 1Pe 1.2; 1Pe 2.24. 8. 1Co 10.1-4. 9. 1Co 6.11. Ef 5.26. 10. Rm 6.4; Gl 3.27. 11. Mt 28.19; Ef 4.5. 12. Gn 17. 10-12; Mt 19.14; At 2.39. 13. 1Co 7.14. 14. Lv 12.6.


                       Catecismo de Heidelberg

 

A Palavra e os Sacramentos



O Santo Batismo


 

Dia do Senhor 27 

 

P.72. Então, esse lavar exterior com água por si mesmo remove os pecados? 
R. Não, somente o sangue de Jesus Cristo e o Espírito Santo nos purificam de todo o pecado.1
1. Mt 3.11; 1Pe 3.21; 1 Jo 1.7.
P.73. Então, por que o Espírito Santo chama o batismo de “lavar regenerador” e de “purificação de pecados”? 
R. Deus fala assim por uma razão importante. Ele nos quer ensinar que o sangue e o Espírito de Cristo removem os nossos pecados assim como a água remove a sujeira do corpo.1 Porém, ainda mais importante, Ele nos quer assegurar por meio dessa garantia e sinal divinos que somos tão verdadeiramente purificados espiritualmente dos nossos pecados, assim como somos fisicamente lavados com a água.2
1. 1Co 6.11; Ap 1.5; 7-14. 2. Mt 16.16; At 2.38; Rm 6.3, 4; Gl 3.27.
P.74. As crianças pequenas devem ser batizadas?
R. Sim. As crianças, assim como os adultos, pertencem à aliança e à igreja de Deus.1 Através do sangue de Cristo lhes são prometidos, da mesma forma que aos adultos, a redenção do pecado e o Espírito Santo, que opera a fé.2 Assim as crianças, por meio do batismo como sinal da aliança, devem ser enxertadas na igreja de Cristo e distinguidas dos filhos dos incrédulos.3 Na velha aliança isso era feito pela circuncisão,4 que, na nova aliança, foi substituída pela instituição do batismo.5
1. Gn 17.7; Mt 19.14. 2. Sl 22.10; Is 44.1-3; At 2.38, 39; 16.31. 3. At 10.47; 1Co 7.14. 4. Gn 17.9-14. 5. Cl 2.11-13.