terça-feira, 22 de março de 2016

Ganhar o Pão Diário com Trabalho Honesto, Eis a Ordem de Deus


           Lucas 3.7-14

7 João dizia às multidões que saíam para serem batizadas por ele: "Raça de víboras! Quem lhes deu a ideia de fugir da ira que se aproxima? 8 Deem frutos que mostrem o arrependimento. E não comecem a dizer a si mesmos: ‘Abraão é nosso pai’. Pois eu lhes digo que destas pedras Deus pode fazer surgir filhos a Abraão. 9 O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo". 10 "O que devemos fazer então? ", perguntavam as multidões. 11 João respondia: "Quem tem duas túnicas reparta-as com quem não tem nenhuma; e quem tem comida faça o mesmo". 12 Alguns publicanos também vieram para serem batizados. Eles perguntaram: "Mestre, o que devemos fazer? 13 "Ele respondeu: "Não cobrem nada além do que lhes foi estipulado". 14 Então alguns soldados lhe perguntaram: "E nós, o que devemos fazer? " Ele respondeu: "Não pratiquem extorsão nem acusem ninguém falsamente; contentem-se com o seu salário".   

 
Encontramos aqui no texto do Evangelho, uma mensagem e exortação do SENHOR Deus aos que exercem funções públicas. Observamos em destaque nos versículos 12 ao 14 do capítulo 3 do Evangelho de Lucas, em epigrafe, que entre os que foram atingidos em suas consciências pela pregação de João Batista e buscavam ser batizados, dois grupos, cujas funções administrativas da época podem ser comparadas ao de agentes públicos de nossos dias. Eram eles os publicanos e soldados. Tratava-se de membros do povo da Aliança, mas que exerciam funções odiadas pelos demais membro do povo judeu.
 Conforme [i]William Hendriksen, no seu Comentário do Novo Testamento, “‘os publicanos’ ou ‘Coletores de impostos’ ...” pagavam uma soma fixa de dinheiro ao governo romano pelo privilégio de cobrar uma taxa sobre exportações e importações assim como sobre qualquer mercadoria que passasse pela região.” Esses ainda podiam “subarrendar seus direitos a ‘chefes de publicanos’ (Lc 19.2) que empregavam ‘publicanos’ para fazerem as arrecadações. Estes cobravam enormes somas, o máximo possível segundo as circunstâncias. E assim os publicanos tinham a reputação de extorquidores.”  
Ainda, conforme [ii]Hendriksen, O outro grupo, os soldados, “aqueles que estavam fazendo o serviço militar” (literalmente), eram associados a atividade dos publicanos na cobrança de impostos. Eles recorriam à tortura, para forçar os escravos a acusarem seus senhores de darem declarações fraudulentas de seus bens. Fazendo assim, conseguiam extorquir dos ricos, parte do dinheiro devido aos publicanos.
Pois bem, por que aqueles homens procuraram João Batista, o que os incomodava? Novamente recorremos as explicações de William Hendriksen. Como os demais grupos que ouviram a pregação de João Batista, os publicanos e os soldados compreenderam “que a verdadeira conversão implica sempre em tristeza pelo pecado (arrependimento) e abandono da antiga forma de vida.” A eles João Batista respondeu taxativamente, que não deviam ganhar dinheiro desonestamente. Ora cobrando acima do estipulado, caso dos publicanos, ou extorquindo e acusando falsamente para auferir mais dinheiro, como faziam os soldados.
O ensino e mandado de Deus é claro para todos os cidadãos capazes de uma nação. Tanto contribuintes/eleitores, quanto os agentes públicos, sejam eles nomeados, concursados, ou os que foram conduzidos pelo voto aos diversos cargos eletivos, seja para os parlamentos (câmaras de vereadores, Assembleias Legislativas ou Congresso Nacional), ou Governos (prefeituras, governos estaduais e Presidência da República), todos devem exercer seus trabalhos honestamente.
Aos que estão sendo pegos em atos terríveis de corrupção, como vemos nas altas esferas dos governos, empresas públicas ou privadas, o caminho é o do arrependimento, submeterem-se as penas da lei, serem punidos conforme determina a Justiça, e mudarem de atitude. É como Deus ordena em Sua Palavra, conforme lemos em Efésios 4.28 “O que furtava não furte mais; antes trabalhe, fazendo com as próprias mãos o que é bom.”








[i]  Hendriksen, William, Comentário do Novo Testamento, Exposição do Evangelho de Lucas Vol. 1 © 2003, Editora Cultura Cristã. Pag. 286, 287.
[ii] _______. Exposição do Evangelho de Lucas Vol. 1 © 2003, Editora Cultura Cristã. Pag. 287.