segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Jesus Cristo nos adverte contra o perigo da descrença.

Texto: Hebreus 3.7-19

Amada Igreja do Senhor Jesus Cristo!

A descrença é um pecado terrível. Pois leva o ser humano a não crer em Deus. Olhe o mundo a nossa volta! O mundo é descrente. A descrença é o que leva o homem ao inferno. Por isso a Palavra de Deus nos adverte contra esse mal. Por quê? Porque é possível ouvir a pregação da Palavra e não ser verdadeiramente convertido; é possível fazer parte do rol dos membros, mas não fazer parte da Igreja de Cristo; é possível enganar a nós mesmos achando que realmente servimos a Deus da nossa maneira.
O texto da pregação nos adverte contra o pecado da descrença para não sermos lançados no inferno. E por isso nesta noite é bom olharmos para o passado, presente e o futuro. E avaliarmos à luz da Palavra de Deus como foi a nossa vida, como está a nossa vida hoje e qual a perspectiva para o futuro. E como o Senhor nos encoraja a viver para Ele.
Eu vos proclamo a Palavra de Deus no seguinte tema:

Tema: O Senhor Jesus Cristo nos Adverte Contra o Perigo da Descrença
1. Nos Fazendo Olhar Para o Passado
2. Nos Fazendo Olhar Para o Presente
3. Nos Fazendo Olhar para o Futuro

O Senhor Jesus Cristo nos Adverte Contra o Perigo da Descrença

1. Nos Fazendo Olhar Para o Passado (Hebreus 3.7-11)

Irmãos, Hebreus 4.12 diz: “Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração”.
O texto diz que esta Palavra é VIVA! Que esta palavra é EFICAZ! Por que esta Palavra é viva e eficaz? Porque ela é a Palavra de Deus. Esta palavra que temos em nossas mãos é a Palavra de Deus. A mesma palavra que Ele disse: haja luz e houve luz! Ela não é uma palavra morta e sem poder. Ela é capaz da conceder vida a quem estar morto. Esta Palavra também é EFICAZ! É eficaz para salvar o pecador das trevas.
Pois ela é inspirada pelo Espírito Santo! Hebreus 3.7a diz: “Assim, pois, como diz o Espírito Santo”. E 2 Pedro 1.20-21 ainda diz: “sabendo, primeiramente, isto: que nenhuma profecia da Escritura provém de particular elucidação; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo”. É exatamente por isso que o Espírito Santo faz uso da sua própria Palavra para advertir os ouvintes que receberam a carta aos Hebreus, e também a nós, do perigo da descrença. Ela não usa outra ferramenta, a não ser a sua própria Palavra que Ele próprio inspirou. Esta palavra que é viva e eficaz é mais cortante do que qualquer espada de dois gumes. De Gênesis a Apocalipse a Sagrada Escritura é usada para advertir pecadores. E no texto da pregação não é diferente.
Os versos 7b-11 são citados do Salmo 95. O salmista do Salmo 95 faz um resumo do êxodo do povo de Israel e mostra que os israelitas sempre mostraram descrença no Senhor na caminhada pelo deserto. Permita-me mostrar a vocês a triste história do êxodo de Israel. Eu falo triste porque realmente é uma história triste.
Irmãos, o povo de Israel estava habitando no Egito, mas lá ele vivia em escravidão; sofrendo com os maus-tratos dos egípcios; os israelitas eram forçados a trabalharem de uma maneira desumana. Porém, o Senhor se lembrou de sua promessa a Abraão e enviou Moisés para salvar o povo; Moisés fala a Faraó e Faraó endurece o coração e não deixa o povo sair. Por isso, Deus castiga o Egito com dez pragas. Que eventos maravilhosos da parte de Deus. Quem não gostaria de ver com seus próprios olhos aqueles eventos? A água do rio transformada em sangue; pedras em chamas caindo sobre todo Egito. Isso com certeza fortalecia ainda mais a confiança no SENHOR. Pois o povo de Israel está vendo com seus próprios olhos as obras maravilhosas do SENHOR. Você não ficaria?
Faraó finalmente deixa o povo sair para adorar a Deus. No êxodo ou saída do Egito do povo de Israel, Deus mesmo guiava o povo. Durante o dia com uma coluna de nuvem. Durante a noite a coluna de nuvem ficava envolvida em fogo (Exodo 13.21-22). Porém, faraó persegue os israelitas com seu exército. Qual foi a atitude do povo? Foi uma atitude de descrença no poder de Deus. Abram comigo em Êxodo 14.10-12 e prestem atenção a reação do povo. O texto diz: “E, chegando Faraó, os filhos de Israel levantaram os olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então, os filhos de Israel clamaram ao SENHOR. Disseram a Moisés: Será, por não haver sepulcros no Egito, que nos tiraste de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos trataste assim, fazendo-nos sair do Egito? Não é isso o que te dissemos no Egito: deixa-nos, para que sirvamos os egípcios? Pois melhor nos fora servir aos egípcios do que morrermos no deserto”. O povo não crê no SENHOR e seu poder. O povo não crê que o SENHOR tem poder para livrá-lo do perigo. Os israelitas estão dizendo que o melhor é estar vivendo como escravos no Egito. O povo já esqueceu o que o SENHOR fez lá no Egito a alguns dias atrás; veja como o povo é descrente no SENHOR. Eles preferem continuar vivendo no Egito como escravo e adorando outros deuses.
Mas, qual foi a atitude de Moisés? Êxodo 14.13-14 diz: “Moisés, porém, respondeu ao povo: Não temais; aquietai-vos e vede o livramento do SENHOR que, hoje, vos fará; porque os egípcios, que hoje vedes, nunca mais os tornareis a ver. O SENHOR pelejará por vós, e vós vos calareis”. Como a reação de Moisés é totalmente diferente da reação do povo. As palavras de Moisés são palavras de alguém que conhece o seu Deus e sabe o Ele que fará para defendê-lo. O povo tinha que crer da mesma maneira que Moisés.
As palavras de Moisés se mostraram verdadeiras imediatamente. Pois o Anjo do Senhor que ia adiante do povo passou para atrás do povo em posição de batalha. A coluna de fogo que iluminava o povo durante a noite também passou para trás do povo bloqueando a passagem dos egípcios. Então, o Senhor de uma maneira milagrosa abriu o mar vermelho. O povo começou a passar pelo meio do Mar vermelho a pés enxutos. Os israelitas podiam olhar para os lados e verem as imensas muralhas de águas fazendo um corredor imenso. Enquanto isso o Anjo do Senhor e a coluna de fogo continuavam impedindo o avanço dos egípcios. Quando o último israelita passou pelo Mar Vermelho, e isso pode ter demorado alguns dias, o Anjo do Senhor foi para a frente dos israelitas para continuar guiando-os e a coluna de fogo voltou para cima de Israel e se transformou em uma coluna de nuvem protegendo os israelitas do calor do sol.
Os egípcios em sua incredulidade começaram novamente a perseguição aos israelitas. Então, o SENHOR dos exércitos ordena que Moisés estenda as mãos para o mar quando os egípcios estavam atravessando, e imediatamente o Mar Vermelho voltou ao seu lugar e os egípcios foram mortos. Tudo isso os israelitas viram com seus próprios olhos. Viram quão grandioso é o poder de Deus. O que você faria se estivesse lá? Com certeza era para os israelitas nunca mais duvidar do poder do seu Deus.
Porém, depois de três dias de caminhada pelo deserto o povo começa a murmurar contra o Senhor por falta de água. Deus, porém, purifica as águas amargas de Mara em águas doces.
Quinze dias depois o povo murmura contra o Senhor por falta de comida. Deus dá o maná e codornizes. Deus também ordena que no sétimo dia ninguém deveria colher o maná. Porque é o dia de descanso. Mas, muitos desobedecem e saíram para colher o maná. Em seguida Deus livra os israelitas dos amalequitas.
Irmãos, quando estamos ouvindo tudo isso, causa até indignação de nossa parte contra Israel. Pois o SENHOR fez tantos milagres e mesmo assim o povo continua a murmurar mostrando falta de confiança e fé no SENHOR Deus.
Irmãos, em seguida o Senhor dá os Dez Mandamentos ao povo e o povo respondeu fazendo um bezerro de ouro. Depois deste fato terrível, o povo instruído na lei do Senhor parte do monte Sinai.
Bem o povo partiu do monte Sinai começou a murmurar por falta de comida, rejeitando assim o maná. Dizia que era melhor estar no Egito (Nm 11). Que era melhor os peixes que eles comiam de graça; dos pepinos, dos melões, dos alhos-silvestres, das cebolas e dos alhos. E o povo ainda diz: “Agora, porém, seca-se a nossa alma, e nenhuma coisa vemos senão este maná” (Nm 11.6). Então, a pergunta que vem a mente é: como viviam os israelitas no Egito? Eles não eram escravos? E por que eles preferiam ser escravos no Egito que ser livre e confiar no SENHOR?
Por causa destas rebeldias e murmurações constantes Moisés achou seu trabalho pesado de mais e diz que não quer mais ser o líder do povo. Depois Deus se irou com esta declaração de rebeldia, que mandou codornizes e em seguida lançou uma maldição sobre Israel.
Então, o povo chega a fronteira de Canaã. A terra prometida está em frente do povo e 12 espias são enviados para espiar a terra. O relato dos espias é recebido com descrença e incredulidade. O povo se rebela contra Moisés e Arão. Calebe e Josué reprovam o povo e mostram fé em Deus.
Qual a reação do Senhor? O Senhor se ira em extremo e quer matar a todos. O SENHOR não aguenta mais tanta rebeldia de um povo ingrato e incrédulo. Porém, Moisés intercede pelo povo. É isso que lemos em Números 14.17-19: “Agora, pois, rogo-te que a força do meu Senhor se engrandeça, como tens falado, dizendo: O SENHOR é longânimo e grande em misericórdia, que perdoa a iniquidade e a transgressão, ainda que não inocenta o culpado, e visita a iniquidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta gerações. Perdoa, pois, a iniquidade deste povo, segundo a grandeza da tua misericórdia e como também tens perdoado a este povo desde a terra do Egito até aqui”.
Porém, Deus não inocenta o culpado – como Moisés afirmou. O SENHOR resolve poupar a vida do povo naquele momento e ao mesmo tempo decreta o castigo do povo. Número 14.20-24 diz: “Tornou-lhe o SENHOR: Segundo a tua palavra, eu lhe perdoei. Porém, tão certo como eu vivo, e como toda a terra se encherá da glória do SENHOR, nenhum dos homens que, tendo visto a minha glória e os prodígios que fiz no Egito e no deserto, todavia, me puseram à prova já dez vezes e não obedeceram à minha voz, nenhum deles verá a terra que, com juramento, prometi a seus pais, sim, nenhum daqueles que desprezaram a verá. Porém o meu servo Calebe, visto que nele houve outro espírito, e perseverou em seguir-me, eu o farei entrar a terra que espiou, e a sua descendência a possuirá”.
Irmãos, existia motivo para o povo de Israel murmurar contra o Senhor? Os atos poderosos do Senhor não mostraram que Ele era capaz de dar aquilo que o povo necessitava? Então, qual o motivo para tanta rebeldia? Só tem uma resposta: Descrença! Descrença no Senhor. Não há outra resposta para tamanha rebeldia e murmuração, a não ser descrença!
Vejam comigo Hebreus 3.7-10. O texto diz: “Assim, pois, como diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração como foi na provocação, no dia da tentação no deserto, onde os vossos pais me tentaram, pondo-me à prova, e viram as minhas obras por quarenta anos. Por isso, me indignei contra essa geração e disse: Estes sempre erram no coração; eles também não conheceram os meus caminhos”. Quem endureceu o coração no deserto? Não foi Israel? E quem foi que provocou, que tentou, que pois à prova as promessas do SENHOR e durante quarenta anos todas as obras do SENHOR no deserto? Acaso não foi Israel?
Agora, prestem atenção principalmente no verso 11: “Assim, jurei na minha ira: Não entrarão no meu descanso”. São palavras fortíssimas que o SENHOR está dizendo. Ele está JURANDO NA SUA IRA! Ele não aguenta mais aquele povo ingrato, incrédulo e descrente. E foi exatamente isso o que aconteceu. Israel não entrou no descanso do Senhor, pelo contrário, foi rejeitado.
Irmãos, o passado de Israel é marcado pelo pecado de descrença e a descrença levou Israel para longe do Senhor e de suas promessas. Agora, o que o autor aos Hebreus quer nos ensinar com essas histórias do passado de Israel? Por que ele nos manda olhar para o passado de Israel? O que tudo isso tem a ver conosco?
Vamos olhar o verso 12 que diz: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo”. Irmãos, o autor aos Hebreus está escrevendo para crentes, pessoas redimidas no sangue de Jesus. E ele sabe que a descrença afasta o pecador do Deus da vida. Ele sabe que nós corremos perigo de cair na descrença e deixarmos de confiar no Senhor Jesus Cristo. Assim como aconteceu com Israel no deserto. Eles eram membros da Igreja e mesmo assim foram rejeitados pelo SENHOR. Foram rejeitados porque não deram ouvidos as palavras da vida. Eles quando ouviram as palavras do SENHOR endureceram o coração. Tornaram-se descrente e por causa da descrença foram rejeitados. Isso é um alerta para nós! Não sejamos como Israel no deserto. Não sejamos descrentes nas promessas do SENHOR. Depositemos nossas vidas nas mãos do Salvador Jesus Cristo. Então, ouçamos as palavras e as guardemos como colocar em nossos pescoços.
Então, me deixe ser um pouco mais direto: O que você faz quando HOJE ouve a voz de Deus na pregação ou através dos seus oficiais? Você endurece o coração? Você prova o Senhor? Você tenta o Senhor? Olhe para o passado de Israel e veja que por causa da descrença Israel foi rejeitado. Olhe agora para o passado de nossa Igreja no Grande Recife: Você conhece alguma pessoa que endureceu seu coração e não está mais em nosso meio? Você lembra que essa ou essas pessoas foram desobedientes em não ouvir as palavras do Senhor Jesus Cristo? E vejam como foram desobedientes. Vejam como foram rejeitadas por deixarem os caminhos do Senhor. Vejam que o Senhor Jesus Cristo fechou as portas do seu reino para elas.
Então, tenhamos cuidados para que não aconteça o mesmo com cada um de nós. Pois corremos o mesmo perigo e por isso o aviso!

Isso nos leva ao segundo ponto:

O Senhor Jesus Cristo nos Adverte Contra o Perigo da Descrença

Nos Fazendo Olhar Para o Presente (Hebreus 3.12-15)

Irmãos, o Senhor Jesus não nos faz apenas olhar para o passado da Igreja no Antigo Testamento, Israel. Mas, também nos faz olhar para o presente. Para as nossas vidas HOJE! Observe o que o Senhor Jesus Cristo está dizendo através do Espírito Santo. Observem o verso 7 e prestem atenção na palavra “HOJE”.
A citação é do Salmo 95 e o salmista já naquela época mandava Israel olhar para o passado de seus pais. Um passado triste a não ser seguido. Observe que o salmista diz que: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração...”. Agora observem os versos 12-13 de Hebreus 3, que diz: “Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado”.
Observem a palavrinha “HOJE” no verso 13. O que isso significa? Isso significa que a exortação, a advertência é para “HOJE” e não para amanhã. HOJE é o dia de olharmos para nossas vidas. HOJE é o dia avaliarmos as nossas vidas à luz da Palavra de Deus. É uma advertência urgente para nós crentes e não deve ficar sem uma resposta de nossa parte. Devemos responder com fidelidade a advertência do nosso Salvador e não ficarmos parados achando que não podemos cair em tal pecado. Ele diz no verso 12: “tende cuidado”. Ele sabe do perigo que corremos. Ele sabe mais do que cada um de nós! Observe nesse verso a palavra “irmão”. Ele fala é para a igreja; para os membros do povo de Deus – como já falei.
Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso... perverso coração de incredulidade que nos afaste do Deus vivo (v. 12). A descrença é uma realidade e não podemos fugir dela e nem fingir que não corremos perigo de cair em tal pecado. Então, o que devemos fazer para não cairmos neste pecado? O texto diz: “Exortai-vos mutuamente...”. Um ótimo remédio contra o pecado da descrença é exercer a exortação, o encorajamento dos nossos irmãos para que eles não caiam neste pecado e vamos receber com alegria a exortação quando a recebemos. Pois isso mostra o amor de Cristo. Pois estamos cuidando um do outro.
E quando devemos exortar um ao outro? O texto diz: “exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que chama hoje”. Irmãos, não exortamos os nossos irmãos apenas quando estamos na Igreja. Devemos procurar diariamente exortar os nossos irmãos. Vamos na casa dos irmãos, vamos telefonar, vamos enviar mensagem de celular, e-mail, mensagem pelo facebook e muito mais. Temos hoje uma infinidade de recursos a nossa disposição para cumprirmos o mandamento de nosso Salvador. Uma Igreja que exorta é uma Igreja sadia e forte; uma Igreja que exorta é uma Igreja que é cheia do amor de Cristo; é uma Igreja que tem o cheiro de Cristo; que tem a vida de Cristo. Então, não nos cansemos de exortar uns aos outros em amor.
Qual o propósito de exortarmos mutuamente hoje e sempre? O texto responde dizendo: “A fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado”. Irmãos, o pecado é uma mentira e não vamos deixar nossos irmãos cair nesta mentira. Devemos livrá-los deste mal e mostrá-los a verdade de Cristo. Fazemos isso para salvar a alma de nossos irmãos. Pois quem não exorta não ama! Lembrem-se disso! Quem ama exorta!
Por que devemos fazer tudo isso? Porque recebemos a maior de todas as bênçãos. Vejam o verso 14 que diz: “Porque nos temos tronado participantes de Cristo, se, de fato, guardarmos firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio tivemos”. Será que existe bênção maior do que essa, de sermos participantes de Cristo? Claro que não e isso é motivo mais do que suficiente para estarmos exortando uns aos outros.
Agora, como sabemos que nos tornamos participantes de Cristo? O verso 14 responde dizendo: “se de fato, guardamos firme, até ao fim, a confiança que, desde o princípio, tivemos”. O que mostra realmente que somos participantes de Cristo é a nossa vida. A nossa vida é o fator decisivo se temos ou não um coração cheio de descrença. Por isso o verso 15 diz: “Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração, como foi na provocação”. Então, sempre receba com um coração receptivo a voz do seu Senhor e prove as bênçãos de viver como um povo que serve ao Senhor Jesus Cristo.

Vamos ao terceiro e último ponto:

O Senhor Jesus Cristo nos Adverte Contra o Perigo da Descrença
Nos Fazendo Olhar Para o futuro (16-19)

Irmãos, como Jesus Cristo nos faz olhar para o futuro? Acompanhe comigo a leitura de Hebreus 3.16-18: “Ora, quais os que, tendo ouvido, se rebelaram? Não foram, de fato, todos os que saíram do Egito por intermédio de Moisés? E contra quem se indignou por quarenta anos? Não foi contra os que pecaram, cujos cadáveres caíram no deserto? E contra quem jurou que não entrariam no seu descanso, senão contra os que foram desobedientes?”.
Irmãos, quando vivemos em descrença não vemos futuro, ou melhor dizendo, não temos futuro! Sem Cristo não temos como ver um futuro. Sem Cristo não podemos entrar no descanso de Cristo e descansarmos de nossas lutas e pecados.
Agora veja o verso 19: “Vemos, pois, que não puderam entrar por causa da incredulidade”. Israel não pôde entrar no descanso de Cristo por causa do pecado de descrença. Por isso não puderam ver um futuro e esperar as bênçãos deste futuro. Mas, ficaram presos a esta vida temporária e estão hoje sofrendo no inferno.
O Descanso eterno deve ser o nosso alvo. E quando temos fé, quando cremos em Cristo podemos olhar um dia melhor e maravilho. Este dia é o dia da volta de Cristo para cumprir todas as suas promessas em nossa vida. Olhamos para um futuro com o nosso Deus e Pai. Onde descansaremos de todas as lutas que enfrentamos hoje e provaremos da bênção que é a presença de nosso Deus.
Amém.
Pr. Alexandrino Moura.
Recife 10-11-2013.



sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Seja Rico Para Com Deus!

Leitura: Lucas 12.1-34
Texto: Lucas 12.13-21

Amada congregação do Senhor Jesus e visitantes,

Qual seu conceito sobre a riqueza?
Qual seu conceito sobre a pobreza?
Qual o seu conceito sobre os ricos?
E qual o seu conceito sobre os pobres?
O que motiva você buscar ou não buscar a riqueza ou a pobreza?
E vou ser bem cuidadoso agora:
Vivemos entre extremos conceituais. O extremo do conceito socialista. O conceito socialista é que os ricos geram pobres. E, por isso, o estado deve cobrar mais dos ricos e menos dos pobres. Pois, “um país rico é um país sem pobreza”.
O outro conceito extremo é acumular capital (bens) somente para si. Não posso chamar esse conceito de capitalismo. Mas, digo que o capitalismo é bem usado para promover esse mal. Posso pagar dois salários mínimos ao meu empregado. Ele viverá melhor assim. Mas não pagarei. Pois, se pagar dois salários terei menos riqueza. Ou: Por que vou doar para asilos de velhos? Ora, é melhor para mim que eu guarde minha fortuna no banco, para gerar mais dinheiro para gozar minha velhice.
Os conceitos do socialismo e do capitalismo corrompido são extremos.
Então:
Onde devemos basear nosso conceito sobre riqueza e pobreza, sobre ricos e sobre pobres?
Qual a consideração que devemos ter pelas riquezas?
Será que os ricos geram pobres?
Será que as riquezas geram miséria?
O que é ser rico verdadeiramente?
O que é ser pobre verdadeiramente?
E falo agora sobre ser rico ou pobre para Deus.
Amados irmãos e irmãs, não são as riquezas que geram miséria diante de Deus. E nem é a minha pobreza que me faz ser rico diante de Deus.
É a avareza que gera miséria diante de Deus.
Vejam a parábola que Jesus contou. Como uma parábola é uma história com um ensino dentro. Jesus nos ensina:

Não seja louco. Não seja avarento. Seja rico para com Deus!

Esse é o tema da mensagem do Senhor para nós hoje.
Amados irmãos e irmãs, Jesus Cristo está em sua última viagem a Jerusalém quando conta essa parábola. É o estágio final de Seu ministério terreno. E a fama do Senhor era grande. As multidões cercavam Jesus (v. 1).
E no meio do aperto, provocado pela multidão, um homem falou a Jesus: “Mestre, ordena a meu irmão que reparta comigo a herança” (v.13).
Não sabemos muita coisa sobre esse homem que falou a Jesus. Quem ele era. De onde ele vinha. Se ele era o irmão mais novo ou do meio. Não temos detalhes. Não sabemos muito sobre ele.
O que sabemos?
Sabemos que ele se sentia defraudado por seu irmão.
Sabemos que a Lei regulava a partilha das heranças (patrimônios, bens deixados para filhos ou parentes). E sabemos que cabia aos juízes do povo resolverem essa questão (vejam em casa: Deuteronômio 21.15-17; Nm 27.8-11; e o cap. 36 deste).
Sabemos também que brigas por causa de herança são comuns na vida. Essas brigas trazem muita tristeza e divisão nas famílias.
Outra coisa que sabemos é que o homem considerou Jesus um Mestre, um rabino. O homem queria que Jesus julgasse sua questão. O homem queria que Jesus comprasse a briga dele. Ele disse (v. 13): “Mestre, ordena a meu irmão que reparta comigo a herança”.
E outra coisa que sabemos: O Senhor Jesus não atendeu o pedido daquele homem (veja o v. 14). As vezes pensamos que o Senhor atenderá todos os nossos pedidos. Mas, não. O Senhor não atendeu o pedido daquele homem.
O Senhor foi até forte contrariando o pedido feito, dizendo (v.14): “... Homem, quem me constituiu juiz ou repartidor entre vós?” Era uma pergunta que já tinha uma resposta! A resposta era: ninguém. O Senhor Jesus não foi estabelecido juiz para julgar aquela questão. Esse julgamento cabia aos juízes do povo.
Mas, o que o Senhor Jesus fez?
O Senhor aproveitou a situação para dar uma instrução a todos. Vejam o v. 15: “Então, lhes recomendou: Tende cuidado e guardai-vos de toda e qualquer avareza; porque a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possuí”.
Aqui temos a fonte do problema que levou aquele homem ir ao Senhor Jesus: avareza (ou cobiça).
Há dois tipos de avareza descritos na Escritura:
A avareza que é o amor pelos bens e que leva você a armazenar para si mesmo somente – é “o amor pelo dinheiro” que se fala e é reprovado em 1 Tm 6.10. É um amor tão grande por suas posses que você somente poupa. Você somente reserva para si o que é seu. Essa avareza é mais passiva. Você não fica buscando adquirir novos bens, nem defraudar ninguém. Mas, também essa avareza leva você a não promover o bem do próximo.
E o outro tipo de avareza é uma paixão que leva você a, por prazer, querer mais e mais, ter e ter, e ter ainda mais possessões para si somente. Essa avareza é ativa. É violenta. Você pode até usar de força e defraudação do próximo para conseguir bens que você não tem.
A palavra usada por Jesus se refere a esse último tipo de avareza: uma paixão maligna que leva você a querer mais e mais, ter e ter, e ter ainda mais possessões para si somente.
Esse era o tipo de avareza que Jesus se referiu no v. 15. Talvez tenha sido a avareza do irmão do homem que buscou Jesus. Ou, talvez, era o sentimento do homem que buscou Jesus. Quem nos garante que ele não estivesse cobiçando a porção do primogênito?
Bem ... mas, o que importa no momento?
É o claro ensino de Jesus: Não seja louco. Não seja avarento. Seja rico para com Deus!
A parábola do rico insensato serve para fixar esse mandamento (vs. 16-20).
O avarento é o rico fazendeiro da parábola.
E Jesus ilustrou bem o avarento:
O avarento é soberbo. Ele não pediu conselho a ninguém. A sabedoria da Palavra não importava para Ele. Deus não existe para o avarento. O conselheiro dele é o seu coração cobiçoso (v. 17).
O avarento não considerava as riquezas como bênçãos de Deus. Notem: o homem rico falava “meus frutos” (v. 17), “meus celeiros”, o “meu produto”, “os meus bens”. As riquezas são presentes de Deus (o SENHOR enriqueceu Abrão e dobrou a riqueza de Jó). Mas, o cobiçoso não considera as riquezas como presentes de Deus.
O avarento não pensava no próximo quando planejava a administração das bênçãos de Deus. O homem rico somente planejou ampliar os seus celeiros. Reter os bens somente para si mesmo (v. 18). Ele somente entesourou para si mesmo. Não pensou em voluntariamente distribuir aos necessitados.
O avarento se achava autossuficiente (não precisa de Deus) e o dono de si mesmo: Notem que o homem rico pensava (vs. 18,19): [eu] “farei”, [eu] “destruirei”, [eu] “reconstruirei”, [eu] “recolherei”, [eu] “direi”. E, o sentimento de se achar dono de si mesmo (v. 19): “Eu direi a minha alma”.
O avarento depositava em seus bens sua esperança no futuro, seu consolo e sua paz. O homem rico viu a abundância de seus bens. Não louvou a Deus. E planejou o seu futuro com base nessa abundância de bens (“farei” e “direi”). O cobiçoso não disse sinceramente: “se o Senhor quiser”. O homem rico dizia para si mesmo (v. 19): “... Então, direi à minha alma: tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te [celebra, festeja].” O avarento é um materialista mesmo. É um idólatra. Pois sua confiança não está somente no Senhor. Para o avarento o futuro, o consolo e a paz se firmam em seus bens. Portanto, o Senhor Jesus ilustrou bem o cobiçoso.
Agora, chama atenção o desfecho da parábola (vs. 20,21):
Acho que alguns de vocês, em sonho, já se viram deitados sobre ou nadando em dinheiro (como o Tio Patinhas fazia nos desenhos ou nos gibis). E de repente, no melhor do sonho, surge – de longe e vai ficando mais forte – uma voz: “Acoooorda ... olha a horaaaa!” Era tão terrível acordar daquele sonho.
Assim, foi terrível para o homem rico ser acordado da loucura dele. E, na parábola, o próprio Deus é quem fala ao homem avarento. E a primeira palavra que ele ouviu foi: “Louco ...”. E depois Deus fez uma afirmação de juízo: “...esta noite te pedirão a tua alma;”. E depois Deus fez uma pergunta que levou o homem a ver a loucura dele: “... e o que tens preparado, para quem será?”.
O homem rico vivia como se Deus não existisse. Ele confiava na abundância dos seus próprios bens e na perversidade ele se fortalecia. E isso é loucura. Não ter o Senhor como fortaleza e único e verdadeiro Deus. E a avareza, que é idolatria, passa a ser a deusa daqueles que buscam entesourar somente para si.
Se caímos em avareza, então, a vida não terá posses. Mas, a vida será possuída pela avareza. E aí chegará o dia quando Deus pedirá contas. E nesse dia, veremos que a avareza é mais uma falsa deusa dos homens!
A parábola adverte: Não seja louco. Não seja avarento. Seja rico para com Deus!

Concluindo:

O pecado não é ser rico. O pecado não é ter poupança, fazer aplicações nos bancos ou investimentos na bolsa de valores. O pecado não é possuir muitos imóveis, dinheiro, carros, ou seja, riquezas. Ser rico é uma bênção de Deus. E fazer investimentos é administrar bem as bênçãos de Deus.
Não caia no engano do socialismo. E não caia também no engano do individualismo egoísta que corrompe o capitalismo. E nem ouça o falso evangelho socialista da teologia da libertação que ensina que os ricos irão para o inferno e os pobres para o céu. E nem seja levado pelo falso evangelho individualista e materialista da teologia da prosperidade.
O pecado é entesourar “para si mesmo” – diz Jesus. O pecado é a avareza. A avareza que é idolatria (Cl 3.5). A avareza que domina o coração do homem, que faz ele negar a Deus. E é o avarento que não herdará o reino de Deus (1 Co 6.10).
E a avareza não é uma idolatria que atinge somente os ricos. Não. Os ricos facilmente podem viver nesse pecado mortal. Por isso, a Escritura exorta aos ricos a serem caridosos (1 Tm 6.17-19). E dizem também que dificilmente um rico entrará no reino do céu (Mt 19.23). Mas, pobres também podem adorar a avareza. Quantos pobres deixam de comer para jogar no bicho ou na loto? E quantas vezes ouvimos de irmãos pobres: “Como posso ofertar, pois mau tenho para mim?” E quantos pobres você conhece que, movidos por cobiça, não levam seus patrões à justiça?
A avareza está no coração (Mc 7.22). É uma obra da nossa natureza caída (Cl 3.5). É um pecado que se infiltra na igreja (1 Co 5.10,11). E, por amor a Cristo Jesus, devemos abominar a avareza. A avareza enlouquece e leva homens para o inferno (1 Co 6.10).
Jesus nos alertou a nos protegermos da avareza. E o Senhor nos chamou a sermos ricos para com Deus.
Agora, como nos tornamos ricos para com Deus?
Na vida terrena nos tornamos ricos por meio do trabalho, por meio de herança ou por meio de roubo. Mas, na vida espiritual, nos tornamos ricos somente por herança.
A herança que vem pelo trabalho de Cristo Jesus. Pois, Jesus se fez pobre para nos conquistar as riquezas da graça de Deus. Apesar do SENHOR ser o Herdeiro de toda a Criação, Ele encarnou, nascendo como pobre. Viveu como um pobre. Morreu como um miserável maldito na cruz. Mas, ressuscitou em glória e está em glória para nos fazer herdeiros da Sua gloriosa riqueza e herança. E essa herança é nossa somente quando por verdadeira fé cremos em Cristo Jesus.
Quando pela fé confiamos em Cristo, então, somos feitos filhos de Deus e coerdeiros de Cristo. Recebemos a riqueza da graça de Deus, do perdão dos pecados, da justiça de Cristo, do amor de Deus, do Espírito Santo e a promessa de herdarmos a terra (Gl 3.1-14).
Posso ser nessa vida pobre como o mendigo Lázaro, ou, como a viúva velhinha que ofertou a Deus tudo o que tinha. Ou posso ser rico como José de Arimatéia, ou, como Lídia. Estes como aqueles são os verdadeiros ricos, pois, estão em Cristo Jesus. Eles compreenderam que eram miseráveis pecadores. Eles buscaram a Cristo Jesus não em busca de tesouros e heranças dessa terra. Mas, em busca da salvação em Cristo somente. Então, somente em Cristo podemos ser ricos para com Deus.
E alerto a todos:
Na vida terrena existem várias classes sociais: os ricos, a classe média, os pobres e os miseráveis. Mas, na vida espiritual não. Somente duas classes sociais existem: Ou você é rico ou você é miserável.
Em qual classe você está?
Se está em Cristo você é verdadeiramente rico. Se está fora de Cristo, você pode até nadar em dinheiro, mas é um miserável pecador.
Se está em Cristo, você tem a salvação eterna e riquezas que acompanharão você após a sua morte física. Você não será condenado por Jesus Cristo – no juízo Ele julgará os avarentos. Mas, se você está fora de Cristo, então, saiba que nu você veio ao mundo e nu você sairá dessa vida (1 Tm 5.7). E, pior, despido da justiça de Cristo. E essa justiça de Cristo que nos veste e nos livra da ira eterna de Deus.
Por isso, quem, pela graça de Deus, entendeu a parábola do homem rico se protegerá da avareza. Não será louco de continuar na avareza. Buscará Cristo Jesus, a fim ser feito rico para com Deus! Pois, somente em Cristo Jesus reside a nossa riqueza diante de Deus. E somente a riqueza que temos em Cristo nos acompanhará após a morte física. Assim, somente em Cristo, pela fé, podemos dizer a nossa alma: “... tens em depósitos muitos bens; descansa, come, bebe e regala-te [celebra, festeja]. Pois somente em Cristo gozaremos eternamente, em corpo e alma, toda herança que Ele conquistou graciosamente para nós.

Amém.
Sermão preparado pelo Rev. Adriano Gama expondo o texto de Lucas 12.13-21.

Devemos Honrar Nossos Pais e Superiores, Pois Deus Nos Governa Pelas Mãos Deles.

Texto: Dia do Senhor 39
Leitura: Êxodo 20.12; Romanos 13.1-7.

Amados irmãos e irmãs,

Nós testemunhamos um tempo de crise de autoridade. Prega-se anarquia e rebeldia abertamente (em nosso país). Veja o apoio dos políticos a protestocracia – governo por meio de protestos.
Notem virou moda:
As reivindicações se fazem com pneus em chamas, com barricadas nas ruas, com os grupos terroristas como o Black Bloc, o quebra-quebra organizado. E a imprensa vive repetindo a mentira do protesto “pacífico”. São protestos “pacíficos” que criam desordem, que trazem medo aos cidadãos, que tiram nosso direito de ir e vir, que param os serviços essenciais à boa ordem. E o que dizer das greves? Que tipo de direito greve desrespeita o direito de quem não quer fazer greve?
A moda é dizer: Temos que ouvir as vozes da rua.
E nossos magistrados têm ajudado os organizadores dessa protestocracia. Um deputado continua a ser deputado mesmo depois de ser condenado. E a suprema corte do Brasil ajuda a quadrilha que tentou sequestrar o poder mediante a arma do mensalão. E policiais que cumprem a lei, combatendo bandidos são penalizados pelos superiores.
As vozes e as manifestações da rua somente mostram que a ordem está ameaçada. Há uma inversão de valores. A rebelião contra as autoridades é instituída. Parece que é somente uma questão de tempo para uma grande revolta acontecer no Brasil.
Agora, estamos nós (em meio, cercados) nessa bagunça. Mas, não é a primeira vez que os crentes passam por tempo de crise. A época da Reforma foi um tempo de crise de autoridade também. As autoridades praticaram muitas injustiças contra crentes que abraçaram a fé reformada. Muitos crentes tiveram seus bens e títulos confiscados, foram perseguidos, outros aprisionados e mortos pelas autoridades romanistas. Mas, qual foi o ensino reformado para orientar os crentes no tempo de crise e de injustiças? Será que a doutrina reformada ensina a revolução e o desrespeito contra as autoridades instituídas?
Essas perguntas servem para introdução da mensagem de Deus para nós hoje. A mensagem é a seguinte:

Honremos a todos aqueles que Deus colocou sobre nós.
Amados irmãos e irmãs, o mandamento do SENHOR é (Êxodo 20.12): “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR, teu Deus, te dá”.
A palavra “honra” está no texto.
E o que é honrar?
Honrar é mais do que obedecer. Honrar significa considerar, estimar, enobrecer, dar importância. E honrar tem a ver com amor. Honro a quem amo. Quem honra de verdade ama de verdade. O amor nos leva a honrar.
Agora, a quem devo honrar?
O mandamento fala da honra ao pai e a mãe: “Honra teu pai e tua mãe ...”. Então, dentre os homens, nossos pais são os primeiros dignos de honra.
Porém, segundo a Escritura, os termos “pai” e “mãe” são também usados para os profetas, os mestres e os magistrados do povo de Deus. Por exemplo, José disse que era pai de faraó (Gênesis 45.8). Isso significava que ele guiava Faraó e governava o povo egípcio. Débora, a juíza, disse que era mãe de Israel (Juizes 5.7). Débora foi “mãe de Israel” porque Deus deu a ela autoridade sobre Seu povo. No Novo Testamento os apóstolos instruíram às igrejas como pais instruem a seus filhinhos (Gálatas 4.19; 1 João 2.1,2). Então, notem que Deus usa as palavras “pai” e “mãe”, para designar as autoridades que Ele colocou sobre nós: em nossas casas, na igreja e no estado.
O Catecismo segue a Escritura quando ensina o quinto mandamento (veja R. 104). O Catecismo coloca de modo bíblico, a exigência e abrangência do mandamento: devemos honrar nossos pais, nossas mães e nossos superiores.
E qual a base de nossa obediência aos nossos superiores?
É o cinturão de papai e o chinelo de mamãe?
É o medo de ser punido?
É um contrato social?
É nosso compromisso partidário ou sindical?
Não.
Honramos nossos superiores, porque é a vontade de Deus.
Notem o que diz o Catecismo (veja a parte final da R. 104): “... é a vontade de Deus nos governar pelas mãos”. “das autoridades”. E essa afirmação se apoia na Escritura. Pois lemos, na Palavra de Deus:
Os filhos são exortados a obedecerem aos pais, pois isso é justo (agrada a Deus – Efésios 6.1).
Da mesma forma, as esposas são submissas aos esposos por causa de Cristo. E os servos servem aos senhores por causa de Cristo (Efésios 5.22-24; 6.5-8).
E os membros obedecem aos oficiais da igreja por causa da vontade do SENHOR (Hebreus 13.17).
E nós (todos) respeitamos os magistrados e pagamos os nossos muitos impostos, pois é também a vontade de Deus (Romanos 13.1-7).
Então, por que você honra seus pais e as demais autoridades?
Porque é a vontade de Deus nos governar pelas mãos delas. E você ama a Deus e deseja fazer a vontade de Deus.
Por isso, quando nossos filhos mostram rebeldia devemos apresentar a eles - logo bem cedo - : “Filho não seja rebelde ao governo de Deus”. Mude de atitude. Não há felicidade na rebelião contra o Senhor. É vontade de Deus que você seja governado por papai e mamãe.
Falo especialmente aos jovens – quando o mundo estiver dizendo a você jovem: Não há nenhum senhor sobre você. Você é senhor de sua vida. Saiba (meu jovem irmão) que isso é uma mentira grosseira.
Nós temos um SENHOR que colocou senhores sobre nós. Em certo sentido, ninguém na terra é livre. Somente tem um Soberano SENHOR. E esse Soberano colocou autoridades sobre nós.
O evangelho diz (Romanos 13.1,2): “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas”. E “... é a vontade de Deus nos governar pelas mãos deles”. Por isso, devo demonstrar “... toda honra, amor e fidelidade a meu pai e à minha mãe, e a todos os meus superiores;...”. Esse é o ensino bíblico. E quando, pela fé, obedecemos essa instrução temos a promessa de vida longa e abençoada por Deus.
A anarquia e rebeldia estão no coração do homem. Elas chegaram com a Queda em pecado. E continuam presentes na história da humanidade. Mas, a doutrina bíblica não apoia a rebeldia, a rebelião e a desonra as autoridades. Pelo contrário, nos ensina o desejo de Deus: “... que eu me submeta a boa instrução e disciplina vinda deles e que também seja paciente com as suas fraquezas e defeitos.” E a doutrina bíblica não promete sucesso e felicidade para os rebeldes. A promessa para o rebelde é vida curta. É maldição.
Agora, somente somos autorizados a desobedecermos às autoridades quando a ordem delas vai contra a Palavra de Deus. Ai nós não devemos ser submissos às autoridades. Por exemplo: Se seu marido ou seus pais proíbem você de vir para os cultos. Você, com amor e honra, deve dizer: não posso obedecer a esse mandamento. Siga o exemplo de Pedro (Atos 5.29): “Antes, importa obedecer a Deus do que aos homens”. E, essa verdade se aplica a todos que estiverem debaixo de autoridade: empregados, soldados, servidores públicos e membros da igreja. Porém, precisamos orar para discernirmos como aplicar essa verdade.
Agora, quem aqui se acha capaz de cumprir esse mandamento?
Acho que ninguém. Ninguém aqui é capaz de cumprir o quinto mandamento.
A nossa natureza humana nos inclina a rebeldia contra Deus. Nossa carne deseja desonrar ao Senhor. E, além de nossa rebeldia carnal, é uma luta para nós cumprirmos o quinto mandamento sendo governados por pais, maridos e oficiais fracos e pecadores, por patrões injustos e governantes corruptos.
E o que nos resta (então)?
É confiar que a nossa salvação está em Cristo. Ele foi quem, mesmo sendo Deus, encarnou para cumprir perfeitamente o quinto mandamento por nós. Ele foi submisso ao Pai em tudo e por obediência morreu para nos salvar (Filipenses 2.5-8); Foi submisso aos seus pais que eram pecadores (Lucas 2.48-52). Você imagina o santo e perfeito Deus se submetendo a pais pecadores e imperfeitos?
O Senhor Jesus foi submisso as autoridades corruptas e injustas como César e Pilatos (Mateus 22.21; João 19.11).
Nós buscamos cumprir o quinto mandamento não para sermos salvos. Nós queremos ser gratos a Deus. E buscamos a graça do Espírito Santo para podermos nos deixar sermos governados pelas autoridades, e, o mais difícil para nós, sermos pacientes com as fraquezas e defeitos de nossos pais e superiores. E assim, testemunharmos ao mundo rebelde e anarquista que Cristo salva e transforma pecadores rebeldes. Que Cristo, por Seu Espírito e Palavra, nos concede um novo coração que se agrada em ser governado por Deus, nosso Pai.
E, no término desse sermão, vamos encerrar lendo o Artigo 36 da Confissão Belga. Essa confissão foi escrita na época da reforma. E o autor dessa confissão, Pr. Guido de Brés, foi assassinato pelas autoridades em praça pública. E em praça pública, mesmo sabendo de sua inocência, exortou os crentes a honrarem a Deus e as autoridades. Ele fez isso segundos antes de ser pendurado pela corda da força. Então, pela doutrina bíblica ensinada em nossas confissões reformadas, honrarmos a todos aqueles que Deus colocou sobre nós (leiamos nós juntos o Artigo 36 da Confissão Belga agora). O “amém” será dado depois da leitura desse artigo.
Sermão preparado pelo Rev. Adriano Gama sobre a doutrina bíblica ensinada no Dia do Senhor 39.

Textos:
Catecismo de Heidelberg
Dia do Senhor 39
P.104. O que exige Deus no quinto mandamento?
R. Que eu demonstre toda honra, amor e fidelidade a meu pai e à minha mãe, e a todos os meus superiores; que eu me submeta devidamente às suas boas instrução e disciplina1 e que também seja paciente com as suas fraquezas e defeitos,2 pois é a vontade de Deus nos governar pelas mãos deles.3
1. Ex 21.17; Pv 1.8; 4.1; Rm 13.1, 2; Ef 5.21, 22; 6.1-9; Cl 3.18-4.1. 2. Pv 20.20; 23.22; 1Pe 2.18. 3. Mt 22.21, Rm 13.1-8; Ef 6.1-9; Cl 3.18-21.

Confissão Belga


ARTIGO 36


O governo civil

Cremos que o nosso Deus gracioso, por causa da depravação do gênero humano, estabeleceu reis, governos e oficiais civis.1 Ele quer que o mundo seja governado por leis e planos de governo,2 para restringir os excessos dos homens e para que tudo transcorra em boa ordem entre eles.3 Para isso colocou Ele a espada na mão das autoridades para castigar os malfeitores e proteger os que praticam o bem (Rm 13.4). Eles têm por ofício não apenas restringir e conservar a boa ordem pública, mas também a proteção da igreja e do seu ministério para que* o reino de Cristo possa vir, a Palavra do evangelho seja pregada em toda a parte4 e Deus seja honrado e servido por todos — como Ele determina em Sua Palavra.
Além disso, cada um, independente da sua qualidade, condição ou classse é obrigado a submeter-se aos oficiais civis, pagar os impostos, respeitá-los e honrá-los, e obedecê-los em tudo aquilo que5 não contrarie a Palavra de Deus.6 Devemos orar por eles para que Deus os dirija em todos os seus caminhos e para que “para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito” (1Tm 2.1, 2).
Em razão disso reprovamos os Anabatistas e outros rebeldes, e em geral todos quantos se opõem às autoridades e aos oficiais civis, subvertem a justiça,7 introduzem a comunhão de bens, e perturbam a boa ordem que Deus estabeleceu entre os homens.
* As palavras a seguir foram eliminadas nesse ponto, em 1905, pelo Sínodo Geral das Igrejas Reformadas da Holanda (Gereformeerde Kerken in Nederland): “toda idolatria e falso culto devem ser removidos e impedidos, e o reino do anticristo deve ser destruído”.

1. Pv 8.15; Dn 2.21; Jo 19.11; Rm 13.1. 2. Êx 18.20. 3. Dt 1.16; Dt 16.19; Jz 21.25; Sl 82; Jr 21.12; Jr 22.3; 1Pe 2.13, 14. 4. Sl 2; Rm 13.4a; 1Tm 2.1-4. 5. Mt 17.27; Mt 22.21; Rm 13.7; Tt 3.1; 1Pe 2.17. 6. At 4.19; At 5.29. 7. 2Pe 2.10; Jd .8.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Obedecer ao Quarto Mandamento Revela Quem é o Verdadeiro Deus da Igreja Cristã

Texto: Dia do Senhor 38 (Catecismo de Heidelberg)
Leitura: Êxodo 20.8-11; Deuteronômio 5.14,15; Levítico 23.3; Neemias 13.15-22

Amada congregação do Senhor,

O trabalho e o divertimento são falsos deuses. E o domingo revela essa servidão e idolatria de modo bem prático. As pessoas tem servido ao trabalho e adorado o divertimento. O comércio não se fecha mais aos domingos. E o domingo se tornou o dia da adoração ao divertimento com o esporte, com a praia, com a tv e com a ociosidade.
Será que não ouvimos:
Tenho que trabalhar aos domingos. Quem vai pôr o pão em minha mesa?
Outros: Ah, ninguém é de ferro! O domingo é o meu dia.”
Então:
Como a igreja pode revelar os falsos deuses do mundo?
Como a igreja pode revelar ao mundo quem é o Único e Verdadeiro Deus?
De modo bem prático é: Obedecendo ao quarto mandamento.
O tema de nossa pregação é:

A nossa obediência ao quarto mandamento revela o Verdadeiro Deus ao mundo e a realidade do descanso eterno

Atitudes ensinam. E ensinam mais que palavras.
Vejam o relato de Neemias. O sábado foi feito o dia comercial (Ne 13.15). O servo trabalhava no lagar e no transporte de trigo. O jumento levava a carga. Os comerciantes judeus comercializavam. E comerciantes gentios também (os tírios do v. 16). Os crentes compravam as mercadorias aos sábados. Os nobres, os homens livres e donos do comércio e do agronegócio, promovia o comércio em em Judá (no país) e também em Jerusalém.
E o que esse relato revela?
A aliança do Senhor estava sendo transgredida pela igreja.
O sábado não estava sendo o dia especial de descanso e de adoração ao Senhor. O sábado estava sendo o dia da transgressão da Lei do Senhor.
E Neemias observou o pecado do povo. Mas, ele não apenas observou. Neemias agiu. Ele protestou contra os trabalhadores que desrespeitavam o sábado (v. 16). Neemias foi aos nobres (a classe social livre, os donos de campos e de comércios). E revelou o pecado deles: a profanação do sábado (v. 17). Neemias lembrou aos nobres que fora o desrespeito ao quarto mandamento que trouxera a disciplina de Deus sobre a igreja (v.18). Neemias agiu. Não ficou parado ao ver o pecado. Ele tomou uma atitude contra a quebra do quarto mandamento da Aliança.
E vocês notaram que Neemias começou a agir dentro da igreja?
Ele não foi logo falar com os gentios. Ele protestou contra os servos. E depois contra aos nobres do povo de Deus.
E por quê?
Porque o juízo deve começar na casa de Deus. Foi com a igreja que uma aliança de graça e amor foi feita, a aliança do SENHOR. E o sábado era o sinal dessa aliança.
A igreja já havia apanhado por profanar o sábado. E a igreja na renovação da aliança havia se comprometido em santificar o sábado (veja Ne 10.31). Porém, ela não estava cumprindo seu compromisso pactual. E Neemias alertou aos nobres do perigo de quebrar a aliança e dever pactual de se santificar o dia de descanso (v. 18).
Neemias agiu na igreja. Tomou uma atitude dentro da igreja. Ordenou o fechamento dos portões de Jerusalém para impedir a entrada dos comerciantes no sábado (v. 19). Protestou contra os comerciantes estrangeiros. Enfrentou a teimosia deles. E prometeu punir os comerciantes que ficassem no portão aos sábados (v. 20,21).
Imagine o impacto da atitude de Neemias e da igreja para a vida comercial em Judá e em Jerusalém?
E qual foi o resultado da atitude de Neemias?
Daí em diante não tornaram a vir no sábado” (v. 21).
O comércio cessou aos sábados. E as portas de Jerusalém foram guardadas pelos levitas. E o sábado foi santificado (v.22). A aliança foi protegida da profanação.
A atitude de Neemias ensinou a igreja quem é o Deus dela. E a atitude de Neemias revelou a igreja e ao mundo quem é o Único e Verdadeiro Deus, o Criador e Redentor. Pois, qual mandamento explicitamente fala do Deus Criador e Redentor? O quarto. Santifiquem o sábado pois eu descansei no sétimo dia após criar tudo. E santifiquem o sábado pois fostes escravos na terra do Egito. Não são estas as bases do quarto mandamento? São.
A Nova Aliança trouxe mudanças. Ela mudou a relação entre igreja e estado. O dia de sábado não é o mesmo. Na Nova Aliança, pela prática apostólica, o dia de descanso passou a ser o domingo (At 20.7; 1 Co 16,1,2; Ap 1.10). Essa mudança é testemunhada há dois mil anos pela igreja.
A separação entre igreja e estado impede a igreja de impor aos descrentes a guarda do quarto mandamento. Mas, na Nova Aliança a igreja ainda é a igreja. E o quarto mandamento permanece hoje.
Notem o Dia do Senhor 38. O que confessamos no Dia do Senhor 38 do Catecismo? A nossa confissão é que ainda hoje temos que guardar o quarto mandamento.
E como guardamos esse mandamento?
Primeiro, os deveres com adoração pública a Deus. Esses deveres são pessoais. Mas, se exercem publicamente, diante do povo de Deus e do mundo.
O primeiro desses deveres com a adoração é o meu dever pessoal de sustentar o ministério do evangelho e as escolas cristãs.
No Catecismo o ministério do evangelho se refere ao ministério da Palavra, ou seja, tudo que torna possível a pregação do evangelho. E as escolas cristãs são as escolas que formam pastores. Esse dever é tirado do quarto mandamento. Pois, ofertas dobradas era parte da guarda do quarto mandamento (Nm 28.8-10).
E para que eram essas ofertas?
Para manterem o ministério do evangelho. Eram as ofertas que possibilitavam o culto, os sacrifícios, o sustento dos sacerdotes e o sustento da tribo de Levi (veja, por exemplo, Ne 12.44-47; 13.10).
A vinda de Cristo modificou o exercício do ministério do evangelho. Não existe mais o templo, nem sacrifícios sangrentos. E os sacerdotes e a tribo de Levi não são mais os ministros do evangelho. E a tribo de Levi não mais formam os ministros do evangelho para a igreja. Hoje temos os ministros da Palavra. E temos os seminários que formam esses ministros.
E é ensino de Jesus e dos apóstolos que a igreja sustente o ministério da Palavra e forme os ministros desse ministério (Mt 10.10; 1 Co 9.14; Gl 6.6; 1 Tm 5.17,18). Então, quando oferto para o sustento do ministério do evangelho e os seminários estou mostrando o amor e o respeito ao ensino do quarto mandamento.
Dentro de nossos deveres públicos para guardar o mandamento tem o dever pessoal de sermos diligentes (não relaxados) para irmos à igreja. O catecismo diz: “Devo ir à igreja ... para ouvir à Palavra de Deus, participar dos sacramentos, para invocar publicamente ao Senhor e para praticar a caridade cristã para com os necessitados”.
O termo “igreja” se refere ao lugar de adoração. É meu dever ir à igreja para usar os meios de graça (pregação, Ceia e Batismo e oração) e dar ofertas para o socorro dos necessitados (praticar a caridade cristã).
Outra coisa, notem que a fé reformada reconhece que há um dia especial para descansarmos e para adorarmos ao SENHOR. O catecismo diz: “ ir a igreja ... especialmente no dia de descanso ...”. O dia de descanso aqui não é o sábado da Antiga Aliança. É o domingo. Então, é o domingo o dia especial para o descanso e para o serviço de adoração ao Senhor Jesus e da comunhão dos santos.
O catecismo ainda apresenta a segunda exigência do quarto mandamento. Essa exigência não é pública. Mas, é pessoal e diária (por favor, vejam): “...para que em todos os dias da minha vida eu cesse as minhas más obras, deixe o Senhor operar em mim por Seu Espírito Santo, e assim começar nesta vida o descanso eterno.” Essa parte do catecismo nos lembra o Salmo 50 e Isaías 1.
Esses textos revelam que o SENHOR rejeitou o culto, os sacrifícios e os sábados de Seu povo (Sl 50.16-23; Is 1.13). E o motivo da rejeição foi revelado também: durante a semana o povo vivia em iniquidade.
Vocês podem compreender quando começamos a guardar o quarto mandamento?
É durante a semana.
E o guardar o quarto mandamento é viver a santificação em Cristo. Essa santificação é representada no catecismo como sendo o cessar das más obras e o deixar Cristo operar em você. E nesse viver diário de santificação ao Senhor, como o catecismo diz, nos faz provar o descanso eterno aqui e agora.
Assim o ensino do Dia do Senhor 38 nos revela como devemos exercer nossos deveres públicos e privados de diária adoração ao Senhor Deus, o Criador e Redentor nosso.

Conclusão:

A atitude do mundo, especialmente no domingo, manifesta os falsos deuses do mundo. E obedecer ao quarto mandamento é a nossa atitude prática que revelará ao mundo quem é o Único e Verdadeiro Deus. O SENHOR que nos garante o descanso eterno.
E o catecismo termina o Dia do Senhor 38 falando do descanso eterno.
E você já sabe o que é esse descanso eterno?
E o universo recriado e plenamente redimido. É o descanso que nos resta e que vem com Cristo Jesus (Hb 4.9-11).
O Senhor Jesus, no Seu retorno, como nos dias de Neemias, purificará a nova Jerusalém, que é a Igreja de Cristo. Ela será purificada de todos aqueles que não amam os mandamentos do Senhor. A igreja será plenamente purificada de todo o pecado dela. E o mundo anticristão e seus falsos deuses não existirão mais. Acabará a nossa exaustiva luta contra o mundo, contra o pecado e contra o diabo. Essa luta nos causa muito cansaço espiritual aqui. A nossa fadiga física também acabará. Pois, foi a queda que tornou nosso trabalho penoso. A terra toda será recriada e redimida. E nela reinaremos com Cristo Jesus. E nada mais impedirá a nossa adoração plena ao Senhor.
Você pode imaginar esse dia?
Você pode imaginar o descanso eterno que provaremos?
Em Cristo você terá esse descanso eterno. E no seu fiel exercício diário, deixando o Senhor trabalhar em sua vida, então, você já pode provar o descanso eterno aqui.

Creia no evangelho. E receba alento com essa verdade. E continue, por fé e gratidão, fiel ao Senhor obedecendo ao quarto mandamento. E testemunhando ao mundo quem é o Único e Verdadeiro Deus, que tem nos garantido o descanso eterno em Cristo Jesus. Amém.
Sermão preparado pelo Rev. Adriano Gama expondo a doutrina bíblica ensinada no Catecismo de Heidelberg, Dia do Senhor 38.


Catecismo de Heidelberg


Dia do Senhor 38


P.103. O que exige Deus no quarto mandamento?
R. Primeiro, que o ministério do evangelho e as escolas cris- tãs sejam mantidas1 e que eu, especialmente no dia de descanso, seja diligente em ir à igreja de Deus2 para ouvir à Palavra de Deus,3 participar dos sacramentos,4 para invocar publicamente ao Senhor 5 e para praticar a caridade cristã para com os necessitados. 6 Segundo, para que em todos os dias da minha vida eu cesse as minhas más obras, deixe o Senhor operar em mim por Seu Espírito Santo, e assim começar nesta vida o descanso eterno.7
1. Dt 6.4-9; 20-25; 1Co 9.13, 14; 2Tm 2.2; 3.13-17; Tt 1.5. 2. Dt 12.5-12; Sl 40.9, 10; 68.26; At 2.42-47; Hb 10.23-25. 3. Rm 10.14-17; 1Co 14.26-33; 1Tm 4.13. 4. 1Co 11.23, 24. 5. Cl 3.16; 1Tm 2.1. 6. Sl 50.14; 1Co 16.2; 2Co 8; 9. 7. Is 66.23; Hb 4.9-11.