terça-feira, 28 de agosto de 2012

Sermão - O Nosso Consolo, na Vida e na Morte


Leitura: 1 Coríntios 15, 12-26
Texto: Domingo 1 (Catecismo de Heidelberg)

Irmãos,
Vocês são felizes? Quem não quer ser feliz? E o que devemos fazer para sermos felizes? Faz alguns anos que alguns estudantes na Holanda fizeram uma pesquisa para descobrir onde as pessoas eram mais felizes. Eles investigaram vários países. E concluíram que os habitantes do Canadá, da Austrália, Suíça e Holanda eram os mais felizes do mundo.
Felicidade, conforme essa pesquisa, é determinada por duas coisas: prosperidade e liberdade. Quanto mais modernidade e liberdade, maior é a felicidade, foi a conclusão desses estudantes. Então prosperidade e liberdade é um ingrediente importante para felicidade. Por isso os Estados Unidos não são o número 1, pois lá não tem tanta liberdade. Lá muitas coisas são dirigidas e controladas de cima para baixo: pode ser pelo governo, ou pela empresa, pode ser pela igreja ou pela família. Por causa disso os habitantes lá se sentem limitados na sua liberdade e por isso se sentem menos felizes.
Para serem mais felizes as pessoas devem se liberar do controle da família, da igreja, dos colegas. A consequência disso é que muitas pessoas ficam mais sozinhas. O outro lado da liberdade é o isolamento, estar sozinho, sem ajuda, sem amor, pois amor exige uma resposta e determina obrigações. Por isso, Irmãos, não é uma surpresa que os países com o maior número de habitantes felizes (conforme o entendimento da pesquisa), têm também o maior número de suicídios; pois liberdade é bom se não precisa de uma outra pessoa, mas a mesma liberdade te deixa infeliz, se realmente precisa de uma ajuda.
Pessoas podem ser felizes numa sociedade com muita prosperidade e liberdade, mas as mesmas pessoas ficam muito infelizes se precisarem de ajuda; se houver problemas, preocupações, por causa do desemprego, doença, idade, ou qualquer motivo. Pessoas que querem ser ricas ou livres, não se preocupam se Cristo é a nossa única consolação, não se preocupam com o sofrimento dos outros. Essas pessoas eliminarão os seus problemas pelo aborto, eutanásia ou suicídio. Essa é a resposta fria de uma pessoa que não quer dividir a sua felicidade com o seu próximo.
Uma pessoa pode ser rica e livre e se sentir feliz, mas isso não quer dizer que a sua casa conheça consolação. Não vamos encontrar consolação lá. Se quiser consolação às pessoas devem procurar numa outro lugar, na igreja por exemplo.
O que não encontrarmos no mundo, encontraremos na igreja. Sobre isso vamos
falar hoje de manhã.
O CRISTÃO CONHECE A ÚNICA CONSOLAÇÃO QUE TEM, TANTO NO SOFRIMENTO COMO NA HORA DA MORTE!

Vamos começar a estudar o catecismo, Irmãos! E com certeza vocês sabem que o nosso catecismo é um livrinho antigo. Faz mais de quatrocentos e quarenta anos que foi escrito. Mais ou menos em 1560. Na época da Reforma. Num período que a Igreja Católica Romana estava perseguindo os membros das igrejas reformadas. Muitos membros reformados fugiram. Da Holanda para Inglaterra ou para Alemanha. Toda a felicidade deles, eles deixaram: o emprego, a casa, às vezes a mulher e os filhos, a família. Tinham que fugir por causa da fé e para sobreviver. Crer não era fácil nesses dias.
Frederico, o governador do Palatinado, na época da Reforma um estado da Alemanha, tinha compaixão de todos os fugitivos, e abriu as fronteiras do estado e os protegeu. Mas ele queria lhes dar mais; ele queria realmente ajudar, ele queria dar consolação. A única consolação, que fica, se todas as seguranças faltarem; se estiver fugindo e sofrendo por causa da fé. Por isso ele mandou dois professores da Universidade de Heidelberg escrever esse livrinho: O Catecismo de Heidelberg. O alvo desse livrinho é revelado logo no início, aqui no primeiro Domingo. A primeira pergunta é também o tema do Catecismo. Fala logo sobre A ÚNICA CONSOLAÇÃO NESSA VIDA. Esse livrinho quer dar um apoio na sua vida, irmãos. VERDADEIRA CONSOLAÇÃO, tanto na vida como na hora da morte.
O Catecismo fala sobre coisas importantes, todo mundo pode ver isso. Todas as pessoas estão procurando felicidade, e cada geração encontra muita infelicidade, decepções, prejuízos, doenças, sofrimentos. São as situações, que todas as pessoas conhecem e em que todas as pessoas querem receber uma ajuda, uma resposta. Esse livrinho dá respostas. Pode ser bem antigo, mas não é antigo demais.
Neste livrinho encontramos perguntas fundamentais sobre a nossa vida. Perguntas, que nós não podemos responder facilmente. Esse livro é cheio de perguntas. É como uma criança que sempre estar com muitas de perguntas. Uma criança quer saber tudo. Perguntando elas descobrem o mundo ao redor delas; e assim também o mundo dos seus pais. Um mundo, em que descobrem Deus e a sua Igreja. Descobrem que os pais servem a Deus e elas também vão aprender o que isso quer dizer: por que isso não pode e aquilo sim; por que fazemos coisas assim e assim e não como o mundo. Às vezes não é fácil para explicar às crianças por que estamos fazendo as coisas de uma outra maneira.
Nós não temos uma resposta para tudo. Especialmente quando uma pessoa está procurando a felicidade e essa felicidade foi destruída por um acidente; e essas pessoas estão procurando uma resposta, muitas vezes elas se perguntam: Por que isso aconteceu comigo? Elas estão procurando consolação. O catecismo quer dar a resposta. Por isso essa pergunta: Qual é a sua única consolação, tanto na vida como na hora da morte? Qual é a sua segurança na vida? E não só isso. Também: qual é o seu conforto tanto na vida, como na morte. O que te dá conforto não só na vida, mas também na hora da morte?
-Há bastante coisas nessa vida, que nos dão segurança: uma pessoa que te ama, uma casa própria, uma renda certa, um aposentadoria boa e há muito outras coisas. Só essas coisas não te ajudam, se a morte bate na sua porta. Na hora de morte essas seguranças não valem mais: uma casa, uma renda, uma boa aposentadoria. Na hora da morte essas coisas não ajudam mais. Naquele momento uma pessoa tem que pensar sobre essa pergunta: Qual é a sua única consolação, tanto na vida como na hora da morte? Lembre-se: na hora da morte não pode fugir mais.
Bom, o nosso Catecismo te esforça para pensar sobre isso agora: Qual é a sua única consolação, tanto na vida como na hora da morte, irmão? O catecismo dá a resposta: A minha única consolação é que de corpo e alma, tanto em vida como na hora da morte, não pertenço a mim mesmo, mas a meu fiel Salvador Jesus Cristo.
Somos a possessão de Cristo. E o que isso quer dizer? Talvez isso não diga nada, por que você não conhece a Cristo. Pois só pode entender essa mensagem se conhecer a Cristo; se descobrir que Jesus Cristo é o FILHO DE DEUS. Ele visitou a nossa terra, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao inferno, mas AO TERCEIRO DIA RESSURGIU DOS MORTOS.
Irmãos, Ele ressurgiu dos mortos. Ele voltou. Vivo! Ele se mostrou aos seus discípulos. Ele os lembrou que ele foi as primícias, que foi ressurreto. O primeiro. Depois muitos irmãos o seguirão. Isso Paulo escreve à congregação dos Coríntios. Cristo é ressurreto! Ele foi as primícias. E depois seguirão todos os que são de Cristo na sua vinda (1 Coríntios 15: 23). OS QUE SÃO DE CRISTO. Assim está escrito na palavra de Deus. OS QUE SÃO DE CRISTO.
Então, são as pessoas que são a possessão de Cristo. E quem é a possessão de Cristo, pode contar com o fato que também ressurgirá da morte. Eu sei que muitas pessoas quase não podem acreditar nisso, mas é verdade! Quem crê nisso, tem segurança nessa vida e na hora da morte! Se esperarmos em Cristo só nesta vida, somos os mais infelizes de todos os homens (1 Coríntios 15: 19).
Mas de fato Cristo ressurgiu dentre os mortos. Isso é um fato. E isso nos dá conforto. Quem crê nisso, pode viver e morrer, sabendo que o poder da morte e do sepulcro é destruído; Pois Cristo está vivo e a nossa vida está segura, pois Ele cuida e cuidará de nós. Podemos comparar isso com um jogador de Futebol. Se um jogador receber um contrato, o clube compra este jogador; depois o jogador é uma possessão do clube; e o clube cuidará da vida dele. Se ele for ferido, o clube vai fazer tudo para recuperar esse jogador. O clube cuida bem desse jogador, pois pagou um preço alto.
Cristo não é o presidente dum clube de Futebol, mas Ele é o presidente da Igreja; e vocês são as possessões de Cristo. Ele pagou um preço enorme para te comprar. Ele deu mais do que ele tinha; Ele tinha tudo, mas Ele deu o que tinha de mais precioso: o seu próprio corpo, o seu sangue, a sua vida.
Cristo deu tudo... Para ganhar você e todos outros crentes verdadeiros. A tua vida é aos olhos dele mais preciosa do que a própria vida dele. Por isso o Senhor cuida bem de você. Com tal cuidado, que sem a vontade de seu Pai celeste não cairá sequer um fio de cabelo da sua cabeça. O que isso quer dizer? Quer dizer que agora nada mais pode acontecer; que somos invulneráveis? Não! O catecismo não diz isso e a Bíblia também não. Não seria conforme a nossa realidade, pois ficamos mais velhos, ficamos carecas, perdemos cabelos, perdemos dentes, o nosso ouvido está piorando; a nossa visão está cada vez pior; a nossa memória está piorando, os nossos pés estão piorando, se cairmos, podemos facilmente quebrar um osso. O nosso corpo está em decadência. Experimentamos doenças e tristezas. Crianças levam os pais para o cemitério e vice-versa. A morte não faz nenhuma distinção entre crentes e descrentes.
Mas apesar disso, Deus guarda a nossa vida. Ele cuida de todos nós. Ele cuida de tal maneira que todas as coisas deverão servir para a minha salvação. Isso é o mais importante para Deus: a nossa salvação. Assim está escrito na Bíblia. Paulo disse (Romanos 8: 28): “Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. Lembre disso. Durante a sua vida, e na hora da morte. Lembre-se que nada acontece fora dos Planos de Deus.
Mesmo se você não entender nada; Mesmo se você se sentir sozinho; mesmo se faltar força e se sentir cansado; mesmo se ninguém te ajudar, mesmo se todas as seguranças da sua vida faltarem. O que deve se lembrar é que Deus te guarda; que Deus cuidadosamente contará os seus cabelos, que você, sem saber, tira. Deus é assim. Ele olha para os detalhes mínimos da sua vida. Quem crê nisso encontra paz e fica paciente na adversidade; ele confia em Deus e pode fechar os olhos nessa confiança, conforme Salmo 3: 5: “Deito-me e pego no sono; acordo, porque o Senhor me sustenta”. Isso é verdade. O Senhor nos sustenta, todos os dias, na vida e na hora da morte. Amém

Pr. Abram de Graaf.

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Texto bíblico:

1ª Coríntios 15.12-26:

15.12 Ora, se é corrente pregar-se que Cristo ressuscitou dentre os mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há ressurreição de mortos?
15.13 E, se não há ressurreição de mortos, então, Cristo não ressuscitou.

15.14 E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a vossa fé;

15.15 e somos tidos por falsas testemunhas de Deus, porque temos asseverado contra Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual ele não ressuscitou, se é certo que os mortos não ressuscitam.

15.16 Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não ressuscitou.

15.17 E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda permaneceis nos vossos pecados.

15.18 E ainda mais: os que dormiram em Cristo pereceram.

15.19 Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos os mais infelizes de todos os homens.

15.20 Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem.

15.21 Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a ressurreição dos mortos.

15.22 Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão vivificados em Cristo.

15.23 Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os que são de Cristo, na sua vinda.

15.24 E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai, quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e poder.

15.25 Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos debaixo dos pés.

15.26 O último inimigo a ser destruído é a morte.



CATECISMO DE HEIDELBERG



Dia do Senhor 1


P.1. Qual é o seu único consolo na vida e na morte?

R. Que não pertenço a mim mesmo,1mas pertenço de corpo e alma, tanto na vida quanto na morte,2 ao meu fiel Salvador Jesus Cristo.3Ele pagou completamente todos os meus pecados com o Seu sangue precioso4e libertou-me de todo o domínio do diabo.5Ele também me guarda de tal maneira6que sem a vontade do meu Pai celeste nem um fio de cabelo pode cair da minha cabeça;7na verdade, todas as coisas cooperam para a minha salvação.8Por isso, pelo Seu Espírito Santo, Ele também me assegura a vida eterna9 e faz-me disposto e pronto de coração para viver para Ele de agora em diante.10

1. 1Co 6.19, 20. 2. Rm 14.7-9. 3. 1Co 3.23; Tt 2.14. 4. 1Pe 1.18, 19; 1Jo 1.7; 2.2. 5. Jo 8.34-36; Hb 2.14, 15; 1Jo 3.8. 6. Jo 6.39, 40; 10.27-30; 2Ts 3.3; 1Pe 1.5. 7. Mt 10.29-31; Lc 21:16-18. 8. Rm 8.28. 9. Rm 8.15, 16; 2Co 1.21, 22; 5.5; Ef 1.13, 14. 10. Rm 8:14





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