Leitura:
1 Coríntios 15, 12-26
Texto:
Domingo 1 (Catecismo
de Heidelberg)
Irmãos,
Vocês
são felizes? Quem não quer ser feliz? E o que devemos fazer para
sermos felizes? Faz alguns anos que alguns estudantes na Holanda
fizeram uma pesquisa para descobrir onde as pessoas eram mais
felizes. Eles investigaram vários países. E concluíram que os
habitantes do Canadá, da Austrália, Suíça e Holanda eram os mais
felizes do mundo.
Felicidade,
conforme essa pesquisa, é determinada por duas coisas: prosperidade
e liberdade. Quanto mais modernidade e liberdade, maior é a
felicidade, foi a conclusão desses estudantes. Então prosperidade e
liberdade é um ingrediente importante para felicidade. Por isso os
Estados Unidos não são o número 1, pois lá não tem tanta
liberdade. Lá muitas coisas são dirigidas e controladas de cima
para baixo: pode ser pelo governo, ou pela empresa, pode ser pela
igreja ou pela família. Por causa disso os habitantes lá se sentem
limitados na sua liberdade e por isso se sentem menos felizes.
Para
serem mais felizes as pessoas devem se liberar do controle da
família, da igreja, dos colegas. A consequência disso é que muitas
pessoas ficam mais sozinhas. O outro lado da liberdade é o
isolamento, estar sozinho, sem ajuda, sem amor, pois amor exige uma
resposta e determina obrigações. Por isso, Irmãos, não é uma
surpresa que os países com o maior número de habitantes felizes
(conforme o entendimento da pesquisa), têm também o maior número
de suicídios; pois liberdade é bom se não precisa de uma outra
pessoa, mas a mesma liberdade te deixa infeliz, se realmente precisa
de uma ajuda.
Pessoas
podem ser felizes numa sociedade com muita prosperidade e liberdade,
mas as mesmas pessoas ficam muito infelizes se precisarem de ajuda;
se houver problemas, preocupações, por causa do desemprego, doença,
idade, ou qualquer motivo. Pessoas que querem ser ricas ou livres,
não se preocupam se Cristo é a nossa única consolação, não se
preocupam com o sofrimento dos outros. Essas pessoas eliminarão os
seus problemas pelo aborto, eutanásia ou suicídio. Essa é a
resposta fria de uma pessoa que não quer dividir a sua felicidade
com o seu próximo.
Uma
pessoa pode ser rica e livre e se sentir feliz, mas isso não quer
dizer que a sua casa conheça consolação. Não vamos encontrar
consolação lá. Se quiser consolação às pessoas devem procurar
numa outro lugar, na igreja por exemplo.
O
que não encontrarmos no mundo, encontraremos na igreja. Sobre isso
vamos
falar
hoje de manhã.
O CRISTÃO
CONHECE A ÚNICA CONSOLAÇÃO QUE TEM, TANTO NO SOFRIMENTO COMO NA
HORA DA MORTE!
Vamos
começar a estudar o catecismo, Irmãos! E com certeza vocês sabem
que o nosso catecismo é um livrinho antigo. Faz mais de quatrocentos
e quarenta anos que foi escrito. Mais ou menos em 1560. Na época da
Reforma. Num período que a Igreja Católica Romana estava
perseguindo os membros das igrejas reformadas. Muitos membros
reformados fugiram. Da Holanda para Inglaterra ou para Alemanha.
Toda a felicidade deles, eles deixaram: o emprego, a casa, às vezes
a mulher e os filhos, a família. Tinham que fugir por causa da fé
e para sobreviver. Crer não era fácil nesses dias.
Frederico,
o governador do Palatinado, na época da Reforma um estado da
Alemanha, tinha compaixão de todos os fugitivos, e abriu as
fronteiras do estado e os protegeu. Mas ele queria lhes dar mais; ele
queria realmente ajudar, ele queria dar consolação. A única
consolação, que fica, se todas as seguranças faltarem; se estiver
fugindo e sofrendo por causa da fé. Por isso ele mandou dois
professores da Universidade de Heidelberg escrever esse livrinho: O
Catecismo de Heidelberg. O alvo desse livrinho é revelado logo no
início, aqui no primeiro Domingo. A primeira pergunta é também o
tema do Catecismo. Fala logo sobre A ÚNICA CONSOLAÇÃO NESSA VIDA.
Esse livrinho quer dar um apoio na sua vida, irmãos. VERDADEIRA
CONSOLAÇÃO, tanto na vida como na hora da morte.
O
Catecismo fala sobre coisas importantes, todo mundo pode ver isso.
Todas as pessoas estão procurando felicidade, e cada geração
encontra muita infelicidade, decepções, prejuízos, doenças,
sofrimentos. São as situações, que todas as pessoas conhecem e em
que todas as pessoas querem receber uma ajuda, uma resposta. Esse
livrinho dá respostas. Pode ser bem antigo, mas não é antigo
demais.
Neste
livrinho encontramos perguntas fundamentais sobre a nossa vida.
Perguntas, que nós não podemos responder facilmente. Esse livro é
cheio de perguntas. É como uma criança que sempre estar com muitas
de perguntas. Uma criança quer saber tudo. Perguntando elas
descobrem o mundo ao redor delas; e assim também o mundo dos seus
pais. Um mundo, em que descobrem Deus e a sua Igreja. Descobrem que
os pais servem a Deus e elas também vão aprender o que isso quer
dizer: por que isso não pode e aquilo sim; por que fazemos coisas
assim e assim e não como o mundo. Às vezes não é fácil para
explicar às crianças por que estamos fazendo as coisas de uma outra
maneira.
Nós
não temos uma resposta para tudo. Especialmente quando uma pessoa
está procurando a felicidade e essa felicidade foi destruída por um
acidente; e essas pessoas estão procurando uma resposta, muitas
vezes elas se perguntam: Por que isso aconteceu comigo? Elas estão
procurando consolação. O catecismo quer dar a resposta. Por isso
essa pergunta: Qual é a sua única consolação, tanto na vida
como na hora da morte? Qual é a sua segurança na vida? E não
só isso. Também: qual é o seu conforto tanto na vida, como na
morte. O que te dá conforto não só na vida, mas também na hora da
morte?
-Há
bastante coisas nessa vida, que nos dão segurança: uma pessoa que
te ama, uma casa própria, uma renda certa, um aposentadoria boa e
há muito outras coisas. Só essas coisas não te ajudam, se a morte
bate na sua porta. Na hora de morte essas seguranças não valem
mais: uma casa, uma renda, uma boa aposentadoria. Na hora da morte
essas coisas não ajudam mais. Naquele momento uma pessoa tem que
pensar sobre essa pergunta: Qual é a sua única consolação,
tanto na vida como na hora da morte? Lembre-se: na hora da morte
não pode fugir mais.
Bom,
o nosso Catecismo te esforça para pensar sobre isso agora: Qual é a
sua única consolação, tanto na vida como na hora da morte, irmão?
O catecismo dá a resposta: A minha única consolação é que de
corpo e alma, tanto em vida como na hora da morte, não pertenço a
mim mesmo, mas a meu fiel Salvador Jesus Cristo.
Somos
a possessão de Cristo. E o que isso quer dizer? Talvez isso não
diga nada, por que você não conhece a Cristo. Pois só pode
entender essa mensagem se conhecer a Cristo; se descobrir que Jesus
Cristo é o FILHO DE DEUS. Ele visitou a nossa terra, padeceu sob
Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu ao
inferno, mas AO TERCEIRO DIA RESSURGIU DOS MORTOS.
Irmãos,
Ele ressurgiu dos mortos. Ele voltou. Vivo! Ele se mostrou aos seus
discípulos. Ele os lembrou que ele foi as primícias, que foi
ressurreto. O primeiro. Depois muitos irmãos o seguirão. Isso Paulo
escreve à congregação dos Coríntios. Cristo é ressurreto! Ele
foi as primícias. E depois seguirão todos os que são de Cristo na
sua vinda (1 Coríntios 15: 23). OS QUE SÃO DE CRISTO. Assim está
escrito na palavra de Deus. OS QUE SÃO DE CRISTO.
Então,
são as pessoas que são a possessão de Cristo. E quem é a
possessão de Cristo, pode contar com o fato que também ressurgirá
da morte. Eu sei que muitas pessoas quase não podem acreditar nisso,
mas é verdade! Quem crê nisso, tem segurança nessa vida e na hora
da morte! Se esperarmos em Cristo só nesta vida, somos os mais
infelizes de todos os homens (1 Coríntios 15: 19).
Mas
de fato Cristo ressurgiu dentre os mortos. Isso é um fato. E isso
nos dá conforto. Quem crê nisso, pode viver e morrer, sabendo que o
poder da morte e do sepulcro é destruído; Pois Cristo está vivo e
a nossa vida está segura, pois Ele cuida e cuidará de nós. Podemos
comparar isso com um jogador de Futebol. Se um jogador receber um
contrato, o clube compra este jogador; depois o jogador é uma
possessão do clube; e o clube cuidará da vida dele. Se ele for
ferido, o clube vai fazer tudo para recuperar esse jogador. O clube
cuida bem desse jogador, pois pagou um preço alto.
Cristo
não é o presidente dum clube de Futebol, mas Ele é o presidente da
Igreja; e vocês são as possessões de Cristo. Ele pagou um preço
enorme para te comprar. Ele deu mais do que ele tinha; Ele tinha
tudo, mas Ele deu o que tinha de mais precioso: o seu próprio corpo,
o seu sangue, a sua vida.
Cristo
deu tudo... Para ganhar você e todos outros crentes verdadeiros. A
tua vida é aos olhos dele mais preciosa do que a própria vida dele.
Por isso o Senhor cuida bem de você. Com tal cuidado, que sem a
vontade de seu Pai celeste não cairá sequer um fio de cabelo da sua
cabeça. O que isso quer dizer? Quer dizer que agora nada mais pode
acontecer; que somos invulneráveis? Não! O catecismo não diz isso
e a Bíblia também não. Não seria conforme a nossa realidade, pois
ficamos mais velhos, ficamos carecas, perdemos cabelos, perdemos
dentes, o nosso ouvido está piorando; a nossa visão está cada vez
pior; a nossa memória está piorando, os nossos pés estão
piorando, se cairmos, podemos facilmente quebrar um osso. O nosso
corpo está em decadência. Experimentamos doenças e tristezas.
Crianças levam os pais para o cemitério e vice-versa. A morte não
faz nenhuma distinção entre crentes e descrentes.
Mas
apesar disso, Deus guarda a nossa vida. Ele cuida de todos nós. Ele
cuida de tal maneira que todas as coisas deverão servir para a minha
salvação. Isso é o mais importante para Deus: a nossa salvação.
Assim está escrito na Bíblia. Paulo disse (Romanos 8: 28): “Sabemos
que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados segundo o seu propósito”. Lembre disso.
Durante a sua vida, e na hora da morte. Lembre-se que nada acontece
fora dos Planos de Deus.
Mesmo
se você não entender nada; Mesmo se você se sentir sozinho; mesmo
se faltar força e se sentir cansado; mesmo se ninguém te ajudar,
mesmo se todas as seguranças da sua vida faltarem. O que deve se
lembrar é que Deus te guarda; que Deus cuidadosamente contará os
seus cabelos, que você, sem saber, tira. Deus é assim. Ele olha
para os detalhes mínimos da sua vida. Quem crê nisso encontra paz e
fica paciente na adversidade; ele confia em Deus e pode fechar os
olhos nessa confiança, conforme Salmo 3: 5: “Deito-me e pego no
sono; acordo, porque o Senhor me sustenta”. Isso é verdade. O
Senhor nos sustenta, todos os dias, na vida e na hora da morte. Amém
Pr.
Abram de Graaf.
_________________________________________________________________________________
Texto
bíblico:
1ª
Coríntios 15.12-26:
15.12
Ora, se é corrente pregar-se que Cristo ressuscitou dentre os
mortos, como, pois, afirmam alguns dentre vós que não há
ressurreição de mortos?
15.13
E, se não há ressurreição de mortos, então, Cristo não
ressuscitou.
15.14
E, se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e vã, a
vossa fé;
15.15
e somos tidos por falsas testemunhas de Deus, porque temos asseverado
contra Deus que ele ressuscitou a Cristo, ao qual ele não
ressuscitou, se é certo que os mortos não ressuscitam.
15.16
Porque, se os mortos não ressuscitam, também Cristo não
ressuscitou.
15.17
E, se Cristo não ressuscitou, é vã a vossa fé, e ainda
permaneceis nos vossos pecados.
15.18
E ainda mais: os que dormiram em Cristo pereceram.
15.19
Se a nossa esperança em Cristo se limita apenas a esta vida, somos
os mais infelizes de todos os homens.
15.20
Mas, de fato, Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as
primícias dos que dormem.
15.21
Visto que a morte veio por um homem, também por um homem veio a
ressurreição dos mortos.
15.22
Porque, assim como, em Adão, todos morrem, assim também todos serão
vivificados em Cristo.
15.23
Cada
um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias; depois, os
que são de Cristo, na sua vinda.
15.24
E, então, virá o fim, quando ele entregar o reino ao Deus e Pai,
quando houver destruído todo principado, bem como toda potestade e
poder.
15.25
Porque convém que ele reine até que haja posto todos os inimigos
debaixo dos pés.
15.26
O último inimigo a ser destruído é a morte.
CATECISMO DE
HEIDELBERG
Dia do Senhor 1
P.1.
Qual é o seu único consolo na vida e na morte?
R. Que não pertenço a mim mesmo,1mas pertenço de corpo e alma, tanto na vida quanto na morte,2 ao meu fiel Salvador Jesus Cristo.3Ele pagou completamente todos os meus pecados com o Seu sangue precioso4e libertou-me de todo o domínio do diabo.5Ele também me guarda de tal maneira6que sem a vontade do meu Pai celeste nem um fio de cabelo pode cair da minha cabeça;7na verdade, todas as coisas cooperam para a minha salvação.8Por isso, pelo Seu Espírito Santo, Ele também me assegura a vida eterna9 e faz-me disposto e pronto de coração para viver para Ele de agora em diante.10
1.
1Co 6.19, 20. 2. Rm 14.7-9. 3. 1Co 3.23; Tt 2.14. 4. 1Pe 1.18, 19;
1Jo 1.7; 2.2. 5. Jo 8.34-36; Hb 2.14, 15; 1Jo 3.8. 6. Jo 6.39, 40;
10.27-30; 2Ts 3.3; 1Pe 1.5. 7. Mt 10.29-31; Lc 21:16-18. 8. Rm 8.28.
9. Rm 8.15, 16; 2Co 1.21, 22; 5.5; Ef 1.13, 14. 10. Rm 8:14
Nenhum comentário:
Postar um comentário