sábado, 15 de setembro de 2012

A Natureza e Grandeza do Conhecimento de Deus


A Natureza e Grandeza do Conhecimento de Deus

Thomas Watson (1620-1686)

A natureza do conhecimento de Deus
Deus sabe, em suas contingências, todas as coisas que são possíveis de se conhecer. Ele profetizou a saída de Israel da Babilônia e a concepção virginal da mãe do Messias. Por meio desse conhecimento, o Senhor prova a verdade de sua deidade contra os deuses-ídolos: "Anuncia-nos as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses" (Isaías 41.23).
A perfeição do conhecimento de Deus é básica. Ele é a origem, o padrão e o protótipo de todo o conhecimento; os outros tomam o conhecimento emprestado dele. Os anjos acendem suas lâmpadas na sua gloriosa luz.
O conhecimento de Deus é puro e não se contamina com o objeto conhecido. Embora Deus conheça o pecado, odeia e pune o pecado. Nenhum mal pode se misturar ou se incorporar a seu conhecimento, assim como o Sol não pode ficar impuro com os vapores que se levantam da terra.
O conhecimento de Deus é simples, não apresenta dificuldade. Nós estudamos e procuramos o conhecimento: "se buscares a sabedoria como a prata e como a tesouros escondidos a procurares" (Provérbios 2.4). A lâmpada do conhecimento de Deus é tão infinitamente brilhante que todas as coisas são inteligíveis para ele.
O conhecimento de Deus é infalível, pois não há erro em seu conhecimento. O conhecimento humano está sujeito a erro. Um médico pode errar em relação à causa de uma doença, mas o conhecimento de Deus é sem erro, ele não pode se enganar, nem ser enganado. Ele não pode se enganar porque é a verdade, nem ser enganado porque é a sabedoria.
O conhecimento de Deus é instantâneo. Nosso conhecimento é sucessivo, uma coisa depois da outra. Nós argumentamos de o efeito para a causa. Deus sabe coisas do passado, do presente e do futuro de uma só vez; estão todas diante dele em uma perspectiva integral.
O conhecimento de Deus é retentivo. Ele nunca perde o seu conhecimento, ele tem reminiscentia, assim como intelligentia; ele lembra assim como entende. Muitas coisas fogem à nossa mente, mas o conhecimento de Deus é eternizado. Coisas que aconteceram há mil anos são tão novas para ele como se tivessem acontecido há um minuto. Assim ele é perfeito em conhecimento.
A grandeza do conhecimento de Deus
"O SENHOR é o Deus da sabedoria e pesa todos os feitos na balança" (I Samuel 2.3). Coisas gloriosas são ditas a respeito de Deus: ele transcende nossos pensamentos e os louvores dos anjos. A glória de Deus se apresenta principalmente em seus atributos, que são vários raios pelos quais a natureza divina se irradia.

Entre outras de suas qualidades manifestas, que não são menores que qualquer delas, o Senhor é um Deus de conhecimento, ou, como no original hebraico: "um Deus de conhecimentos". Pelo espelho brilhante de sua própria essência Deus tem a idéia completa e o conhecimento total de tudo. O mundo é para ele um corpo transparente. Ele faz a anatomia do coração: "sou aquele que sonda mentes e corações" (Apocalipse 2.23). As nuvens não são coberturas e a noite não é uma cortina que se coloca entre nós e sua visão: "até as próprias trevas não te serão escuras: as trevas e a luz são a mesma coisa" (Salmo 139.12). Não há uma palavra que cochichemos que Deus não ouça: "ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, SENHOR, já a conheces toda" (Salmo 139.4). Não há um pensamento mais sutil que venha à nossa mente e que Deus não conheça: "porque conheço as suas obras e os seus pensamentos" (Is 66.18). Os pensamentos soam tão alto nos ouvidos de Deus como as palavras aos nossos ouvidos. Todas as nossas ações, embora sutilmente elaboradas e secretamente comunicadas, são visíveis aos olhos do Onisciente: "conheço as suas obras" (Isaías 66.18). Acã escondeu a capa babilônica enterrando-a, mas Deus a trouxe à luz (Josué 7.21).

A estátua de Minerva foi desenhada com cores tão impressionantes e detalhada com tanta vivacidade que em qualquer lugar que alguém se posicionasse o olhar de Minerva estava fixo nele. Assim, em qualquer lugar que estivermos os olhos de Deus estarão sobre nós: "tens tu notícia do equilíbrio das nuvens e das maravilhas daquele que é perfeito em conhecimento?" (Jó 37.16).

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